ALTERNATIVA

Pura maldade

Sentença judicial que manda Supra devolver cavalo ao dono que o maltratou é cruel

Lídia Prata
Publicado em 30/11/2016 às 09:02Atualizado em 16/12/2022 às 16:22
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 Comoção nacional

Dia de luto. Dia de comoção nacional. Logo nas primeiras horas da manhã a notícia do acidente aéreo que vitimou quase todo o time de futebol da Chapecoense, além de jornalistas, tripulantes, dirigentes do clube. Até quem não dá bola para futebol ficou comovido com essa tragédia envolvendo um time de garotos brilhantes, do interior de Santa Catarina, que desbancou os grandes adversários e vinha fazendo bonito no cenário esportivo brasileiro. Pelas redes sociais circularam vídeos postados pelos jogadores antes do embarque, mostrando rapazes alegres, felizes, animados com a perspectiva de um título internacional em Medellín. O sonho acabou poucas horas depois.

Prazo de validade

Quando acontecem tragédias como essa com o time da Chapecoense, é impossível não parar para pensar no quanto a vida é efêmera. Ou, como dizia Oscar Niemeyer, “a vida é um sopro”.

Vida que segue

Em busca de recursos para abrir o Hospital Regional, prefeito Paulo Piau passou a terça-feira peregrinando em Brasília. Já perdi as contas de quantas vezes o prefeito bateu à porta do Ministério da Saúde com esse mesmo propósito. E aquele elefante branco fica lá, com a construção pronta, equipamentos comprados, e portas fechadas por falta de dinheiro para seu custeio...

Maldade

Foi de cortar o coração a sentença judicial que determinou à Supra a devolução do cavalo ao proprietário que o maltratou até deixá-lo coxo... O estranho é que no processo havia um extenso laudo veterinário atestando que o pobre animal não poderia mais voltar ao trabalho, dadas as sequelas dos maus tratos.

Dor

Tão logo tomou conhecimento da decisão judicial, a vereadora Denise Max postou nas redes sociais: “Meu coração está sangrando com o cumprimento da decisão do Exmo. Sr. Juiz Nélzio Antônio Papa Junior. Sinceramente não sei que mundo é esse... Foi uma luta tão grande para resgatarmos esse animal, que estava caído em via pública de tanta exaustão e cheio de feridas na pele. Colocamos o cavalo em bons veterinários, com pasto próprio, ração e água limpa, para o Judiciário mandá-lo de volta para o inferno em que ele vivia?” Pois é. Difícil de entender e mais ainda de aceitar.

Essência do aperto

Ex-secretário municipal de Finanças, Alaôr Rodrigues Vilela considera muito grave a crise econômica e financeira enfrentada pela maioria esmagadora dos municípios brasileiros. Mas ele acredita que alguns fatores foram preponderantes, ao longo dos anos, para chegar a esse ponto dramático atual. Um deles está diretamente relacionado ao controle financeiro (fluxo de caixa), instrumento indispensável para dar suporte às decisões estratégicas de natureza econômica, política e social. “É necessário estruturar o fluxo de caixa de forma a se projetar a geração de recursos operacionais, ou seja, o valor resultante das entradas de recursos operacionais menos as saídas das despesas operacionais. Esse valor deverá ser suficiente para pagar todos os compromissos extraoperacionais e ainda um valor restante para investimento. Sem isso, todo e qualquer governo naufraga política e socialmente”.

Sistema de cotas

Com base na sua experiência na gestão de recursos públicos, Alaôr avalia como necessário aos prefeitos determinar cota financeira para cada secretaria e autarquias. Sabendo previamente os recursos de que dispõem, os secretários ficam responsáveis pelo controle das despesas de suas respectivas pastas e não podem gastar além da cota. Além disso, ele sugere que seja feito um compromisso entre prefeitos e secretários, para que a equipe apresente relatórios mensais, prestando contas do seu desempenho, de acordo com o planejamento estabelecido.

Excesso de terceirização

Por outro lado, Alaôr Vilela acha que as Prefeituras, de modo geral, andam terceirizando excessiva e indiscriminadamente serviços operacionais e o fazem muitas vezes sem comparar os custos próprios e do terceiro. “Se considerarmos que a empresa privada visa ao lucro (legítimo) e paga impostos em confronto com o Município que é imune de pagar impostos e não visa lucro, fica evidente que a terceirização, em princípio, onera os cofres públicos”, argumenta.

Inchaço da máquina

Além de insistir na urgência de racionalização da estrutura administrativa por parte dos Municípios, de modo a reduzir despesas (com isenção do viés político), Alaôr Vilela acredita ser fundamental a profissionalização dos servidores públicos, a fim de evitar a contratação de pessoas para ocupar cargos comissionados. Os próprios servidores deveriam ser aproveitados nessas vagas.

Dia T

No seu retorno hoje a Uberaba o prefeito Paulo Piau terá de tomar uma decisão sobre a permanência (ou não) de Rodolfo Cecílio (Turkinho) no comando da Secretaria de Governo. Ainda que o problema seja de ordem pessoal do seu colaborador, não se pode negar que respingou de forma bastante negativa na Administração como um todo. E isso desafia a tomada de posição pelo prefeito.

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