CONEXÃO URBANA

Juventude violenta, resposta firme: Uberaba clama por justiça!

François Ramos e Leilane Vieto
François Ramos & Leilane Vieto
Publicado em 01/07/2025 às 14:07
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Moção de Uberaba Reflete Urgência Nacional
A Câmara de Uberaba acertou ao unir-se, sem dissidências, em apoio ao PL 2.325/2024. A ausência de oposição não é mero formalismo: é um sintoma político inescapável da demanda social por respostas concretas à epidemia de feminicídios. Ao endossar o aumento de 3 para 8 anos de internação para crimes análogos, os vereadores reconhecem que a brandura atual do ECA diante de barbáries desproporcionais mina a credibilidade do sistema. O gesto transcende partidos – e isso é significativo. 

Proporcionalidade Penal, Não Vingança
O projeto do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), apoiado pela moção que tem como autor principal o vereador Cabo Diego Fabiano (DC), acerta no alvo técnico: corrige o descompasso entre a gravidade do feminicídio e a insuficiência das medidas socioeducativas vigentes. Elevar a idade de liberação compulsória para 26 anos e criar unidades especializadas não é "criminalização da juventude", como berram os slogans ideológicos. É, sim, reconhecer que certos crimes exigem tempo real para reeducação e proteção social. O argumento de Diego sobre "rigor técnico" e reabilitação alinhada ao combate à violência de gênero merece registro, pois constitui raridade no debate penal. 

(Foto/Rodrigo Garcia/Secom/CMU)

(Foto/Rodrigo Garcia/Secom/CMU)

Pressão Municipal no Eixo Certo
Uberaba envia ao Congresso um recado preciso: municípios sentem na pele a omissão federal ante feminicídios e outros crimes gravosos praticados por menores. A moção não é gesto vazio; é pressão concreta sobre Hugo Motta para agilizar a votação. A lista extensa de subscritores – de Ellen Miziara (PL) a Tulio Micheli (PSDB) e China (PCdoB) – ao todo foram 16 – prova que o tema escapa às trincheiras partidárias. Resta saber se Brasília terá a mesma coragem cívica dessa casa legislativa mineira para priorizar vidas femininas sobre dogmas. O timing é crucial: a revisão de medidas para crimes hediondos não pode esperar pela próxima tragédia. 

O Rosto da Dor que Desnuda a Abstração
A voz de Marisa Agreli, tia de Melissa Campos – assassinada a facadas por iniciativa de colegas de 14 anos dentro de uma escola privada de Uberaba –, é o antídoto contra a retórica vazia. Enquanto teóricos discutem "socioeducação" em gabinetes climatizados, ela expõe a fábrica de impunidade: a certeza de que crueldades saem barato sob o ECA atual. Seu apelo não é vingança; é o grito de quem viu a alegria da sobrinha ser punida com a morte porque isso deixava infelizes os agressores. Eis a tragédia que corta a cortina de fumaça ideológica: casos se repetem porque o sistema convida à repetição.

Ativismo Pragmático Contra a Engrenagem
A família Campos não se contenta com lágrimas. Transformou luto em ação: do abaixo-assinado nas redes à defesa de medidas concretas no Congresso. O pedido de Marisa – internação mínima de 3 anos e máxima de 10 anos para crimes hediondos, com reavaliações anuais – é um soco no estômago da hipocrisia. Ela sabe: um "possível" hoje ( com 10 anos) já seria revolução frente à piada dos 3 anos atuais. Enquanto ONGs balbuciam "direitos", ela oferece aritmética vital: 6 meses de internação por assassinato qualificado é cumplicidade com a barbárie.

O Link que Conecta Luto e Luta
"Vem comigo mudar o ECA!" – o chamado de Marisa Agreli nas redes não é hashtag; é estratégia de guerra. Ao levar suas convicções à Câmara de Uberaba, quando da tramitação da Moção aprovada ontem, ela fez da dor de Melissa alavanca política real. Seu recado aos vereadores e aos congressistas é cristalino: famílias não são estatísticas, e impunidade tem endereço. O projeto que apoia não é "linha dura": é o piso civilizatório para que adolescentes saibam que feminicídio não vale a pena. Enquanto Brasília debate, Uberaba ensina: mudança começa quando a sociedade acorda – e assina.

(Foto/Rodrigo Garcia/Secom/CMU)

(Foto/Rodrigo Garcia/Secom/CMU)

Inclusão que Sai do Discurso e Chega à Sala de Aula
Vereador Marcos Jammal (PSDB) acerta ao propor a transformação de bandeiras inclusivas em política concreta: Seu requerimento para a instalação de salas multissensoriais nas escolas da rede pública municipal demonstra que elas não são "mimos pedagógicos", mas ferramentas de cidadania. Enquanto muitos municípios se perdem em retórica sobre neurodiversidade, Uberaba pode avançar ao estruturar ambientes que regulam ansiedades e potencializam aprendizados. O requerimento – subscrito por nomes como Ellen Miziara (PL) e Baltazar da Farmácia (União Brasil) – prova que inclusão real pode ser compromisso de todos. Agora, o desafio é a Secretaria de Educação não engavetar a proposta na gaveta do "possível": crianças com TEA não podem esperar pela próxima legislatura.

