ALTERNATIVA

Troca de hidrômetros vai parar no judiciário

Lídia Prata
Lídia Prata
Publicado em 14/08/2023 às 15:23Atualizado em 16/08/2023 às 20:11
Compartilhar

Caberá à juíza Régia Ferreira de Lima decidir a ação popular proposta pelo vereador Marcos Jammal contra a Codau, questionando a troca dos hidrômetros em Uberaba. A ação foi protocolada na sexta-feira, com pedido de liminar para suspender novas trocas programadas pela companhia de águas. Na ação, Jammal destaca que “contrariando as informações disseminadas pela Codau, descobri que a substituição obrigatória de hidrômetro a cada 6 ou 7 anos não é uma exigência do Inmetro, como a autarquia alega. O que se torna obrigatória, conforme o Inmetro esclareceu, é a aferição periódica desse dispositivo para garantir a exatidão nas medições de consumo. Esse processo é que é vital para manter a confiabilidade das cobranças”.

UM PRA CADA
Em entrevista ao programa O Pingo do Jota desta segunda-feira, o vereador Marcos Jammal salientou que o processo de substituição dos hidrômetros envolve cinco contratos diferentes. Um deles para a compra de 70 mil hidrômetros propriamente ditos. Outro para compra de lacres, um terceiro contrato para compra de veda-rosca, o quarto contrato para a execução do serviço de troca dos equipamentos e o último, para o descarte dos hidrômetros antigos.

MARCAÇÃO PREOCUPANTE
O vereador contou que esteve no almoxarifado da Codau e vistoriou pessoalmente uma caixa lacrada de hidrômetros comprados pela companhia. Segundo Jammal, dos 12 aparelhos da caixa, nenhum estava zerado, sendo que um deles mostrava consumo de 8 metros cúbicos antes de ser instalado. Ou seja, o consumidor que recebeu esse hidrômetro já teria pago pelo menos esses 8 metros cúbicos sem consumi-los. Todos os outros hidrômetros dessa caixa estavam na mesma situação, cada qual mostrando um consumo diferente, inexplicavelmente.

DESCARTE QUESTIONÁVEL
Por outro lado, Jammal ressalta que o descarte dos hidrômetros antigos feitos pela Codau inviabiliza eventual perícia para saber se seria ou não necessária a troca. Para ele, esses equipamentos deveriam ter passado por um processo de aferição, antes de qualquer outra medida, fosse a substituição justificada por real necessidade,  fosse o descarte. Mas tudo coberto por um laudo técnico, o que não ocorreu. Detalhe: os hidrômetros estão sendo descartados por quilo, com preço girando em torno de R$ 7.

O OUTRO LADO
Logo no início da manhã, quando o vereador Marcos Jammal divulgou uma carta à população informando sobre a propositura da ação popular, a produção do Pingo do Jota entrou em contato com a assessoria de imprensa da Codau, para se manifestar. Todavia, o posicionamento da companhia não foi apresentado até o encerramento do programa, nem até o fechamento da coluna.

Por outro lado, o ex-vice-prefeito Moacyr Lopes espontaneamente argumentou que o vereador Marcos Jammal está agindo por motivação político-eleitoral e que o marco zero do saneamento obriga a troca dos hidrômetros. Jammal obviamente negou a acusação e garantiu que não há essa obrigatoriedade, apenas recomendação em caso de necessidade.

QUESTÃO DE EFICIÊNCIA
Defensor da troca de hidrômetros, Moacyr argumenta que esse processo está relacionado à eficiência na medição e no combate às perdas aparentes. “Todas as companhias têm de atender aos índices de eficiência trazidos no marco legal e nas normativas da Agência Nacional de Água, a ANA. A Codau tem o respaldo da agência reguladora para a troca de hidrômetros” – destacou.

CUSTO ALTO
Ainda de acordo com Moacyr, a aferição custa mais caro do que a troca. O preço da aferição gira em torno de R$ 190 por aparelho, enquanto a troca sai a R$ 65. Além disso, para fazer a aferição é preciso retirar o hidrômetro do local e levá-lo para análise, o que seria um transtorno, já que há previsão para a troca de 70 mil hidrômetros em Uberaba...

MUITO CARA
Sem entrar no mérito de quem tem razão nessa discussão técnica envolvendo a troca dos hidrômetros, uma coisa é certa: não se acha em Uberaba um único consumidor que reclame do encarecimento excessivo da conta de água no governo Elisa. Pelo menos uma explicação convincente precisa ser dada à população.

QUEM DISSE?
“Não quero hipotecar apoio agora. Não é hora para isso”. Essa foi a resposta do ex-prefeito Anderson Adauto quando questionado se poderia apoiar Elisa à reeleição. De acordo com Anderson, nessas tratativas sobre gasoduto e polo gás químico os dois têm tido bom relacionamento. Mas isso não significa apoio à reeleição da prefeita. “Não concordo com o discurso dela. Temos divergência ideológica. Reconheço que ela foi coerente com o discurso de mudança e entendeu o projeto do polo gás químico, está empenhada nele, colocou o Rui no circuito e as coisas estão evoluindo bem” – destacou Anderson. “Ela poderia atrapalhar ou não se envolver, como já aconteceu no passado. Mas está empenhada em fazer acontecer” – arrematou.

CALMA, PESSOAL!
A propósito da eleição municipal do ano que vem, Anderson foi direto ao ponto: “Se eu quiser ser candidato a prefeito eu vou ser e não devo satisfação a ninguém”. Deixou, claro, porém, que já ocupou o cargo por 8 anos e não está empolgado com a ideia de voltar a ser prefeito. Aliás, Anderson fala que não tem entrave judicial a uma eventual candidatura sua em 2024. “Ainda tenho duas ações pendentes, ambas com possibilidade de acordo judicial”, garantiu. Portanto, vão continuar pipocando as expectativas e as especulações se ele virá a prefeito ou não.

RUMO AO SENADO
Em “bocas de Matilde”, fala-se que Anderson pretende disputar cadeira no Senado, em 2026, descartando a hipótese de sair candidato a prefeito no ano que vem. A conferir.

“ELISA BEACH”
Vejam como são as coisas: nas redes sociais muita gente ironizou a proposta do governo municipal de criação de uma praia pública às margens do Rio Grande e até nominaram o projeto de “Elisa beach”. Mas esse projeto não é nenhuma novidade. Tanto que a prefeita fez questão de homenagear o ex-vereador Massuó Machyama quando apresentou o projeto do complexo turístico, dando a “paternidade” da ideia a ele. Tem mais: em 2016, ainda no governo Paulo Piau esse assunto também foi divulgado pelo Jornal da Manhã, destacando a intenção do governo de criar uma praia de água doce com cerca de 3 km de extensão, além de restaurantes, hotéis e outras opções de lazer. Implantar um complexo turístico naquela região entre a antiga ponte do rio Grande a fronteira com Água Comprida já está na pauta dos governos municipais há muito tempo. Precisamos torcer para dar certo, isso sim.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por