FALANDO SÉRIO

Acordei um pouco nostálgico

Saudade: Um sentimento que comprova que estudar valeu a pena. Na sexta-feira...

Wellington Cardoso
Publicado em 26/01/2013 às 09:18Atualizado em 19/12/2022 às 15:05
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François Ramos - redator interino

SAUDADE: UM SENTIMENTO QUE COMPROVA QUE ESTUDAR VALEU A PENA!!!

Na sexta-feira, 25, acordei um pouco nostálgico. Havia sonhado com os tempos de escola e hoje tomei a liberdade de convidar o leitor a dar um passeio comigo por tempos que, com certeza, pareciam bem melhores, pelo menos para aqueles que, assim como eu, tiveram momentos extremamente felizes em sua vida escolar.

À exceção de um período de seis meses na 1ª série da E.E. Lauro Fontoura e outro lapso temporal de igual duração durante a 8ª série, na E.E. Gabriel Totti, instituições pelas quais tenho especial carinho, todo o restante de minha vida estudantil aconteceu na E.E. Frei Leopoldo de Castelnuovo, no bairro Santa Marta, aqui em Uberaba.

Lembro-me como se fosse hoje da minha primeira grande paixão. Aos sete anos, entreguei meu coraçãozinho à professora Valéria, da E.E. Frei Leopoldo. Bonita, brava, porém muito atenciosa e dedicada, foi com ela que terminei o processo de alfabetização, iniciado pela professora Iracema, uma alma gentil da E.E. Lauro Fontoura.

As professoras Sueli e Sandra – que faleceu quando eu ainda estava na 3ª série e comoveu a todos os alunos do Frei Leopoldo – nos ensinaram os primeiros passos no misterioso mundo da Língua Portuguesa. Como nos esquecer dos ditados e extensos cadernos de exercícios? Foi quando surgiram os primeiros calos na mão deste eterno estudante.

Dona Edna Idaló, educadora rara em seu amor e dedicação ao próximo, também foi uma de minhas mestras, nas 3ª e 4ª séries. Como aprendi com essa pessoa maravilhosa, que depois se tornou diretora e teve que conviver com este adolescente militante do movimento estudantil e que adorava uma polêmica. Em uma destas quase providenciei um “infarto” para a Dona Mércia, ao entrar pelos portões do Frei Leopoldo com uma camisa vermelha, de manga comprida, rebelando-me contra o que eu chamava de “ditadura do uniforme”. E tome bronca da dona Edna (risos).

Com as professoras Maria Divina e Lourdes tive a honra de melhor conhecer a Matemática. Dona Lourdes me ensinou a tabuada com facilidade. Sob a promessa de que somente sairia da biblioteca após recitá-la como um poema shakespeariano, em “apenas” quatro horas de aprendizado comecei a me considerar um “Pitágoras”.

Contudo, não tive tanta sorte quando fui apresentado às expressões algébricas pelo professor João Wilson. Por outro lado, não há como me esquecer das lições que esse mestre fantástico me deixou sobre a vida: “A paixão é passageira e pode nos enganar, mas o amor é permanente e nos fortalece”. Tenho certeza de que ele hoje reforça os quadros da “contabilidade divina”, auxiliando Deus a plantar bons sentimentos no coração de todos nós.

Na Biologia, professor Ítalo fez com que aquela turma da 8ª série simplesmente se apaixonasse pela genética. Este é outro grande homem que, embora não esteja mais entre nós, deixou lições permanentes em nossas almas.

No Colegial, estudar Química com o professor Sílvio era uma delícia! Grande religioso; ainda me lembro das broncas que me dava por causa dos discos do Kiss (coisa do diabo!). Essa parte da lição eu não aprendi. Continuo ouvindo Kiss, Iron Maiden, Megadeth e Judas Priest, entre outros!

O querido professor Barbosa ensinou-me que, na Física, de nada adianta conhecer as fórmulas se não souber aplicá-las. Em uma de suas provas, eu, que não era nada brilhante na área, colei as fórmulas em uma pilastra em cima da minha cabeça. Ele passava, olhava para a pilastra, para a minha prova e para a minha cara de “cachorro sem dono” e só dava aquela risadinha que os atuais alunos do Castelo Branco conhecem muito bem (risos). Depois de um belíssimo dois na avaliação, foi necessário muito empenho para conseguir me recuperar e seguir adiante, mas ele nunca deixou de acreditar que eu conseguiria. Obrigado, mestre!

As professoras Maria Nunes e Maria Abadia também me ensinaram muito sobre respeito e disciplina como ferramentas fundamentais para realizarmos nossos sonhos. Aliás, as professoras Irma e Márcia Kappel sempre me lembraram da importância de reconhecermos nossas qualidades e corrigirmos nossos defeitos, mas sem nos esquecermos de sonhar, pois este é o alimento do espírito e o combustível da felicidade.

Embora hoje esteja “barrigudinho” e tenha deixado um pouco de lado as lições dos professores Eurípedes e Vagner, eu adorava as aulas de Educação Física. Confesso que vivia inventando uma contusão para bater papo com as meninas fora da quadra, mas convenhamos, o amor também faz bem à saúde, não é mesmo?

A professora Sandra Gabriel com certeza foi meu maior referencial para que eu aspirasse um dia chegar ao Magistério. Pra mim, sempre existiram dois grupos de pessoas: aqueles que trabalham com o que não gostam e reclamam de tudo, pondo a culpa nos outros, e aqueles que amam o que fazem e se divertem com o trabalho. Não tenho dúvida de que a Sandra se diverte com o que faz e, hoje, com certeza, amo ser professor. Cada aula é um divertido dia de aprendizado.

A todos vocês, queridos mestres, que compartilharam comigo o seu saber e prepararam-me para a vida, mostrando o caminho da felicidade e inspirando aquele menino pobre, criado no bairro Tutunas e que não possuía grandes aspirações a se tornar maduro e crescer, registro o meu muito obrigado!!! E acrescent acordar algum dia sentindo saudades do passado é simplesmente comprovar que ele realmente valeu a pena.

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