ALTERNATIVA

Vice-prefeito defende captação de água do rio Grande e alerta sobre rede de esgoto

Lídia Prata
Lídia Prata
lidiaprata@jmonline.com.br
Publicado em 23/09/2021 às 20:03Atualizado em 18/12/2022 às 16:04
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TEMA ANTIGO 

Acredite, se quiser: em 1992 a Codau contratou uma empresa chamada Leme Engenharia para elaborar um projeto básico de captação de água no rio Grande. Já naquela época, Uberaba enfrentava crise hídrica. Mas o assunto não evoluiu e até hoje, décadas depois, ainda padecemos com a seca e com a falta de uma solução definitiva para o abastecimento da cidade. ALTERNATIVAS De lá pra cá, outras alternativas foram surgindo, inclusive a Barragem da Prainha. Depois de se debruçar sobre os documentos, o vice-prefeito, Moacyr Lopes, identificou que, em 15 de abril de 2003 (governo Marcos Montes), a Codau assinou contrato no valor de R$90 mil para os estudos preliminares e projeto básico de barragem de regularização do Rio Uberaba, incluindo adequação dos projetos básicos de captação do Rio Grande. Ou seja: a ideia da Barragem da Prainha já atingiu a maioridade!  DE VOLTA AO PASSADO Aqueles estudos de 2003 apontaram a necessidade de construção de três barragens, e não apenas da Prainha, sendo uma no ribeirão Carioca e outra no Córrego da Alegria. Mais recentemente, a Codau optou por fazer a obra da barragem da Prainha e licitou o projeto. No entanto, segundo Moacyr, o projeto de 2003 não foi atualizado. Hoje, essa necessidade se tornou evidente. Por outro lado, o vice-prefeito defende que as outras duas barragens sejam executadas também, para preservação do rio Uberaba. E OS ANEXOS? Em entrevista à Rádio JM nessa quinta-feira, o vice-prefeito destacou ainda que a obra da barragem da Prainha vinha sendo executada também sem os projetos complementares, que deveriam ser entregues pela Codau à empreiteira. Mas não o fez. A empreiteira chegou a notificar a Codau para fornecê-los, sem sucesso. Uma das notificações foi feita em 2019 e a outra, em junho de 2020, na qual a construtora alega ter conseguido apenas fazer a limpeza do terreno e terraplanagem. Esses projetos estão sendo feitos agora, ao custo de R$1,6 milhão. QUEBRA-CABEÇAS O que não dá para entender é como uma empreiteira vence uma licitação pelo menor preço para executar uma obra sem projeto? Orçamento é matemática. Preço é feito em cima de cálculo sobre o custo de materiais, horas trabalhadas, etc. Se não tem projeto, como calcular o preço do serviço e começar a executá-lo? Difícil de montar esse quebra-cabeças na obra da Barragem da Prainha, sinceramente. SOLUÇÕES PALIATIVAS Vice-prefeito defende ardorosamente a captação de água no rio Grande como solução definitiva para o abastecimento da cidade. Tanto assim que, na segunda-feira (27), a Prefeitura vai realizar uma espécie de audiência pública para tratar desse assunto com representantes da sociedade civil, mostrando, inclusive, que esta solução pode ser mais barata do que a transposição de água do rio Araguari, defendida pelo Instituto de Engenharia do Triângulo Mineiro. Como essa obra é demorada e cara, o governo municipal vai detalhar a proposta de soluções paliativas para minimizar os efeitos das próximas secas. Uma delas prevê a construção de quatro poços profundos, ao custo individual de R$7 milhões aproximadamente. Com dinheiro na conta, será possível construir cada poço desses no prazo de seis meses.  LOCALIZAÇÃO A princípio, a ideia é construir esses quatro poços profundos no Recreio dos Bandeirantes, Jardim Copacabana, Conjunto Uberaba 1 e, provavelmente, no bairro São Benedito, em local a ser definido. OBRA CARA Por cima, o custo da captação de água no rio Grande deve custar algo em torno de R$240 milhões, a preços de hoje. Nesse valor está incluída a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto. De acordo com o vice-prefeito, só os projetos técnicos deverão consumir R$2 milhões. A opção, no entanto, deverá ser pela tubulação elevada para o transporte da água, vindo pela avenida Filomena Cartafina, o que por si só já garantirá o abastecimento à região Sul da cidade, que hoje é um dos eixos de desenvolvimento urbano. Vale lembrar que naquela área já estão localizados vários loteamentos e outros tantos em fase de implantação ou prospecção. GRAVÍSSIMO Enquanto nos preocupamos com torneiras secas, o vice-prefeito alerta que o problema do tratamento de esgoto é igualmente grave. “Se a cidade crescer mais um milímetro, não terá onde jogar o esgoto. Nossas ETEs estão no limite” – advertiu Moacyr Lopes. A construção da quarta  ETE está no radar da Codau, mas em parceria com loteadores interessados em lançar novos loteamentos na cidade. Será pegar ou largar...  

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