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Cuba oferece vacina contra Covid-19 para atrair viajantes

Turismo de vacinação tomou força no início deste ano, mas levantou controvérsia sobre acesso ao imunizante

Gisele Barcelos
Gisele Barcelos
Publicado em 08/02/2021 às 06:26Atualizado em 19/12/2022 às 04:57
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Já pensou viajar para outro país, curtir o sol, a praia e ainda se imunizar contra a Covid-19? Essa é a aposta de Cuba para retomada do turismo pós-pandemia. A proposta foi apresentada na última semana pelo centro de pesquisa médica do país.

Em um vídeo que circulou nas redes sociais, o diretor do Instituto Finlay em Havana, Vicente Vérez, convida os turistas a aproveitarem a viagem a Cuba para se vacinarem, se quiserem. 

#ENVIDEO | Al menos 100 millones de vacunas contra la Covid-19, #Soberana02, tiene planeado producir #Cuba para este 2021 pic.twitter.com/6Ts1ybN3nL — teleSUR TV (@teleSURtv) January 23, 2021

Com versão em inglês e espanhol, o vídeo da mostra Cuba como uma potência médica e que reúne "praias, Caribe, mojitos e vacinas, tudo em um mesmo lugar". O vídeo se encerra com uma pergunta: " O que você acha dessa oferta? Você viajaria a Cuba para se vacinar?"

Cuba espera ter 100 milhões de doses da vacina  até o segundo semestre. A meta é vacinar a população cubana inteira de mais de 11 milhões de pessoas em 2021, exportar o imunizante a outros países e ainda atender aos visitantes estrangeiros interessados em se vacinar durante a viagem. 

De acordo com o Instituto Finlay, quatro vacinas estão em fases avançadas de pesquisa. Uma delas, chamada Soberana 2,  tem sua terceira fase de testes clínicos prevista para 1 de março.

Apesar da campanha para atrair viajantes,  utilizar o "turismo de vacina" para atrair os visitantes têm recebido muitas críticas dos opositores ao governo cubano, principalmente neste momento em que as infecções batem recorde na ilha - até agora são contabilizados 29.529 casos de coronavírus, com 4.668 resultados positivos e 220 mortes desde o início da pandemia, em março de 2019.

A grande questão do movimento é que nada adiantaria imunizar pessoas que não são do grupo de risco por duas razões: não aliviaria o sistema de saúde pública e quem é mais vulnerável continuaria morrendo. 

Não foi apenas Cuba que atraiu atenção de viajantes em busca da vacina contra a Covid-19. As notícias sobre uma suposta onda de turismo de vacinação ganharam força neste início de ano. Em janeiro, a elite argentina estava de malas prontas para passar uma temporada em Miami e receber as duas doses da Pfizer ou da Moderna.

Sem a exigência de apresentar um comprovante de residência ou de nacionalidade para receber a picada no braço, o estado americano se mostrava dividido com o fato de pessoas de outras regiões e até países pudessem passar na frente de um morador idoso ou do grupo de risco. O resultado foi que em janeiro 37 mil pessoas vacinadas atestaram que não moravam no estado. O alerta soou no gabinete do governador Ron DeSantis e ele decidiu que a partir de agora será preciso ter em mãos um comprovante de residência da Flórida para receber o imunizante. De olho no bolso

Mesmo sem desembolsar um tostão pelo imunizante, o custo ainda é um fator que pode inviabilizar o turismo de vacinação. Isso porque o viajante precisa ficar de 20 a 30 dias no destino para receber as duas doses, sem contar a quarentena exigida na chegada. 

*Gisele Barcelos é uma jornalista viajante, apaixonada por pesquisar novos destinos e montar roteiros para aventuras pelo mundo afora. Além do conteúdo para o portal do Jornal da Manhã, é autora do blog Checklist Mundo e do instagram Checklist Mundo, onde compartilha dicas para ajudar todo mundo a viajar mais e melhor.

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