Uberaba entra na onda roxa a partir de 6h deste domingo

Atualizada às 13h25 de sábado, 06 de março

Com apenas um leito de enfermaria disponível para pacientes Covid neste sábado, no Hospital Regional, o Governo do Estado vai incluir Uberaba na onda roxa a partir das 6h deste domingo. Decisão foi informada à prefeita Elisa agora de manhã pelo governador Romeu Zema. A onda roxa estabelece, dentre outras restrições, fechamento total do comércio, exceto serviços essenciais como farmácias, bancos e supermercados, e toque de recolher a partir das 20h até as 5h do dia seguinte.

ADERIU

Pouco importa que tenha sido depois do horário limite, mas o fato é que Uberaba aderiu ao consórcio de municípios liderados pela Frente Nacional de Prefeitos para a compra de vacinas contra Covid. Prefeita Elisa chamou os 21 vereadores ao seu gabinete no início da noite desta sexta-feira para anunciar a adesão, atendendo, assim, ao apelo dos legisladores. Esta semana, o vereador Marcos Jammal teve a iniciativa de sensibilizar seus pares e, juntos, os 21 vereadores assinaram um ofício pedindo que a prefeita aderisse a esse consórcio. Ponto para Jammal, nessa batalha pela vida de todos nós. 

AVALIAÇÃO

Na segunda-feira haverá uma nova reunião do Comitê Técnico de enfrentamento à Covid para avaliação dos números dos últimos 15 dias. Na pauta das discussões estarão também várias propostas apresentadas por representantes da sociedade civil organizada durante videoconferência realizada na manhã desta sexta-feira com a prefeita Elisa. Uma das propostas envolve a parceria da iniciativa privada para o transporte de seus empregados nas próximas duas semanas, de modo a evitar as aglomerações que hoje são vistas no transporte coletivo. A medida não é obrigatória, obviamente. Mas as empresas que puderem arcar com os custos da locação de vans, ou outro meio de transporte, certamente estarão preservando a vida de seus colaboradores nesse momento crítico da pandemia. Além do mais, serão apenas 15 dias.

GRANDE DESAFIO

Evitar a aglomeração no transporte coletivo tem sido o maior desafio do governo Elisa no enfrentamento à pandemia. A prefeita reconhece que todos estão quebrando a cabeça para encontrar soluções, mas muitas das alternativas esbarram em obstáculos contratuais com as concessionárias, como no caso de permissão para a circulação de vans para transporte de passageiros nos horários de pico. Mudar o horário de funcionamento do comércio foi outra sugestão que chegou a ser tentada, mas não deu certo. Já a proposta de rodízio de funcionamento das empresas por ramo de atividade comercial a prefeita considera que poderia gerar muita confusão. Por isso, a ideia que ganhou mais adesão dos líderes classistas é a iniciativa privada bancar de alguma forma os custos do transporte de seus funcionários por 15 dias. 

HORA CERTA

A prefeita Elisa explicou também que há impedimento legal para a adoção da proposta de suspender o passe livre dos idosos. Elisa lembrou que no governo Paulo Piau esta iniciativa chegou a ser adotada, mas foi derrubada por liminar judicial. No entanto, ela ficou de estudar com sua assessoria jurídica a sugestão feita pelo presidente da OAB/Uberaba, Eduardo Azank, no sentido de limitar temporariamente o horário de validade do passe livre dos idosos, considerando a situação extraordinária imposta pela pandemia. Assim, os horários de pico de movimento ficariam proibidos para idosos.  

MÃOS DADAS

Lideranças setoriais saíram da reunião virtual com a prefeita compromissadas em levantar recursos para compra imediata de kits de testes rápidos, equipamentos e medicamentos para serem doados ao município. Se esses itens tiverem de passar pela burocracia do Poder Público, poderão demorar muito para serem comprados. Daí a parceria da iniciativa privada.

TENTATIVAS 

Esquema de transferência de pacientes entre os hospitais de Uberaba será definido na segunda-feira, numa nova rodada de reunião entre o secretário municipal de Saúde, Sétimo Bóscolo Neto, e diretores dos hospitais envolvidos. Desta vez não haverá a participação das operadoras dos planos de saúde. O primeiro passo foi dado na quinta-feira, quando ficou acertado que pacientes não-Covid serão transferidos do Hospital Mário Palmério para o Hospital de Clínicas da UFTM. Com esse remanejamento, novos leitos de enfermaria serão abertos no Mário Palmério para tratamento de pacientes Covid. 

