São João em Campina Grande (Foto/Divulgação)
Prepare a camisa xadrez e o chapéu de palha porque o mês de junho está cheio de programações pelo Brasil afora para agradar aos viajantes que não resistem a um arraiá e às comidas típicas de quermesse. Segundo o calendário do Ministério do Turismo, 198 eventos foram organizados para celebrar o São João e a lista tem opções tanto para os entusiastas do festejo tradicional quanto para quem prefere algo mais alternativo.
Se planeja fazer uma viagem temática neste mês de junho, a coluna de hoje reúne destinos onde a canjica é o quentão já estão prontos para receber os visitantes. Então, é só escolher qual programação tem mais a sua cara e garantir os ingressos para curtir a festança.
O maior São João do mundo e uma das festas mais tradicionais do Brasil vai até 2 de julho em Campina Grande, na Paraíba. O evento reúne artistas de diversos ritmos e uma gastronomia especial. E não é à toa que a grande celebração junina tem essa fama, pois conta com a participação de grandes nomes da música nacional, como: Geraldo Azevedo, João Gomes, Tarcísio do Acordeom, Xand Avião, Elba Ramalho, Alceu Valença e muito mais.
São João em Campina Grande (Foto/Divulgação)
Além de shows, a festa tem apresentação de quadrilhas, degustação de comidas típicas, além do ônibus do forró, trem do forró e a Vila Sítio São João, que retrata a riqueza histórica e cultural da festa. Também acontece este mês o Arraiá do Cumpadre, celebração que destaca o melhor da culinária nordestina com festejos e apresentações de forró.
Para quem procura mais festança arretada de boa, as cidades de Caruaru, em Pernambuco, e Mossoró, no Rio Grande do Norte, são ótimas pedidas.
Conhecida como a “capital do Forró”, Caruaru realiza até 1° de julho um dos maiores arraiais do país. A edição deste ano conta com 1000 apresentações, espalhadas em diversos da cidade. Já em Mossoró, a “Cidade Junina” vai até 24 de junho, com destaque para o festival independente e para o espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró” - peça teatral ao ar livre que conta a história da resistência da população da cidade ao bando do cangaceiro Lampião, em junho de 1927.
Cidade Junina Mossoró (Foto/Divulgação)
Já em Pernambuco, a cidade de Gravatá também celebra a época com um festejo especial de São João até 25 de junho, com muita cultura nordestina, quadrilhas, bacamarteiros, coco de roda, mamulengos, casamento matuto, trios pés de serra e muito mais. Outro destino com festa a caráter é São Miguel dos Campos, em Alagoas, que promove até o fim de junho, uma programação que reúne arte, cultura e as tradições locais.
Mas nem só de forró e quadrilha vivem os festejos juninos no Brasil. As tradicionais festas em celebração aos santos Antônio, João e Pedro ganharam outros ritmos, sabores e abordagens diferenciadas, proporcionando uma atmosfera festiva que só os nossos destinos ofertam. Embora não sejam amplamente conhecidas, essas festas oferecem uma experiência única e divertida aos turistas e/ou visitantes.
Um desses exemplos é o “Arraiá do Rock”, realizado em Belo Horizonte (MG). A capital mineira terá a apresentação de bandas locais, além, é claro, das comidas típicas das festas juninas, como os caldos, espetos, milho, doces, e o quentão, que não pode faltar. É uma ótima opção para os amantes de música alternativa que desejam celebrar as festividades juninas de uma forma diferente.
Já no município de Capela (SE), a Festa do Mastro tem programações nos fins de semana até 2 de julho e conta com a apresentação dos famosos folguedos. A celebração é tradicional na região e há 84 anos envolve os moradores e turistas que literalmente se jogam na lama para saudar São Pedro.
Festa do Mastro, em Sergipe (Foto/Divulgação)
De acordo com a prefeitura da cidade, a brincadeira organizada pelos irmãos Melo acabou se transformando em uma das mais importantes manifestações culturais do ciclo junino de Sergipe, podendo ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do estado.
O Maranhão também possui um patrimônio em seu São João: o bumba meu boi. Apesar de ser inicialmente considerado um festejo natalino, o Maranhão migrou a celebração para o período das festas juninas atraído pelo clima de festança, foguetes e fogueiras. Com isso, a programação se fixou principalmente entre os festejos que homenageiam São João e São Pedro, podendo prolongar-se até agosto.
A preparação começa logo no início do ano, com reuniões para definir os enredos, músicas e coreografias. A partir de maio, começam os ensaios com cada personagem elaborando a sua performance em conjunto ou separadamente. A apresentação definitiva geralmente ocorre até o dia 23 de junho. As vésperas de São João, ocorre o batizado do boi, quando então todos irão se deslumbrar com o novo couro do boi, verdadeira obra de arte composta por vidrilhos, miçangas e desenhos inspirados no enredo escolhido para o ano.
Na região sul do Brasil, a festa junina é complementada com a Dança da Fita. A manifestação cultural pode ser encontrada em diferentes comunidades e festas juninas da região Sul. Cidades como Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul, por exemplo, são conhecidas por suas festas juninas tradicionais que incluem a dança das fitas.
Dança das Fitas (Foto/Divulgação)
Cada localidade pode ter suas próprias variações e características específicas na forma como realizam a dança das fitas, mas, em geral, ela representa uma parte significativa da cultura junina da região Sul do Brasil, encantando e envolvendo os participantes com sua beleza e simbolismo.