Jammal e a Arte de Conciliar Rigor e Acolhimento
O mesmo vereador que apoia penas mais duras para feminicídio adolescente é autor da Lei do Colar de Girassóis e agora do requerimento das salas multissensoriais. Eis a síntese que desmonta falsos dilemas: defender medidas socioeducativas severas para crimes bárbaros cometidos por menores não anula a luta por inclusão digna para os jovens. Jammal mostra que a trincheira dos direitos humanos tem dois fronts: punir o intolerável e acolher o vulnerável. Se a Secretaria de Educação implementar gradativamente as salas – começando por escolas-polo –, Uberaba dará aula ao Brasil: políticas públicas não são dilema entre segurança e compaixão, mas duas faces da mesma moeda civilizatória.

Quando o Progresso Ameaça a Riqueza do Passado
Ripposati Filho (PSD) mostrou-se disposto a desafiar a letargia burocrática do IBAMA e apresentou requerimento solicitando a revisão urgente do licenciamento da Linha Silvânia–Nova Ponte 3. O parecer atual – que classifica impactos sobre fósseis de Uberaba como "baixos, permanentes, irreversíveis e de média relevância" – é uma contradição perigosa. Como aceitar que dano irreversível a um Geoparque UNESCO, lar dos maiores dinossauros sul-americanos, tenha "média relevância"? O alerta do geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro (UFTM) na audiência pública promovida em junho não é opinião: é evidência científica. O IBAMA não pode tratar fósseis únicos como entrave ao kWh.

Licenciamento “às cegas” é vandalismo
A  Transmissora de Energia Central Paulistana TECP ( que pertence à holding Alupar) – que conta com a consultoria da Ambientare – subestima o risco: 532 km de torres sobre passarão também sob um solo que guarda segredos do Cretáceo não são "baixo impacto". Uberaba, Geoparque Mundial desde 2024, tem direito a mais que chavões de relatório. Com seu requerimento, o vereador Ripposati, respaldado pela Associação Geoparque e pela UFTM, lembra ao presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho que progresso energético não pode ser sinônimo de apagão paleontológico.

Alívio para o Contribuinte e Fôlego para o Município
O Programa de Recuperação Fiscal (Refis) 2025, sancionado pela prefeita Elisa Araújo, chega em boa hora para os contribuintes de Uberaba. A iniciativa, que oferece até 100% de desconto em juros e multas para pagamentos à vista ou em poucas parcelas, é um respiro financeiro importante para quem busca regularizar sua situação. A possibilidade de adesão online, sem filas, demonstra um avanço na desburocratização e facilita a vida do cidadão. Uma medida inteligente que beneficia a todos.

(Foto/Lílian Veronezi/Secom/PMU)

(Foto/Lílian Veronezi/Secom/PMU)

Descontos Progressivos e Acessibilidade
O Refis 2025 não se limita apenas ao desconto integral. A flexibilidade nos parcelamentos, com abatimentos que variam conforme o número de prestações, mostra uma preocupação em atender diferentes realidades financeiras. A inclusão de débitos do IPTU/2025 e multas acessórias amplia o alcance do programa. Além disso, a disponibilidade de pontos de apoio presencial para quem precisa de auxílio digital reforça o compromisso da Prefeitura com a acessibilidade e inclusão de todos os munícipes.

Sinergia Política e Retorno Social: O Propósito do Refis
A criação do Refis 2025, fruto da colaboração entre o Executivo e o Legislativo – com destaque para o trabalho dos vereadores Cabo Diego Fabiano (DC) e Samuel Pereira (PMB) –, exemplifica a importância do diálogo político para o bem-estar da população. Ao facilitar a quitação de débitos, a Prefeitura não apenas arrecada recursos importantes para investimentos na cidade, mas também permite que mais uberabenses fiquem em dia com suas obrigações, fortalecendo a cidadania fiscal e contribuindo para o desenvolvimento local.

O Florescer da Literatura Uberabense
A Fundação Cultural de Uberaba “marca ponto” ao consolidar o "Jardim das Letras" como parte do Festival de Inverno de Peirópolis. Marcado para 23 de julho, o evento no Museu de Arte Decorativa (Mada) promete uma noite rica, celebrando a literatura local com sarau de poesias, mesa de autógrafos e venda de livros. É uma excelente oportunidade para o público uberabense se conectar diretamente com seus autores e valorizar a efervescente produção literária da região.

Um Palco para a Cultura
O "Jardim das Letras" é mais um destaque na robusta programação do 6º Festival de Inverno de Peirópolis. Com o tema "A Arte que nos Habita - em Tom Maior", o festival, que acontece de 20 a 27 de julho, se firma como um dos pilares culturais do Triângulo Mineiro. A união de forças entre a Fundação Cultural e a Academia de Letras do Triângulo Mineiro demonstra um compromisso louvável em promover e difundir a cultura em suas diversas manifestações, reafirmando Uberaba como um polo cultural dinâmico.

Frase
“Sei que sou culpada de alguma coisa, mas a punição quase nunca combina com as vítimas de um crime.” (Alice Liddell – Madness returns)

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