Falem bem, ou falem mal, mas falem de mim. O debate da Band é o assunto do dia e, claro, dividindo opiniões. Uns criticando a falta de propostas, outros elogiando a participação do seu preferido, e a maioria dizendo que o tempo para respostas foi curto. Por ter sido o primeiro confronto entre os prefeitáveis, serviu para o uberabense ver quem é quem e antever como serão os próximos 45 dias de campanha propriamente dita. Quem está mais preparado? Quem ganhou o debate?
POUCO TEMPO?
No debate da Band ficou claro que as equipes de marketing precisam preparar melhor seus candidatos para enfrentar debate olhando para a câmera e ter objetividade na formulação das perguntas e das respostas. A maioria não conseguiu cumprir o tempo estabelecido nas regras do debate. Vale lembrar que o formato do programa foi aprovado pelos prefeitáveis. Cabia a eles e às suas respectivas assessorias observarem o que foi estabelecido, especialmente o tempo para perguntas e respostas. Justiça seja feita: a prefeita Elisa foi a mais disciplinada no cumprimento das regras. Levou o debate a sério e se preparou com profissionalismo.
QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
Ainda na esteira do “falem bem, ou falem mal, mas falem de mim”, o prefeitável Samir Cecílio acabou “na boca do povo” pelo gritinho de encerramento da sua participação no debate. “Iiiirrruuuu”: terá sido uma explosão de alívio pessoal pelo fim daquela “tortura” chamada debate? Ou tentativa de imitação do seu ídolo Bolsonaro
RESPEITO
A propósito, Samir foi o único debatedor a ter o direito de resposta durante o debate. E fez a defesa da memória de Samirão, homossexual já falecido. Isso porque na segunda-feira, durante entrevista à Rádio JM, o pré-candidato Adriano Espíndola fez alusão maliciosa ao adversário, “confundindo” ironicamente os dois homônimos. “O senhor me acusa de homofóbico, mas homofóbico é o senhor” – reagiu Samir, pedindo respeito à família e à memória do seu xará.
ÁGUA E ÓLEO
A maioria dos prefeitáveis pisou em ovos no debate da Band, certamente pensando nas prováveis alianças para o segundo turno. No entanto, ficou claro também que ali estavam algumas misturas impossíveis. Elisa e Piau, assim como Tony e Elisa, Anderson e Piau.
OLHA O BURACO AÍ!
Na primeira rodada do debate, Elisa escolheu Piau para o confronto direto, aproveitando tema que o ex-prefeito abordou em entrevista anterior à Rádio JM: o programa de recapeamento asfáltico. “Ninguém é contra fazer asfalto. O problema é contratar financiamento milionário para ser pago a partir de 2026. A senhora não terá responsabilidade de pagar porque não será reeleita” – disparou Piau, argumentando que “não podemos comemorar asfalto quando as pessoas precisam de consulta médica”. Elisa retrucou: “o senhor fala como se não tivesse feito financiamento no seu governo. Nós já investimos mais do dobro em saúde do que no seu governo”.
FOCO
Samir levantou a bola para Anderson quando colocou a saúde pública no centro da discussão. Falou em filas, baixo desempenho em saúde preventiva, superlotação nas UPAS... um prato cheio para Anderson: “A saúde hoje está ruim. A terceirização prejudica a população. O governo não poderia ter dado o cavalo de pau como deu. Eu criei a fila eletrônica e hoje perderam o controle de tudo”. Aí Samir colocou a bola na marca do pênalti para Anderson: “O senhor disse em entrevista (à Rádio JM) que iria dar um tapa na fila eletrônica”. Resposta: “Dar um tapa é zerar a fila e começar de novo, porque fila eletrônica é mecanismo de gestão e serve para o governo saber o que precisa ser feito e onde precisa investir”. Gol!
DATA MARCADA
Ainda durante o debate, Anderson anunciou que a assinatura do decreto do gás já tem data marcada: 26 de agosto. Piau retrucou: “De 4 em 4 anos o senhor aparece com esse projeto do gás”, ressaltando ainda que Anderson nem poderia ser candidato em razão da condenação judicial que tem. “Que confusão o senhor quer agora com essa história do gás?”, indagou Piau. A resposta veio no bate-pronto: “minha confusão é menor do que a sua com o gás total. O senhor gostaria muito que eu não fosse candidato para não ter comparação entre nós, porque o meu governo foi infinitamente melhor do que o seu”. E o assunto prosseguiu: “Desafio o senhor a provar o que disse, com números”, reagiu Piau, afirmando que Anderson “mente” quando fala em trazer o gás para Uberaba. E teve resposta: “Não gosto de participar de debate porque parece um circo” – arrematou Anderson.
FEZ O QUE?
Elisa também protagonizou outros momentos de discussão mais apimentada, tendo Tony Carlos como alvo. Ela questionou o adversário sobre seus planos para a inovação, e Tony tangenciou a resposta, mas alfinetou a prefeita dizendo que “nosso parque tecnológico está muito atrasado, embora tenha sido o primeiro a ser criado no Brasil”. Elisa disparou: “para mim não ficou clara a sua proposta. Mas a gente sabe que o senhor é um solucionador de problemas ao microfone. Quando teve oportunidade de solucionar problemas como vereador e como deputado não fez nada. Aliás, fez sim: só aumentou impostos”. Tony reagiu, dizendo que Elisa é mal informada.
E AS MULHERES?
Outro confronto direto entre Elisa e Tony envolveu projetos voltados para as mulheres. A prefeita acusou o adversário de não citar a palavra “mulher” em seu plano de governo. “Eu já esperava esse vitimismo dela. Ora, nós estamos projetando Uberaba para todos, idosos, crianças, homens, mulheres. Eu já esperava esse circo, porque conheço seu time da maldade, aliás, conheço bem.” Teve troco: “Ora, candidato, quando o senhor me acusa de ter gabinete do ódio, o senhor confirma que fez isso na outra eleição. E dizer que estou vitimizando é desprezar as mulheres”.
