CONEXÃO URBANA

Números revelam: Brasil reduz a violência, mas Minas sangra com Zema

François Ramos e Leilane Vieto
François Ramos & Leilane Vieto
Publicado em 26/07/2025 às 10:24Atualizado em 28/07/2025 às 17:21
Compartilhar

Zema e a fantasia da segurança
O Anuário da Segurança Pública foi publicado esta semana e escancara mais um conto do vigário mineiro: enquanto o Brasil reduziu mortes violentas em 5,4%, Minas Gerais registrou aumento de 5% sob a gestão do governador Romeu Zema. O pré-candidato do Novo `Presidência da República em 2026, se vende como gestor eficiente, mas não explica por que o estado virou ilha da violência desde 2021. Sua estratégia de enfrentamento ao caos? Vídeos de Instagram e retórica vazia para criticar a esquerda. Enquanto isso, a Polícia Civil definha com salários defasados e viaturas sucateadas. O marketing não será suficiente para driblar os números e mais uma vez enganar os eleitores.

Sindicato aponta o déficit real
O Sindpol/MG atesta: a escalada da violência em Minas é fruto de anos de descaso. Déficit de efetivo, tecnologia obsoleta e condições de trabalho medievais são a regra, não a exceção. Zema gasta mais tempo produzindo clipes autopromocionais do que governando o estado. Sem compromisso com a segurança pública, enquanto o país avança, a Terra das Gerais patina na gestão do risco. Se o setor e o atendimento do interesse público fosse prioridade, os discursos inflamados contra o governo de Lula cederiam lugar a investimentos que acompanhariam o discurso da eficiência ostentado por Zema. Resta saber até quando a população vai continuar assistindo a encenação que agora mira o Planalto.

O preço do falso pragmatismo
Zema cultiva a imagem de administrador técnico, mas os dados revelam um gestor desconectado. O aumento das mortes violentas não é acidente: é resultado de orçamentos míseros e falta de planejamento e claro, de enfrentamento da exclusão e da miséria que alcança significativa parcela do povo mineiro. O Brasil reduz homicídios; Minas, sob seu comando, fracassa. O sindicato da Polícia Civil alerta: sem efetivo digno e estrutura, a violência só crescerá. Mas isso parece não preocupar, o governador enquanto segue a produzir narrativas ideológicas para justificar investimentos em escolas cívico-militares que também não virão (e a culpa mais uma vez será atribuída à esquerda). Minas merece mais que um governador youtuber. Precisa de políticas públicas que abracem a necessidade de seu povo.

(Foto/Reprodução Youtube)

O Brasil digital e o estelionato em série
O anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresenta um novo perfil da criminalidade no país: 2,2 milhões de estelionatos em 2024 (7,8% a mais que 2023 e 408% desde 2018). São quatro golpes por minuto. Enquanto o governo celebra a queda de roubos de celular (-12,6%), criminosos continuam a fazer a festa no território sem lei da internet. O paradoxo: investimos R$ 153 bi em segurança, mas a impunidade digital virou política de Estado. O Brasil permitiu e até incentivou (c0m sua típica morosidade) o aprimoramento dos crimes digitais, que a cada dia estão mais sofisticados. Enquanto isso, o Estado? Continua analógico.

Feminicídio: a pandemia que persiste
Em um sinistro retrato da realidade nacional, o anuário mostra que 1.492 mulheres foram assassinadas em 2024 — triste recorde da série histórica. Isso significa dizer que a cada 6 horas uma mulher foi morta, em crimes que normalmente foram praticados por seus parceiros. Enquanto o país reduz homicídios (-5,4%), os assassinatos de mulheres em suas próprias casas batem recordes. Os dados do anuário revelam o fracasso de políticas de proteção ao sexo feminino: 87.545 crimes sexuais (1 vítima a cada 6 minutos) e 2 chamados por minuto por violência doméstica. 

Nordeste dilacerado: a geografia do extermínio
O Anuário desenha um mapa sangrento: 16 das 20 cidades mais violentas do país estão no Nordeste. Maranguape (CE) lidera com 80 mortes por 100 mil habitantes — taxa digna de zona de guerra. A Bahia, sozinha, coloca cinco municípios no top 10. O motivo? Facções em guerra pelo controle do tráfico de drogas. Enquanto São Paulo ostenta 8,2 mortes/100 mil (índice europeu), o Nordeste padece sob balas e omissão estatal. O Amapá, campeão de violência, ao menos reduziu 30,6% seus números. E o resto do Brasil? Segue fingindo que o problema é regional.

O paradoxo paulista e a necropolítica do nordeste
São Paulo tem a menor taxa de homicídios do país (8,2/100 mil). A região Nordeste, a maior, com números que chegam próximo ao quádruplo do estado brasileiro mais desenvolvido: 34,5 mortes violentas por 100 mil habitantes. A diferença não é acaso: reflete políticas de segurança fragmentadas e o abandono histórico de territórios dominados pelo crime. Enquanto o Sudeste investe em inteligência, o Nordeste sucumbe às mazelas da exclusão e à guerra entre facções. Jequié (BA), vice-campeã em violência (77,6/100 mil), exemplifica o colapso. Um dado que chamou a atenção vem da região Norte: O Amapá, mesmo liderando o ranking da morte, reduziu assassinatos em 30,6%. Ou seja: soluções existem. Falta priorizar vidas acima de discursos ideológicos que nunca chegam acompanhados de ações efetivas.

