Presidente do Codau se indigna com greve dos servidores

Barulhão do “primo rico”

Servidores da Prefeitura de Uberaba sempre consideraram os colegas do Codau como os “primos ricos”. E foram justamente os servidores do Codau que fizeram barulho na manhã desta quinta-feira, protestando contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo Paulo Piau para todas as categorias. Pela manhã, o movimento grevista atuou principalmente no Centro de Reservação 2. E, por conta da greve, foi suspensa a obra de ligação do hidrante no BRT Leste (conjunto Manoel Mendes) que estava programada para ontem.

Retomando negociações

Pouco antes do horário do almoço o prefeito Paulo Piau e o presidente do Codau, Luiz Guaritá Neto, voltaram à mesa de negociação com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgoto (Sindae). Desse encontro surgiu um acordo, mantendo-se o reajuste de 5,93% proposto pela Prefeitura a todos os servidores, bem como o reajuste de R$50 no valor do tíquete-alimentação. Por outro lado, o presidente da autarquia anunciou que o Codau irá estudar uma contraproposta para o prêmio de incentivo à produção e para a bolsa-educação, a ser apresentada posteriormente. Mas, enfim, o encontro pôs fim à greve dos cerca de 50 servidores do Codau e todos os outros saíram no lucro.

Na bronca

Presidente do Codau não conseguia disfarçar sua indignação com o sindicato, acusando-o de ter iniciado uma paralisação sem apoio da maioria. Reclamou que os grevistas impediram a saída de equipes, caminhões e máquinas do Centro de Reservação 2 para o serviço nas ruas, prejudicando os servidores que queriam trabalhar. Por várias vezes, Guaritá chamou a atenção das lideranças do movimento, destacando que não se pode ter uma visão estreita do que é a valorização da categoria. Segundo ele, essa valorização não se restringe a salários, mas deve incluir os benefícios e as condições de trabalho que são oferecidos aos servidores diariamente.

Feriadão – Comércio de rua não abrirá as portas no dia 18, Sexta-feira da Paixão, nem na segunda-feira, 21 de abril, feriado consagrado ao mártir Tiradentes. Já o Shopping Uberaba vai fazer horário de domingo no dia 21, funcionando das 14h às 20h.

Começando – Representantes da Toyo-Setal passaram a tarde de ontem reunidos com o prefeito Paulo Piau e com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes. Na prática a obra já começou e o processo está a todo vapor. Oficialmente ainda não, já que falta o ato solene com a presença ou não da presidente Dilma.

Questão de coerência

Vereador Ripposati não se curvou ao pedido de urgência na votação do projeto da ZPE, feito pela secretária de Estado Dorothea Werneck, que é do seu partido, o PSDB. Esta semana, Ripposati teve atuação decisiva na votação do PL em plenário, adiando a decisão para abril e propondo a realização de uma audiência pública prévia para discussão do assunto. O governo Paulo Piau não gostou do adiamento, mas Ripposati tem razão quando externa suas preocupações com o teor do projeto que autoriza o município a promover atos de gestão para a implantação da ZPE, bem como cria a Companhia Administradora da Zona de Processamento de Exportação (CAZPE) de Uberaba.

Para refletir

É óbvio que a ZPE será de grande relevância para a economia do município. Todos querem vê-la viabilizada o quanto antes. Mas, por se tratar de um assunto novo e Uberaba ser uma espécie de pioneira na sua implantação, as discussões são salutares para que se chegue à melhor solução, afastando eventuais riscos de obstáculos futuros. Ripposati questiona, por exemplo, a constitucionalidade do projeto que prevê aporte de recursos do município, considerando que a União está impedida de fazê-lo. Ora, se uma não pode, por que o outro poderia? O vereador ainda pondera que o município está endividado e, teoricamente, teria outras prioridades para investimento, e a ZPE será de proveito exclusivo da iniciativa privada. São itens a serem solucionados, antes que a ZPE termine em discussão em outra esfera: a judicial.

O outro lado da moeda

Segundo números do governo Paulo Piau, o aporte financeiro do município para a viabilização da ZPE gira em torno de R$2 milhões, cifra considerada baixa em função dos benefícios que a Zona de Processamento e Exportação trará para a cidade. Além disso, a administração municipal assegura que o modelo proposto para Uberaba está amparado constitucionalmente e não há com o que nos preocuparmos, em razão do princípio legal de que o interesse público se sobrepõe ao particular. Lembra que os técnicos e secretários da PMU envolvidos na questão estiveram por várias vezes no Ministério do Desenvolvimento Econômico, em Brasília, e afirmam que o modelo de Uberaba foi amplamente debatido até chegar ao que consta no projeto enviado à Câmara para votação. A audiência pública do começo de abril servirá certamente para tornar claros todos esses pontos.

Psssssiiiiiiu

Se a Patrulha do Silêncio é incompetente para resolver os problemas de barulho queixados pela comunidade, que pelo menos a Polícia Militar nos socorra. É o que pendem moradores da rua José Caetano Rezende, no bairro Olinda, que já não aguentam mais o inferno em que quatro universitários residentes no nº 687 transformaram suas vidas. Ali tem festa praticamente todos os dias, madrugada adentro, com som alto, gargalhadas estridentes, bagunça de toda espécie, segundo os reclamantes. Ligam para a Patrulha do Silêncio, mas a bagunça continua até o amanhecer. "Quem dorme com um barulho desses?", questionam.