CONEXÃO URBANA

Som alto, Estado omisso: a tortura cotidiana em Uberaba!

François Ramos e Leilane Vieto
François Ramos & Leilane Vieto
Publicado em 31/08/2025 às 08:55Atualizado em 31/08/2025 às 09:02
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Um Novo Pulmão para a Liturgia
A noite de sexta-feira, 29 de agosto, marcou a história cultural e religiosa de Uberaba com a inauguração do magnífico Órgão de Tubos Rigatto & Filhos na Paróquia do Santíssimo Sacramento. Perante o templo lotado, Monsenhor Paulo Porta, articulador do evento, citou o Vaticano II (Sacrosanctum Concilium) para reforçar a importância do instrumento para a Igreja Católica. A cidade ganhou um "novo pulmão para a liturgia". O recital do consagrado organista José Luís de Aquino presenteou os presentes com uma performance magistral, unindo tradição e evangelização através da beleza.

(Fotos/François Ramos)

(Fotos/François Ramos)

Jubileu das Artes Inaugurado com Esperança
Com o recital, o Jubileu das Artes da Arquidiocese, integrado ao Ano Santo proclamado pela Santa Sé, foi aberto com esplendor. Dom Paulo Mendes Peixoto enalteceu a iniciativa visionária do Monsenhor Paulo Porta, classificando a apresentação como "um sinal de esperança" e um convite para criar "novas versões do mundo" através da arte. Monsenhor Célio Lima complementou, definindo o jubileu como uma "via pulchritudinis" que santifica o talento humano em oferta de louvor, celebrando a aliança eterna entre Fé e Cultura.

 O grito de desespero e a lei que apenas ilustra o papel
O desespero de um cidadão da rua São Mateus, no bairro Abadia, que vê seu pai acamado sofrendo com o barulho excessivo dos vizinhos, é o retrato mais cru da falência das autoridades estatais. Sua narrativa – "já chamamos a polícia, já acionamos a guarda municipal, já registramos boletim de ocorrência e nada é feito" – é o hino nacional do cidadão abandonado. A Perturbação do Sossego é crime, previsto no Art. 42 da Lei de Contravenções Penais, punível até com prisão. Mas em Uberaba, a lei parece uma ilusão inalcançável.

 A geografia da Perturbação do Sossego
O direito básico de viver com dignidade em nossa cidade é constantemente soterrado pela inação do poder público, que permite infrações que transformam o lar do pagador de impostos em um campo de tortura sonora. A impunidade não é uma falha do sistema; é fruto de omissão consciente. E não existe refúgio: o som alto não escolhe bairro ou dia da semana, infestando a cidade com sua cacofonia obrigatória. Do humilde lar na periferia ao entorno do Complexo Esportivo Professor Murilo Pacheco de Menezes, a agressão e o desrespeito são os mesmos. A Funel, que deveria zelar por um espaço público de convivência, permite que o funk ensurdecedor e outras batidas pesadas utilizadas em treinos noturnos diários naquele espaço invada residências há quarteirões de distância, impedindo o descanso de quem trabalhou o dia todo.

 A falência da credibilidade das autoridades 
Todos que convivem com essas contínuas agressões ao direito daqueles que “bancam o Estado” são forçados a compartilhar o gosto alheio como se fosse a trilha sonora de um pesadelo, tudo sob a conivência do poder público. Chamou a polícia? Pedem para chamar a Guarda Municipal? Aciona a GCM, faltam viaturas. Quando vão... registram um BO e minutos depois a “farra” continua, não raro com direito a ameaças pelos perturbadores. Essa piada de mau gosto se repete diariamente por toda a cidade. As autoridades tratam a situação como algo “de menor potencial ofensivo", pelo menos até virar morte entre vizinhos. Mas pensar o quê de um Estado que gosta de ostentar “eficiência administrativa”, enquanto deixa faltar até mesmo combustível para as viaturas. A verdade é que nossas más escolhas nas urnas alimentam esse ciclo vicioso de desrespeito e frustração.

 A divina Providência
Vereadores como Ellen Miziara, que inclusive chegou a organizar (em julho deste ano) uma audiência pública (foto) sobre a perturbação do sossego, e o Cabo Diego Fabiano, prometem empenho para combater o absurdo que essa realidade materializa. Porém, suas boas intenções podem não ser suficientes para colocar uma máquina pública tão disfuncional de volta nos trilhos guiados pelo interesse público. Enquanto o Ministério Público e o Judiciário não agirem em conjunto com a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM para coibir os abusos de forma contundente nada vai mudar. É preciso levar os casos flagrados adiante, com processos que efetivamente façam cumprir o que está na lei, deixando de premiar continuamente o agressor reincidente, para impor ao mesmo o ônus de suas escolhas.

