A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota este mês desaconselhando a circulação de cruzeiros marítimos pela costa brasileira entre 2021 e 2022. O posicionamento pode inviabilozar a retomada do setor que vinha sendo organizado nos últimos meses. Na nota, a agência ainda manifestou que não é possível prever se, até o final do ano, uma nova avaliação será feita sobre a situação pandêmica do Brasil.
A posição da Anvisa ocorre após a notícia no início de agosto sobre um cruzeiro pelo Caribe que teve 27 casos confirmados de Covid-19. Foi registrada inclusive a morte de uma passageira idosa. O número de infectados na embarcação poderia ter sido maior se o número de pessoas vacinadas a bordo não fosse tão alt 96% dos passageiros e 99% dos tripulantes.
O parecer da agência era esperado há meses pelas operadoras Costa e MSC, que já tinham anunciado que trariam um total de seis embarcações para a próxima temporada nacional. A expectativa era que o primeiro navio zarpasse em 5 de novembro e que as saídas se estendessem até meados de abril do ano que vem. Leia Mais: https://jmonline.com.br/novo/? Apesar de ter um peso importante, o posicionamento da Anvisa por si só não é capaz de cancelar a temporada de cruzeiros. A legislação referente às medidas de enfrentamento da pandemia no país estabelce que cabe ao Ministério da Saúde, Ministério da Infraestrutura e Ministério da Justiça e da Segurança Pública decidir sobre medidas de restrição temporária e excepcional em rodovias, aeroportos e portos marítimos. Por isso, as operadoras continuam vendendo os roteiros pela costa brasileira, alguns com tarifas flexíveis.
Já o Ministério do Turismo publicou um comunicado logo após o anúncio da Anvisa e informou que continua envolvido em negociações para viabilizar a retomada dos cruzeiros ainda esse ano. No texto, a pasta defende que os procedimentos de segurança pensados para a temporada nacional são os mesmos que foram implementados “com sucesso” em mais de 50 países e que a indústria é importante para a recuperação econômica brasileira. O posicionamento foi semelhante ao da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), que deu destaque às medidas de segurança sanitária que seriam seguidas a bordo.
Entre as medidas que estão sendo propostas pela associação estão os testes para detectar a presença do coronavírus antes do embarque e durante a viagem, a reserva de cabines para possíveis quarentenas, a distribuição de pulseiras que acusam aglomerações e um novo sistema de ventilação dentro dos navios. Também é discutida a possibilidade de limitar a ocupação dos cruzeiros em 70% da capacidade máxima. *Gisele Barcelos é uma jornalista viajante, apaixonada por pesquisar novos destinos e montar roteiros para aventuras pelo mundo afora. Além do conteúdo para o portal do Jornal da Manhã, é autora do blog Checklist Mundo e do instagram Checklist Mundo, onde compartilha dicas para ajudar todo mundo a viajar mais e melhor.