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Vale do Jequitinhonha abre roteiro turístico com 170 km de trilhas

O roteiro foi planejado para estimular o turismo sem perder de vista a conservação da natureza ou do patrimônio histórico e cultural

Gisele Barcelos
Gisele Barcelos
Publicado em 13/12/2021 às 15:47Atualizado em 19/12/2022 às 00:56
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Trilhas de história, riquezas naturais e diversão e gastronomia. O trajeto percorrido pelo naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire há 200 anos na Serra do Espinhaço virou rota a ser explorada a pé ou de bike, incluindo visitas a cidades históricas como Diamantina e Serro no Vale do Jequitinhonha.

A empreitada do naturalista estrangeiro no Brasil ocorreu entre 1816 e 1822. Na viagem, ele percorreu paisagens à época inexploradas na Serra do Espinhaço em Minas Gerais. A aventura serviu de inspiração para um novo projeto turístico, que possibilita aos visitantes conhecer todas as belezas e o modo de vida simples da região, se deslocando por trilhas.

Batizada como Caminho Saint-Hilaire – CaSHi, a rota tem 170 quilômetros entre Conceição do Mato Dentro e Diamantina, marcada por paisagens deslumbrantes, cachoeiras, mirantes e lugares pitorescos que conservam o casario do período colonial. Um dos atrativos no trajeto a Cachoeira do Tabuleiro, a maior queda d água de Minas Gerais, com 176 metros, e terceira mais alta do Brasil.

A rota é explorada com a formação de grupos de 10 a 15 pessoas que percorrem os 170 quilômetros a pé durante cerca de 10 a 11 dias, com 10 quilômetros de caminhada por dia, em média, e paradas em cachoeiras e outros pontos encantadores, pernoitando em pousadas nas comunidades situadas ao longo do percurso.

Para trilhar a rota turística na região de Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina, o custo por pessoa é de cerca de R$ 200 por dia, considerando alimentação e hospedagem. O passeio é planejado e acompanhado por guias, com o atendimento por meio de duas agências de turismo credenciadas.

Formatado como um roteiro de turismo de base comunitária, o Caminho Saint-Hilaire permite ao viajante vivenciar os saberes e fazeres, as coisas simples e pitorescas das comunidades, aliadas à apreciação das belezas naturais do Cerrado e dos campos rupestres. Por isso, ao percorrer a rota entre Conceição do Mato Dentro e Diamantina, o turista poderá inclusive conhecer também a medicina tradicional praticada nos povoados da região, envolvendo as benzedeiras, raizeiros, terapias holísticas e hervanarias (plantas medicinais).

E as experiências vão mais além, dando aos viajantes a oportunidade experimentar no caminho as potencialidades da gastronomia da região. Isso inclui não só a degustação do famoso queijo artesanal do Serro e dos vinhos finos de Diamantina, mas também aquela a comidinha caseira feita em fogão a lenha, quitandas e doces mineiros.

Um destaques do roteiro é a possibilidade de conhecer a gastronomia do Serro, terra de Dona Lucinha – nome de batismo Maria Lúcia Clementino Nunes–, uma das maiores estrelas da cozinha mineira, fundadora da rede de restaurantes com o seu nome, falecida em abril de 2019, aos 86 anos.

*Gisele Barcelos é uma jornalista viajante, apaixonada por pesquisar novos destinos e montar roteiros para aventuras pelo mundo afora. Além do conteúdo para o portal do Jornal da Manhã, é autora do http://checklistmundo.com/ e do http://www.instagram.com/checklistmundo, onde compartilha dicas para ajudar todo mundo a viajar mais e melhor.

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