 (Foto/Rodrigo Garcia/Decom/PMU)

(Foto/Rodrigo Garcia/Decom/PMU)

Foto/Rodrigo Garcia/Decom/PMU)

A divisão de classes do sossego
O Legislativo não conseguirá mudar essa realidade sozinho. O problema exige mais do que discutir o assunto com a sociedade; é preciso ação integrada e punição efetiva, algo que as autoridades parecem incapazes de fornecer. A verdade crua e que há duas cidades em um mesmo território: a dos que pagam para ter paz e a dos que não tem como pagar pela proteção oferecida pelos condomínios de alto padrão. Parece absurdo, mas sossego, direito fundamental, foi sequestrado e transformado em artigo de luxo, não raro pago graças aos gordos salários bancados pelo povo à classe política que se nega a defendê-lo.

Reforma Estrutural para Melhor Atendimento
A Prefeitura de Uberaba entrega nesta segunda-feira (1º) a conclusão da obra de reforma do CRAS do Residencial 2000. Com um investimento de R$ 306 mil, o serviço executado pela SCS Engenharia contemplou a modernização completa da unidade, incluindo pintura, adequações elétricas, hidráulicas e de acessibilidade, além da instalação de novos equipamentos de prevenção a incêndio. A ação garante um espaço físico digno e funcional para o atendimento da população.

Novo Mobiliário e Ampliação de Serviços
Além da infraestrutura reformada, a unidade foi equipada com mobiliário novo, incluindo computadores, armários, geladeira e fogão, visando a eficiência no atendimento. Conforme destacou o secretário Ernani Neri, o CRAS do Residencial 2000 é a porta de entrada da assistência social para cerca de 3.500 famílias da região. A modernização do espaço assegura um acolhimento adequado e fortalece o acesso a benefícios, programas sociais e acompanhamento familiar.

A Espiritualidade da Comunicação
Em uma palestra marcante durante o Encontro Formativo da Pascom, que encerrou o Jubileu das Comunicações da Arquidiocese de Uberaba, a Irmã Nilza, autora do livro “A vocação do comunicador católico”, trouxe uma reflexão teológica profunda sobre o papel dos agentes da pastoral. Com sabedoria e sensibilidade, ela conduziu pasconeiros vindos de 20 cidades para o evento realizado no Colégio Marista Diocesano, ressaltando que a missão deve ser encarada como uma verdadeira vocação. Destacou ainda que o “like” mais importante é o “Eis-me aqui” oferecido a Deus diariamente, lembrando que a fé deve estar no centro da comunicação. Suas palavras reforçaram a importância de transformar ferramentas técnicas em gestos de evangelização, conexão e testemunho cristão.

(Foto/François Ramos)

(Foto/François Ramos)

Poetas de Deus na Era Digital
O Padre Fabiano Roberto, Assessor Eclesiástico da Pascom, emocionou os participantes ao defini-los como “os poetas de Deus na era digital”. Em sua fala, ele destacou que celulares, câmeras e redes sociais são instrumentos sagrados a serviço da evangelização, capazes de transformar posts em mensagens de amor e comunhão. O sacerdote incentivou a ousadia criativa, sempre pautada pela humildade, sob a inspiração de Nossa Senhora da Abadia.

Um adeus à altura de um gigante da literatura brasileira
O Salão Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, ficou pequeno para acolher a multidão que foi se despedir do escritor Luís Fernando Verissimo neste sábado (30). Parentes, amigos, personalidades e anônimos se reuniram em um comovente testemunho de afeto e respeito ao autor, falecido nas primeiras horas da madrugada no hospital Moinhos de Vento. De acordo com seu filho caçula, o músico Pedro Verissimo, a partida foi serena: “Ele simplesmente fechou os olhos e se foi”. Uma despedida tranquila para quem tanto trouxe humor, inteligência e humanidade à vida brasileira.

Ação rápida e estratégica da PMDF em caso de falsa ameaça
A Polícia Militar do Distrito Federal prendeu, na manhã de sábado (30/8), um homem que alegava portar explosivos em uma mochila na Praça dos Três Poderes. O suspeito, identificado como Daniel Mourão, foi abordado por equipes do 6º Batalhão, que acionaram protocolos especiais de negociação e contaram com o apoio do BOPE. Após intervenção tática, a prisão foi efetuada por volta das 6h45, evitando maiores transtornos e garantindo a segurança do local.

Suspeito com distúrbios psiquiátricos e ausência de explosivos
Após a prisão, o Esquadrão Antibombas realizou uma varredura minuciosa nos pertences do suspeito, constatando a ausência de qualquer artefato explosivo ou arma. Daniel Mourão foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento de São Sebastião por apresentar sinais de distúrbios psiquiátricos. Após o atendimento médico, ele será conduzido à 5ª Delegacia de Polícia, onde as investigações sobre o caso e suas motivações seguirão os trâmites legais.

Frase
“O que eu ando fazendo? Investindo no sossego do meu próprio coração!”

(Marla de Queiroz)

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