Reforço tecnológico pode ser destinação de emendas de vereadores na Saúde
Interina: Larissa Prata
Trem desgovernado
Vereador Celso Neto rasgou o verbo no Pingo do J desta terça-feira, deixando clara sua indignação após reunião conduzida pelo secretário Sétimo Bóscolo, que restou inócua, na avaliação do parlamentar. A proposta era fazer um levantamento sobre as necessidades das unidades de saúde do município para que fosse melhor escolhida uma sugestão para o orçamento impositivo da saúde. Mas a reunião mais confundiu do que explicou. Segundo Celso Neto, a impressão é de que a administração está pra lá de perdida com relação às próprias necessidades, não só na Saúde. “O que falta na Prefeitura é diagnóstico. É diagnosticar o que está faltando em tudo para fazer um planejamento e escolher as melhores soluções. É tudo muito feito a toque de caixa, correndo, prazo estourando, precisa correr com isso... mas peraí, gente, e o planejamento?”, questionou.
“Cadê o governo técnico?”
Antes de se pensar em resolver um problema é preciso saber onde ele está. Citando a colega de Legislativo Rochelle Gutierrez na sessão plenária de segunda-feira, Celso Neto chegou a questionar a colocação da prefeita Elisa Araújo, que bate sempre na tecla de que possui um corpo técnico em seu secretariado. “Cadê o governo técnico? Ainda tem muito tempo para melhorar, ainda está no meio do mandato, mas por enquanto a gente vê umas patinadas que não podem acontecer e quem sofre é a população na ponta”, desabafou o parlamentar.
Falta o quê?
Tudo isso porque foi feita uma perguntinha que não ofende: o que está faltando nas unidades de saúde? Pelo rumo da prosa de Celso Neto, é uma dúvida que ainda ficou, já que a lista apresentada na citada reunião não foi esclarecedora. Na prática, não cabe aos vereadores decidirem onde o dinheiro será aplicado, mas eles podem destinar emendas e também orientar o Executivo quanto às necessidades mais urgentes, sobretudo em Saúde e Educação. Mas, de acordo com Celso Neto, a desorganização na Prefeitura é tanta que alguns vereadores estão desistindo de querer destinar verbas por meio de emendas por desacreditar que o dinheiro vai chegar a quem precisa, tamanha a revolta nos corredores da Casa Legislativa. Resta saber como o secretário de Governo vai jogar uma água benta para pacificar a relação…
Analógico
A propósito, uma das opções seria equipar as unidades de saúde com computadores e demais aparatos tecnológicos para tirá-las da pré-história analógica, fornecendo insumos para facilitar a implantação de prontuários eletrônicos. Vale lembrar que ainda no governo passado já havia uma proposta em desenvolvimento na fase final para a digitalização dos prontuários, desenvolvida pela Codiub, a um passo de implementação. Mas depois que houve a troca de comando da companhia, constatou-se que a solução talvez não atendesse às demandas da Saúde.
Upgrade necessário
Não obstante à presença de computadores nas unidades (que, inclusive, precisam de um upgrade tecnológico), o que falta à concretização do sonho do prontuário eletrônico é o desenvolvimento da ferramenta que realmente cumpra o propósito, uma vez que se destinava somente à solução de parte do problema, que seriam os prontuários eletrônicos. Em verdade, é necessário passar por um sistema que integrasse realmente toda a saúde pública, fazendo com que as unidades de saúde conversem entre si em tempo real, inclusive nos dispositivos móveis nas mãos dos agentes comunitários de saúde, que ficam nas ruas. Se a Codiub não consegue desenvolver um trabalho de tamanha magnitude, que pelo menos assuma a contratação de uma empresa capacitada para tanto. Fato é que, bem intencionado como é, o secretário Sétimo Bóscolo e uma verdadeira comitiva da SMS têm peregrinado em cidades Brasil afora em busca de uma ferramenta que atenda às necessidades uberabenses. Por isso, a expectativa é que em uma dessas encontre a luz no fim do túnel que todos esperamos. Se os parlamentares estão em busca de uma prioridade para a Saúde, esta é uma das principais. Resta saber se vão topar o desafio.
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Para onde vai o dinheiro?
Assustada com o valor da conta de água, decorrente do aumento da taxa de esgoto, leitora da coluna Alternativa questionou a aplicação desses valores na prática do contribuinte. Questionada, a Codau reforçou que “toda a arrecadação oriunda da taxa de esgoto é aplicada em obras para que o sistema de esgotamento sanitário avance e acompanhe o crescimento da cidade. Os recursos são destinados para todas as áreas deste componente, desde a manutenção das redes coletoras, passando pela operação de 14 Elevatórias de Esgotos (todas automatizadas), pelo transporte do dejetos até as ETEs (construção, troca e ampliação de emissários e interceptores), a operação da Estações. Também precisa de investimentos para a construção de uma quarta ETE em Uberaba, já necessária e em fase de projetos”, diz trecho da nota enviada à coluna. Entre os exemplos de investimentos provenientes da tarifa, a Codau citou os mais de 11 mil metros de novas redes de esgoto, emissários e interceptores nos últimos 18 meses, além de 3.320 ligações de esgoto e 10.761 manutenções.
ETE 4
Citada pela Codau, a quarta ETE será implantada na região sul de Uberaba, mas continua em andamento. Fato é que ela está em estudo há pelo menos cinco anos, cuja proposta é melhorar o abastecimento levando em consideração sua posição geográfica. De acordo com a autarquia, a quarta ETE está em fase final de conclusão do projeto básico. A próxima etapa é a elaboração do projeto executivo. E ambos servirão para a formatação do Termo de Referência da ETE para a licitação da obra.