Gê Alves – redatora interina
Gealves13@gmail.com
Pegando fogo
A coisa anda quente lá pelos lados do PR. Corria à boca pequena ontem que ação estaria sendo orquestrada e mexeria em muito com os ânimos na sigla em Uberaba, no que seria uma rasteira. O PR tem uma bancada bastante densa na Câmara Municipal: Samuel Pereira, Almir Silva, Denise Max e Kaká Carneiro. Presidido pelo empresário Mário Vilmair, a sigla tem como grande líder na cidade, embora sem mandato, o ex-deputado Aelton Freitas. Recentemente, especulou-se que empresário da construção civil seria o presidente pelas mãos do ex-deputado. Ainda mais recente é o tititi de que empresários estariam indo em grupo para o PR pra lançar candidato a prefeito.
Tá fora!
Embora dizendo que não sabia de nada, o vereador Samuel Pereira não escondeu sua insatisfação com o partido e informou, acionado pela coluna, que vai deixar o PR, o qual integra faz 11 anos. “Quero nem saber deste partido.” “Detesto este partido.” “Se Deus quiser, vou ficar livre deste partido.” Foram três frases ditas por Samuel Pereira à colunista. Ele reclama que nunca teve apoio da sigla e diz que sempre foi colaborador, inclusive mensalista, com 3% do salário. “Até então não quero atrito”, disse, no que me soou sintomático. Samuel diz que oficializa a batida em retirada em março, na janela eleitoral, e que não sabe onde se abrigará. E mais, afirma que era para ter tomado esta decisão em 2016, “mas infelizmente” continuou. Com relação aos vereadores do PR, diz que a convivência é “nota mil”.
Hum....
Samuel rechaça a pergunta da colunista se teria havido compromisso dos Portelas (Lincoln e Léo – deputados federal e estadual) em lhe confiar o comando da sigla. Isso sempre foi muito comentado e parecia fazer sentido, haja vista que são do PR, têm mandatos, tiveram votos em Uberaba, são evangélicos e muito próximos a Samuel. Lado outro, muitos apostavam que, mesmo que tivesse havido tal conversa, seria muito pouco provável que ela se concretizasse por conta da “força” de Aelton Freitas, mesmo sem mandato, junto a lideranças nacionais da sigla. Sobre o ingresso de empresários, Samuel conta que também ouviu dizer, mas que não sabe. “Se vão, que façam bom proveito. Tô nem aí para partido, nem para empresário. Não dependo deles. Dependo do meu segmento e da população.” Detalhes: Samuel disse que não estava nervoso, nem alterado. Sua voz demonstrou normalidade, o que é diferente de tranquilidade. Ele chegou a vice-presidente do PR em um projeto político que – ele mesmo admite – não deu certo.
Saúde financeira
O esperneio de empresa alijada de certame do Codau para as obras da represa da Prainha só fez mesmo atrasar o serviço. Ontem o Tribunal de Justiça revogou liminar. Com isto o presidente da companhia, Luiz Neto, determinou imediata remontagem do canteiro de obras. À coluna ele contou que a Codau hoje atrai interesse de grupos de todo o país e consegue, em média, executar obras 25% mais em conta porque paga em dia. Quanto às licitações, aponta para análise jurídica profunda e rigorosa avaliação geral, inclusive societária, mostrando, segundo ele, preocupação com a segurança de que a obra vai ser concluída e com qualidade.
Água, água, água
Luiz Neto estava que era pura euforia, ontem, não sem motivo. Além do sinal verde do Judiciário para retomar a obra da Prainha, a cidade passou a seca sem desabastecimento. Situação bem diferente de cidades da região, como Uberlândia, Sacramento e Coromandel, com casos, inclusive, de intervenção do Ministério Público. Uberaba, diz Luiz Neto, comemora o sexto ano sem um dia de falta de água em massa. Os dados do Codau mostram demandas de falta do produto de 0,06%, o que equivale a menos de três pessoas por dia em média por questões pontuais, como intervenções. O caso maior foi no Terra Nova, por problemas internos do local. Vamos combinar que quando não falta água a gente nem percebe, acha normal. Mas, quando olhamos para boa parte da região e vemos quase calamidades, temos que reconhecer o privilégio de passar a seca rigorosa sem desabastecimento. “A gente agradece ao uberabense e reconhece a eficiência da Codau”, comemorou Luiz Neto.
De volta
Jurista e membro do Ministério Público Federal desde 1984, José Bonifácio Borges de Andrada volta a responder pela Vice-Procuradoria-Geral da República. Ele, que foi vice de Rodrigo Janot, foi agora escolhido pelo novo procurador-geral, Augusto Aras. Boni – que atuou também como advogado-geral da União no governo FHC e advogado-geral de Minas na gestão de Aécio Neves – figurou juntamente com Aras entre os preferidos de Bolsonaro para o comando da PGR.
Não-ficção
Falando em Rodrigo Janot, que, com sua declaração de pensamento homicida-suicida pretérito, tendo como alvo o nada querido ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tocou o terror no mundo político, na prática exerceu uma bela jogada de marketing. Sua obra escrita com os jornalistas Guilherme Evelin e Jailton de Carvalho, “Nada menos que tud bastidores da operação que colocou o sistema político em xeque”, em mais de 200 páginas de narrativas pessoais, acabou em domínio público por vias oblíquas, sendo distribuída a rodo em aplicativos de mensagens instantâneas.
Adorei
“Se o Janot está sendo investigado por ter pensado em matar, a punibilidade deveria ser extinta pela morte, por ele ter pensado em se suicidar.” À minha visão, perfeito o comentário do procurador da República no Paraná, Adriano Fernandes, pelo Twitter. Afinal, cadê o crime!? Pensar? Contar que pensou? O que não se justifica, acredito, é o desespero do STF com medidas de ofício, extremamente radicais e a toque de caixa ante a relato, via entrevista, de manifestação de pensamento delituoso passado não consumado, ou seja...
Inspeção
O Tribunal de Justiça está com equipe em Uberaba fazendo inspeção técnica de fiscalização dos serviços notariais e de registro. A atividade vai até sexta-feira. A Corregedoria Geral de Justiça verifica a regularidade e conhecimento de denúncias, de reclamações ou de sugestões apresentadas. O trabalho foi ordenado pela portaria 6.186, assinada pelo corregedor-geral, desembargador José Geraldo Saldanha da Fonseca.
A nota de ontem sobre o apelo do secretário de Governo, Luiz Dutra, sobre a colocação de lixo para coleta em dias corretos deu repercussão. Choveu de gente informando pontos críticos, mandando fotos, defendendo multas etc. A colunista já estava com foto e nota para hoje sobre a questão das lixeiras e um leitor fez também observação a respeito. Disse que em muitos casos os catadores e pedintes manuseiam as lixeiras, reviram tudo e jogam o restante no chão, destruindo as sacolas e às vezes recolocando no cesto todo o material esparramado. Tem toda razão. Tem morador que põe lixo a granel nas lixeiras, tem catador que bagunça tudo. Ainda sobre lixeiras, leitor comenta que, quanto à ação de terceiros sem noção, advertir é perigos “E ainda podemos ser reprimidos. Isso quando não jogam na frente da sua casa, em sinal de protesto”. Em outros casos, relatos de que os próprios lixeiros, na pressa, não levam todo o conteúdo depositado, deixando para o próximo dia de coleta. É ... tem de tudo!