O contraste entre armas e grades
Os números revelam uma virada positiva: registros de novas armas despencaram 79% desde 2022 (Bolsonaro) até 2024 (Lula), e a fabricação nacional caiu 92,3% no mesmo período. Entretanto a política de desarmamento não veio acompanhada de soluções para outras questões fundamentais da segurança pública, dentre elas o déficit de vagas no sistema carcerário. Resultado: marginais nas ruas por falta de vagas e a certeza das benesses que uma política que transforma a impunidade em regra. 

Uma equação inacabada que fomenta a criminalidade
O Brasil tem hoje 909.594 presos — aumento de 6% em um ano — com déficit de 237 mil vagas. Enquanto isso, 13% dos condenados cumprem pena em prisão domiciliar com tornozeleiras. O paradoxo é claro: não basta o governo federal reduzir a circulação de armas é preciso entregar segurança para a população, um processo que exige a efetiva punição dos criminosos. A Segurança Pública requer mais que medidas simbólicas; necessita de mais vagas no sistema prisional e cadeias que não sirvam apenas como escolas do crime: trabalho e educação precisam ser parte do processo que antecede o retorno de um apenado para as ruas.

Violência na escola: onde o futuro é Refém
Rio Grande do Norte e Santa Catarina lideram um ranking alarmante: são os estados com mais dias letivos perdidos por violência: de tiroteios a toques de recolher impostos pelo crime. O Rio de Janeiro, em terceiro, completa esse retrato de abandono: nossas crianças agora estudam ao som de rajadas. Os números revelam uma epidemia silenciosa: 47% das vítimas de bullying têm entre 10 e 13 anos; no cyberbullying, 58% são adolescentes de 14 a 17. Enquanto o Anuário mapeia a violência letal no Nordeste, nas escolas o caos não conhece fronteiras. O que está em jogo não é apenas o futuro, mas o presente roubado de uma geração inteira. Em 2026, quando voltarmos às urnas, precisaremos lembrar: educação sem segurança não é política pública - é promessa vazia: contra balas, discursos não bastam!

Arraiá da melhor idade: projeto une saúde e alegria em Ponte Alta
Na sexta-feira (25), o Instituto Professor Wander mudou a rotina de hidroginástica desenvolvida para atender gratuitamente a pessoas da terceira idade em Ponte Alta. Os exercícios cederam espaço para uma festa julina que reuniu cerca de 50 idosos no Clube Social. Entre quitutes típicos e música, os participantes do projeto semanal fortaleceram laços sociais enquanto comemoravam os benefícios das atividades físicas. A iniciativa, que já combate solidão e doenças, mostrou que envelhecer com saúde também pode ser divertido.

(Foto/Divulgação)

Uberaba acelera regularização de processos cemiteriais em mutirão
A Prefeitura de Uberaba realiza neste sábado (26) nova etapa do mutirão de regularização no Departamento de Cemitérios, no São João Batista. A ação, das 8h às 13h, atenderá exclusivamente casos antigos em tramitação - como concessões de sepulturas e transferências de titularidade. Na etapa anterior em junho, 760 processos foram analisados. "Agora vamos receber documentação complementar para concluir esses trâmites", explica a superintendente Thaisa Oliveira.

Mutirão organizado busca eficiência e praticidade na regularização
Os cidadãos com processos pendentes estão sendo notificados pelos Correios com a lista de documentos necessários, sem necessidade de comparecimento prévio. Além de receber papéis faltantes, o mutirão de hoje (26) oferecerá esclarecimentos sobre reformas e concessões nos cemitérios municipais. A iniciativa busca agilizar serviços que muitas vezes ficam anos parados, trazendo mais segurança jurídica às famílias em momentos sensíveis.

Prefeita acompanha cirurgias de catarata
nesta sexta-feira (25), a prefeita Elisa Araújo visitou o Hospital Beneficência Portuguesa para monitorar as cirurgias oftalmológicas realizadas através da parceria com o município. Durante a inspeção, acompanhada pela equipe técnica da Secretaria de Saúde e direção do hospital, Elisa vistoriou as instalações, conversou com pacientes e destacou os esforços para reduzir as filas de espera. "Estamos ampliando o acesso com qualidade", afirmou. Neste final de semana, serão realizadas 40 cirurgias de catarata.

(Foto/Divulgação/Secom/PMU)

Parceria entre prefeitura e hospital já beneficiou 222 pacientes
Desde o início da cooperação, a iniciativa registrou 1.776 exames e 222 consultas, com meta de atingir 800 cirurgias. A Secretaria Municipal de Saúde alerta sobre a importância de manter cadastros atualizados e atender às chamadas do agendamento eletrônico (34) 3331-2700. Pacientes que faltam sem aviso são removidos da fila e devem reiniciar o processo pela UBS. A ação demonstra como parcerias público-privadas podem agilizar serviços essenciais à população.

Frase
"A impunidade vergonhosa no Brasil é a força motriz do crescimento da violência.” 
(Ricardo V. Barradas)

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por