Shopping Uberaba reage a princípio de tumulto no rolezinho

E os rolezinhos, hein?

É bacana ver o poder de mobilização da moçada hoje em dia através das redes sociais. É legítimo que os jovens queiram mais, tenham sonhos, lutem pela ascensão social. Mas o que deixa os adultos apreensivos com relação aos rolezinhos não é essa capacidade de articulação, nem a motivação legítima dos movimentos sociais. É a forma como alguns estão se aproveitando dos rolezinhos para “aprontar” e, consequentemente, maculando o movimento. Nas manifestações de rua contra o aumento das passagens de ônibus no ano passado, a infiltração de arruaceiros manchou o movimento. E agora os rolezinhos estão enfrentando problema parecido...

Motivação além do consumo

A antropóloga gaúcha Rosana Pinheiro Machado faz sucesso na internet com o artigo “Etnografia do rolezinho”. Professora de Antropologia do Desenvolvimento na Universidade de Oxford, desde 2009 ela pesquisa a relação entre “bondes” e consumo de grifes. Segundo Rosana, “esse fenômeno político nos revela o óbvi a segregação de classes brasileiras, que grita e sangra. O ato de ir ao shopping é um ato polític porque esses jovens estão se apropriando de coisas e espaços que a sociedade lhes nega dia a dia”. Quem sabe no futuro essa moçada possa usar as redes sociais também para articular um movimento de apoio aos velhinhos abrigados em asilos, promovendo recreação, tardes de leitura e entretenimento para eles?

MEDO DE CONFUSÃO

Os shopping centers brasileiros resolveram reagir à onda de rolezinhos. Muitos estão recorrendo a medidas judiciais, diante do temor de saques, furtos e confusão causada pela multidão de adolescentes que provocam correria pelos corredores e assustam lojistas e consumidores. No Rio de Janeiro, tanto o Shopping Leblon quanto o chique Rio Design não abriram no domingo. Mas enfrentaram protestos populares nas calçadas próximas.

Tumulto – Shopping Uberaba também reagiu ao princípio de tumulto na cancela da rua Ituiutaba, verificado no sábado à noite. Segundo sua assessoria, o Shopping conseguiu evitar a invasão do centro de compras por um grupo de aproximadamente 200 jovens. Pouco antes, cerca de 1.300 pessoas haviam confirmado presença, pelo Facebook, no chamado “rolezinho” programado para aquele local. Os clientes do Shopping Uberaba não perceberam a confusão do lado de fora.

Violência – O problema do rolezinho de sábado, no Shopping Uberaba, foi que o movimento não se mostrou pacífico, como é de se esperar do rolezinho genuíno. Revoltados por não conseguir entrar no Shopping, alguns adolescentes chutaram carros de clientes e xingaram os policiais. Diante disso, o Shopping Uberaba vai intensificar o rigor no controle das portarias, exigindo a identificação por meio da apresentação de documentos e não permitindo a entrada de menores desacompanhados dos pais. Está inclusive amparado por medida judicial.

Blitze de volta

A Settrans volta com as blitze educativas no trânsito de Uberaba. Os primeiros alvos serão as ruas do centro e bairros São Benedito e Valim de Melo. No entanto, não basta fazer paradas educativas. É preciso sinalizar melhor as ruas de Uberaba e manter vigilância permanente. Pra ficar num exempl na rua Hildebrando Pontes, quase esquina com avenida Alexandre Barbosa. Ali existe uma placa de estacionamento proibido desrespeitada diariamente por motoristas de automóveis, caminhões e até carroças. E fica por isso mesmo, porque não existe fiscalização, autuação, guincho para tirar os veículos do local...

Alô, Fumacê!

Onde anda o Fumacê, gente??? Os pernilongos estão praticamente nos “carregando”...

Posse

Temporada de solenidades de posse nas associações de classe. Dia 24 será a da Girolando. E dia 27 a posse da nova diretoria da Aciu, que manteve Manoel Rodrigues Neto na presidência, mas renovou um terço dos seus companheiros para o próximo biênio.

Exposição desnecessária

Em que pese terem acabado os trotes violentos, calouros da Medicina continuam padecendo com a ridicularização por colegas veteranos. São obrigados a usar uma horrível boina verde em pleno verão e portar um crachá com apelidos jocosos. Pra que isso?

Dinheirama

Os Jogos Olímpicos Rio 2016 vão custar cerca de R$7 bilhões apenas para colocar “o circo em funcionamento”. O orçamento não inclui gastos das três esferas de governo na construção de infraestrutura, alguns equipamentos esportivos e despesas com segurança externa. Pois é. Não seria mais coerente o governo investir essa dinheirama toda para criar alternativas de diversão para os jovens brasileiros que hoje fazem rolezinhos nos shopping centers em protesto (também) contra a falta de opção de lazer? Não seria mais coerente o governo ouvir esses adolescentes para saber o que eles querem e dar uma resposta efetiva a eles?

ENCONTRO DE JOVENS

Nessa onda de rolezinhos, a presidente da Fundação Cultural de Uberaba foi rápida e anunciou ontem mesmo a formatação de um grande encontro cultural voltado para os jovens. Evento será no fim de março. Segundo Sumayra Oliveira, a Fundação já estava trabalhando nesse projeto, mas os rolezinhos aceleraram a viabilização do encontro cultural voltado para os jovens.