Do panelaço às ruas
É extremamente delicada a situação da presidente Dilma Rousseff. Seu governo está por um fio – só não vê quem não quer. Enquanto Dilma falava em rede nacional de rádio e TV, o panelaço de domingo à noite mostrou que a popularidade da Presidente está rolando ladeira abaixo. Em poucas horas, o panelaço foi articulado pelas redes sociais e se espalhou por todo o país. Ainda que o governo tente minimizar e dizer que o barulho veio das panelas da oposição, está na cara que tenta tapar o sol com a peneira furada. E no dia 15 esse descontentamento dos brasileiros deve ganhar novos contornos em todo o país, já que o “Fora Dilma” está sendo articulado há mais tempo do que foi o panelaço de anteontem.
Insustentabilidade política
Segundo Kennedy Alencar, em artigo para a Folha, um pedido de impeachment geralmente prospera num cenário que combina três requisitos: legal (crime de responsabilidade previsto na Constituição Federal), perda de maioria parlamentar e falta de apoio da população. Na atual situação, falta a Dilma este respaldo popular, como também faltou ao ex-presidente Collor, em passado recente. No Congresso, nem o seu partido é unânime em apoiá-la e a cada dia pioram as relações entre governo e congressistas. Quando finalmente o escândalo do Petrolão esbarrar em Dilma, será o fim da linha para ela. E agora, com a divulgação da lista de Janot e rumores de manipulação dos nomes pelo governo, Dilma ainda deu mais munição aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados para priorizarem um pedido de impeachment da Presidente.
Para lembrar
Quando do escândalo envolvendo Fernando Collor, dizia a petição inicial da denúncia oferecida contra o então Presidente, entregue à Câmara dos Deputados em 1/09/1992, por Barbosa Lima Sobrinho, que na época presidia a Associação Brasileira de Imprensa: “Nos regimes democráticos, o grande juiz dos governantes é o próprio povo, é a consciência ética popular. O governante eleito que se assenhoreia do poder em seu próprio interesse, ou no de seus amigos e familiares, não pratica apenas atos de corrupção pessoal, de apropriação indébita ou desvio da coisa pública: mais do que isso, ele escarnece e vilipendia a soberania popular”.
Incógnita – Quando Collor renunciou (antes do julgamento do impeachment), seu vice Itamar Franco assumiu a Presidência da República. Dilma dificilmente renunciará. Portanto, se for impedida de governar, ainda é incerto o que acontecerá no país. Isso porque tanto PT, da Presidente, quanto PMDB, do vice, estão sendo investigados no escândalo do Petrolão e o desfecho poderá incriminá-los em razão das denúncias de que parte do dinheiro desviado da Petrobras foi usada para custeio da campanha eleitoral majoritária. Com Renan e Cunha também sob investigação e caso se comprovem as denúncias de corrupção passiva contra ambos, há entendimento de que a Presidência da República será exercida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, a quem caberá convocar nova eleição.
Altar – Leitor José Carlos Cruz sugere que Papa e cardeais façam hora extra, para canonizar todos os políticos citados na lista do Procurador Geral da República. E as igrejas deverão providenciar novos altares para tanto “santo”. Afinal, todos os políticos citados por Janot juram inocência...
Sujeira sem fim
Deixando de lado esse escândalo da Petrobras, vamos falar de outra sujeira: a do Parque das Acácias. O mato toma conta do local, sendo que em alguns pontos a altura está impressionante. As plantas já invadiram a pista de corrida. Mas não é só. Escuridão (lâmpadas queimadas aos montes e luzes fracas, que iluminam mal), falta de zeladores e de segurança, sujeira de animais espalhada por todo lado. Para piorar, o fumódromo ali – a poucos metros da sede da Polícia Federal em Uberaba – apavora quem quer fazer caminhada ou simplesmente desfrutar do local como área de lazer. A droga corre solta por lá. Também pudera: lugar escuro, sem segurança, mato alto...
Facada
Com a escassez de vagas em áreas públicas, os estacionamentos particulares em Uberaba reajustaram assustadoramente os seus preços. Uma loucura! Os preços estão variando de R$ 4,00 a R$ 6,00, por hora ou fração. Pior é que nem se sujeitando a esses preços absurdos o motorista consegue vaga, principalmente aos sábados.
Às avessas
Leitor da coluna observa que a Prefeitura de Uberaba errou ao destinar a lateral esquerda da pista de rolamento para o estacionamento público de veículos na avenida Fidélis Reis. “Estamos estacionando na contramão para os ônibus andarem pela pista da direita”, reclama, sugerindo que a situação seja revista.
Avaliação
Em nota distribuída à imprensa, a Pró-Saúde garante que “até o momento, 89% dos pacientes se manifestaram como satisfeitos quanto ao atendimento prestado nas duas UPAs”. A Organização de Saúde montou um Serviço de Atendimento ao Usuário para receber queixas, sugestões e avaliação do atendimento recebido.
Vai mal
Depois que o prefeito Paulo Piau chamou a Remo às falas, era de se esperar que o serviço melhorasse. Mas não é o que contam os leitores que ligaram no 0800 31 1514 nas últimas horas. O telefone tocou, tocou, tocou... e ninguém atendeu. E as lâmpadas continuam queimadas à espera da troca! Desse jeito vamos acabar com saudade da Cemig...