ENTRAVES

Inicialmente a intenção era transformar o Mário Palmério num hospital 100% Covid, mas, segundo o secretário municipal de Saúde,  há entraves que impedem a viabilização desse projeto.O MPHU atende a gestantes de alto risco e sua maternidade está preparada para esse público. Uma das alternativas em estudo seria transferir para outros hospitais esse atendimento.

HÉLIO ANGOTTI COMO OPÇÃO

Em entrevista ao programa O Pingo do Jota desta sexta-feira, o secretário Sétimo Bóscolo Neto não descartou o aproveitamento do Hospital São José numa eventualidade, mas disse que antes dessa opção há outras mais viáveis e menos dispendiosas para o município. É o caso, por exemplo, do Hospital Hélio Angotti, cuja direção já disponibilizou um andar inteiro para receber pacientes não-Covid. São 22 leitos novinhos, no 7º andar, onde seria necessário apenas instalar chuveiros e equipar com colchões. Por outro lado,  pelo menos por enquanto a Prefeitura não pensa em abrir um hospital de campanha em Uberaba.

MAIS OPÇÕES

Outras opções para o atendimento a pacientes Covid é uma ala totalmente isolada do Hospital de Clínicas, com aproximadamente 15 leitos. Algumas adaptações precisam ser feitas, mas as tratativas com a direção do HC estão bem adiantadas, segundo o secretário Sétimo Bóscolo Neto. Se tudo der certo, a rede hospitalar de Uberaba terá o acréscimo de cerca de 100 leitos para atender pacientes Covid. Vale destacar que toda essa engenharia de transferência de pacientes daqui pra ali é uma tentativa de evitar o colapso na assistência hospitalar aqui, como aconteceu em Uberlândia e Patos de Minas, que agora enfrentam a onda roxa do Minas Consciente.

CADA UM NA SUA

Ainda de acordo com o secretário de saúde, na segunda-feira haverá uma reunião com representantes das cidades vizinhas, para afinarem a viola. A princípio, a ideia é reter os pacientes Covid nas próprias cidades, para aliviar a rede hospitalar de Uberaba. Profissionais dessas cidades poderão ser treinados aqui para prestar o atendimento semelhante ao nosso, em especial nos municípios que contam com hospitais, como é o caso de Frutal. Aliás, Frutal mandou 27 pacientes para Uberaba em fevereiro, sendo 4 para UTI e o restante para enfermaria. Boa parte deles poderia ter sido tratada lá.

SEM GARANTIA

Mesmo com todas as medidas planejadas para o remanejamento de pacientes e abertura de novos leitos hospitalares exclusivos para pacientes Covid, não há garantia alguma de que Uberaba ficará livre do enquadramento na onda roxa, que é extremamente restritiva. Na avaliação do secretário municipal de Saúde, tudo vai depender do comportamento da população nos próximos dias, assim como da evolução da pandemia na cidade. Se os números de infectados e de óbitos continuar subindo, assim como a taxa de ocupação dos leitos hospitalares, Uberaba poderá, sim, ter de enfrentar a temida onda roxa.”Estamos tentando acudir para evitá-la”, salienta o secretário Sétimo.

NAS RUAS

O caminhão pipa da Codau continua trabalhando na desinfecção de locais públicos e deve intensificar sua atuação, segundo o presidente José Waldir.  Segundo ele, o líquido desinfetante usado na atividade é formado pela mistura de hipoclorito de sódio e peróxido de hidrogênio, que juntos geram uma solução oxidante, ideal para a desinfecção de superfícies. A concentração desta solução segue os parâmetros da Organização Mundial de Saúde e foi calculada pelo próprio José Waldir, que é engenheiro químico. São usados 30 mil litros dessa mistura por dia na cidade, incluindo terminais de ônibus e estações do BRT, ruas de acesso a hospitais e  unidades de saúde, rodoviária, praças, calçadão, mercado municipal e outros locais públicos de grande movimentação.

MAIS AÇÃO

Ainda de acordo com o presidente da Codau, para reforçar essas ações, equipes da empresa terceirizada de coleta de lixo, a Lara Central de Tratamento de Resíduos, se juntaram nesta tarefa de desinfecção. O pessoal realiza o trabalho com borrifadores costais, desinfetando ambientes coletivos onde há bancos, corrimãos, banheiros, locais de passagem e outros pontos que podem servir de transmissão do vírus.