Reunião entre o prefeito Paulo Piau e os empreendedores do Cemitério Parque promete pegar fogo, na terça-feira. Ou eles se enquadram, ou a Prefeitura vai tomar providências. Foi o que prometeu o prefeito Paulo Piau, dizendo que não gostou nadinha da forma como se deu o início das operações do cemitério parque. Piau acredita que houve má vontade por parte dos gestores, na medida em que não informaram à população sequer uma tabela de preços com as opções de pagamento. Não houve orientação também para os atendentes prestarem os esclarecimentos corretos às famílias em situação de vulnerabilidade. E, obviamente, o desgaste foi grande para a administração municipal, na medida em que o cemitério parque iniciou suas operações em pleno período eleitoral, motivando uma verdadeira esculhambação virtual contra o prefeito nas redes sociais. “Os carniceiros foram para as redes sociais e tumultuaram o processo durante a campanha eleitoral” – desabafou o prefeito.
Aliás, os empreendedores do cemitério parque não estão “mal na fita” só com o atual prefeito. A eleita já falou várias vezes que vai rever o contrato e não admitirá monopólio algum no seu governo...
NEM MAIS, NEM MENOS
Enquanto o prefeito de Belo Horizonte volta a impor restrições ao comércio para conter o aumento dos casos de coronavírus na capital, o prefeito Paulo Piau não vê necessidade de adotar nenhuma medida drástica em Uberaba neste final de ano. Mas também não vê razão para ampliar a flexibilização das medidas em vigor, muito embora alguns setores, como o de bares e restaurantes, venham insistindo em ampliação do horário de funcionamento além da meia noite.
HORA MARCADA
Por falar em medidas restritivas, Piau anunciou o fechamento do Parque do Mirante, na Univerdecidade, à meia noite já a partir deste fim de semana. Tudo porque o local está registrando aglomerações constantemente. Dias atrás, a Guarda Municipal precisou recorrer ao uso de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que fazia festa lá, de madrugada.
PRA JÁ
Em entrevista ao Pingo do Jota desta sexta-feira, Piau ainda explicou por que decidiu exonerar os comissionados no dia 30 de novembro e renomeá-los no dia seguinte, manobra esta que lhe rendeu inúmeras críticas. Segundo o prefeito, não seria justo deixar na mão aqueles que o acompanharam por 8 anos, “ralando” com ele na Prefeitura. Além disso, não quis deixar pendência dos acertos para a sua sucessora.
Piau ainda lembrou que quando assumiu o cargo, seu antecessor havia pago as rescisões de poucos comissionados por ele selecionados, deixando todos os demais acertos pendentes. Muitos levaram mais de um ano para conseguir receber o crédito, porque a Prefeitura não tinha dinheiro para fazer os pagamentos.
PRA DEPOIS
Decisão sobre o reajuste da tarifa do transporte coletivo urbano vai ficar para a prefeita eleita. Idem as definições sobre a cobrança do IPTU 2021. Todavia, ele garante que se a equipe de transição decidir por manter os mesmos descontos concedidos este ano, ele não terá problema algum em reeditar o decreto antes do final do seu mandato. Mas a decisão caberá à prefeita eleita.
DECISÃO DE GRUPO
“Não é justo atribuir ao presidente o insucesso do partido” – reagiu Piau ao ser questionado sobre os erros do MDB nas eleições deste ano. Primeiro o partido alimentou várias pré-candidaturas majoritárias, para depois firmar compromisso com outros partidos e oferecer um vice ao Delegado Heli Grilo, aliás, um vice que sequer era nome de consenso no grupo. Mas, segundo o prefeito, as escolhas foram feitas em conjunto.
COMO PERDER UMA ELEIÇÃO
Ainda falando sobre a campanha majoritária deste ano, Piau disse que daria para escrever um livro intitulado “Como perder uma eleição”. Foram tantos erros que, segundo ele, seria impossível vencer o pleito. Pra começar, as decisões teriam de ser compartilhadas com o grupo, tendo sempre em mente que grupo é grupo, para ganhar ou perder, mas sempre junto.
Segundo, entender que pesquisa é feita para orientar a campanha, o que não ocorreu na campanha de Heli Grilo. E, neste ponto específico, as pesquisas indicavam que o Delegado deveria colar sua imagem à do governo, que está bem avaliado. Mas a coordenação da campanha optou por seguir caminho oposto. Tanto assim que Piau se recolheu e não participou da campanha, como sempre ocorre com prefeitos em final de mandato, apoiando seus candidatos.
MAIS ERROS
Piau também considerou que seu grupo político cometeu “erros primários” nesta campanha. Um deles foi deixar o PTB descolar da base, levando Tony Carlos a tiracolo. “Se Tony continuasse no MDB e estivesse bem avaliado nas pesquisas a conclusão lógica é que ele poderia ser a opção do grupo. Falei isso várias vezes a ele” – frisou Piau.
NEM UM, NEM OUTRO
Desmentindo que tivesse dado apoio velado a Tony Carlos, face ao descontentamento com os rumos da campanha do delegado Heli Grilo, Piau foi taxativ “Não abraçaria nem a candidatura do Tony, nem a da Elisa, depois do que eles disseram sobre meu governo” – garantiu, dizendo que ficou muito aborrecido com as críticas e suspeitas que ambos levantaram sobre sua administração.
ESPINHO NA GARGANTA
Dizendo que vai deixar o cargo com a sensação do dever cumprido, Piau lamentou o episódio envolvendo a presença da Polícia Federal na Prefeitura, em cumprimento a mandados de busca e apreensão expedidos na Operação Monturo. Disse que essa foi sua maior contrariedade enquanto prefeito e suspeita que tenha havido motivação política para essa ação. “A PF deveria ter ido atrás das pessoas. Mas não na Prefeitura, que é uma casa sagrada. É ela que ancora os cidadãos e ampara a comunidade. Não poderia ter sido exposta dessa maneira”, desabafou, dizendo que esta operação da PF será um espinho na sua garganta, para o resto da vida.
