ALTERNATIVA

Sucesso nas urnas vai depender de pesquisa séria, alerta Fabiano Elias

Lídia Prata
Lídia Prata
Publicado em 13/02/2024 às 18:18Atualizado em 14/02/2024 às 20:21
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Candidato que não fizer pesquisa qualitativa séria e não souber interpretar os resultados, pode tirar o cavalinho da chuva nas eleições majoritárias deste ano. Esta é a conclusão a que se chega a partir da sensacional entrevista concedida pelo experiente analista político Fabiano Elias ao programa O Pingo do Jota desta terça-feira gorda de carnaval. Candidato que quiser se eleger terá de montar sua campanha com base nos indicadores que as pesquisas apontarem como prioridades para os eleitores. “Essa conversa de candidato dizendo que tem um sobrinho que faz post muito bem não dá. O menino pode fazer post bonitinho, mas não entende nada de estratégia” – alertou Fabiano Elias.

SOLA DE SAPATO
Fabiano falou com todas as letras que tem muita gente iludida com curtidas nas redes sociais, mas que isso não se traduz em votos. Talvez embalados pelo fenômeno eleitoral do deputado federal Nikolas, alguns candidatos andam exagerando na exposição pessoal na internet. Para esses, Fabiano Elias chamou a atenção que o trabalho off-line é tão ou mais importante do que o on-line. Nada substitui o contato pessoal do candidato com o eleitor. Ou seja, é preciso gastar sola de sapato e muita saliva.

QUAL É O SEU?
Fabiano Elias tem uma teoria muito interessante sobre o perfil dos vitoriosos nas eleições para prefeito, governador, Presidente da República. Segundo ele, há três tipos de candidatos em toda eleição majoritária. O popular, que dá tapinhas nas costas do eleitor. O herói, aquele que se apresenta como o salvador da pátria. E o pai/mãe, sempre pronto a acolher o eleitor e oferecer o “colo”. As pesquisas são capazes de mostrar qual é o tipo de candidato desejado pela população naquele momento.

MUDANÇA
Em 2020 as pesquisas mostraram claramente o desejo de mudança por parte do eleitor, apontando que um nome novo teria chances reais de vitória nas urnas, como se viu com Elisa. Naquela época, Fabiano contou ter recebido um telefonema do saudoso Rodrigo Mateus, que era outro grande estrategista político, dizendo que o nome de Rochelle Bazaga seria uma excelente opção, mas a candidatura dela a prefeita não se confirmou. 

TETO X REJEIÇÃO
Indagado sobre a possibilidade de reverter o “teto” de votos, assim como a rejeição de candidatos, Fabiano Elias deixou claro que ambos podem ser neutralizados a partir de estratégias políticas corretas. Mas é preciso que o candidato tenha humildade e faça o trabalho correto. Segundo ele, tanto o teto, quando a rejeição são ditados por sentimento das pessoas em relação aos candidatos e, aí, ele lembra que “voto tem muito de emoção”. Além disso, Fabiano alerta que rejeição acima de 50% aproxima-se do ódio ao candidato. Aí fica difícil de reverter.

QUADRO DIFERENTE
Na eleição para vereador, a situação é um pouco diferente, na opinião de Fabiano Elias. Primeiro, porque ele considera impossível dizer para os candidatos bancarem uma pesquisa qualitativa, que custaria algo em torno de R$ 400 mil para aplicação de cerca de 75 mil questionários. Mas ele lançou uma dica de ouro pelo 0800: devem ter um time de 70 lideranças que possam conseguir 30 votos para o candidato, totalizando 2.100 votos e garantir sua eleição. Nesse particular, os vereadores saem na frente dos candidatos sem mandato, porque já contam com um time de assessores parlamentares para fazer esse trabalho nos bairros...

QUEM SÃO?
Essas lideranças sugeridas por Fabiano Elias aos candidatos a vereadores são formadores de opinião, como barbeiros, manicures, treinadores de times de base e até os dentistas, que podem influenciar os pacientes enquanto estiverem em tratamento no seu consultório, por exemplo. O candidato vai precisar identificar aqueles que poderão “falar bem” dele.

DISPUTA FERRENHA
Disputa eleitoral para a Câmara deve ser ferrenha este ano, em Uberaba. O salário de R$ 20 mil, a partir de 2025, vai fazer com que a eleição seja extremamente concorrida. E, se o candidato fizer os cálculos, pode até compensar investir os R$186 mil permitidos pela legislação eleitoral para o custeio da campanha, porque em menos de 10 meses irá recuperar o dinheiro investido.

RENOVAÇÃO
Se Fabiano Elias estiver certo, cerca de 40% dos atuais vereadores não deverão se reeleger este ano. Pelos seus cálculos, Uberaba deverá ter de 150 mil a 160 mil votos válidos. Isso significa que serão necessários entre 7.100 e 7.500 para eleger um vereador. Para alcançar esse total, os partidos terão de somar os votos dos seus candidatos. Aqueles partidos que não tiverem um quadro com candidatos de 400 a 700 votos, cada, poderão ficar de fora da composição do próximo Legislativo, ou não eleger os 3 ou 4 vereadores que andam pretendendo. Por isso, Fabiano recomenda aos montadores de chapas que tenham muita responsabilidade para lidar com o sonho das pessoas...

CAMPEÕES
Fabiano Elias não tem dúvida, porém, de que Thiago Mariscal será um campeão de votos em outubro. “Mariscal representa o voto da indignação. Na eleição passada, enquanto os eleitos estavam na praia descansando no dia 31 de dezembro, ele estava lá na UPAs, lançando vídeo de protesto na internet. O povo se identificou com ele”. Além de Mariscal, Fabiano acredita que a presidente do PL, Ellen Miziara, poderá ser outra campeã de votos. Ellen representa a direita mais afinada com o ex-presidente Bolsonaro e teve expressiva votação na campanha para deputada, saindo fortalecida das urnas, mesmo não se elegendo.

DANÇA DA CADEIRAS
Passado o carnaval, poderá haver uma nova dança das cadeiras no governo municipal. De um lado, detentores de cargos comissionados terão de se desincompatibilizar para disputar eleições, achando bom ou não. De outro, o rodízio poderá ser imposto pela necessidade de acomodação das indicações políticas dos partidos aliados. Essa análise é de Fabiano Elias, também.

AGORA VAI?
Por falar em carnaval, não será surpresa se o presidente da Fundação Cultural, Cássio Facure, se desincompatibilizar do cargo em abril para sair candidato a vereador.

NOVO MODELO
Carnaval deste ano deu ibope, tanto nos desfiles dos bloquinhos no centro da cidade, quanto nos shows noturnos na praça da Mogiana. Pequenos ajustes podem ser pensados para 2025: agilizar o acesso do público ao local dos shows, colocando mais portões de entrada, detectores de metal para substituir a desagradável revista manual, e evitar longos intervalos entre um show e outro. A localização dos pontos de vendas de alimentos e bebidas também precisa ser repensada. Aliás, talvez seja interessante terceirizar a organização do carnaval, através de parceria com a iniciativa privada, de modo a tornar o evento mais abrangente na região. O sucesso da CIA, realizada pela EXP Produção, fala por si só. E tira a dor de cabeça que esses grandes eventos causam ao Poder Público...

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