Carta precatória. Chefe da Polícia Federal em Uberaba reage ao comentário de que está em “banho Maria” o episódio em que advogado usou assinatura de juiz em documento escaneado em que foi incluída falsa decisão do magistrado para impor despesa a cliente. Disse o delegado Glorivan Bernardes que, no caso, a PF recorre a ferramenta colocada à disposição da autoridade policial (delegado) pelo Código de Processo Penal: a carta precatória (o advogado investigado mora em Ribeirão Preto). O inquérito foi instaurado, confirma o delegado, a pedido do juiz federal que teve a assinatura indevidamente usada. Competência estadual. “Embora tenha sido usado, como base para o cometimento do crime, um documento falso atribuído à Justiça Federal, aí incluída a assinatura de um juiz federal, não se pode afirmar que a vítima seja o magistrado ou mesmo a Justiça Federal” – acrescenta Glorivan. Segundo ele, a vítima é o particular para quem tal documento foi apresentado na tentativa de se obter vantagem econômica indevida. Com esse entendimento, o delegado federal atribui à Justiça Estadual o julgamento do delito, e à Polícia Civil, consequentemente, a apuração. Outra vez. Mais um ônibus de passageiros foi assaltado na BR-050, na madrugada de sábado. Os 43 viajantes ficaram sem R$ 4 mil, joias e celulares. Veículo fazia a linha São Paulo/Aripuanã/MT. Esse tipo de ação dos bandidos é rotina no trecho Araguari/Catalão. E a Polícia Rodoviária fez o que vem fazend lavrou boletim de ocorrência. Insegurança. Quem viaja de carro é testemunha: pelo Brasil afora a PRF pouco faz para melhorar a segurança do cidadão que transita pelas rodovias, nas quais é a responsável pelo policiamento com exclusividade. Sobretudo à noite, as rodovias estão abandonadas pelo sistema. Os motivos são os mesmos dos quais todas as polícias se queixam, legislação que dá moleza pra bandido e, principalmente, a falta de homens, para justificar o caos instalado. Isso também é verdade. Mas, é um problema de Governo, de gestão, e não do cidadão que paga os seus impostos na boca do caixa e perdeu a segurança por completo. Justifica? O Governo mineiro criou o prêmio produtividade para as polícias derrubarem os alarmantes números da violência. Pelo que se vê por aí, todos deveriam mesmo recebê-lo? A metodologia dessa aferição de qualidade deveria ser mais transparente ou incluir avaliação por quem não é integrante do sistema. E aí? A grotesca falha do sistema foi novamente atestada em despacho do juiz criminal Ricardo Motta, que pôs em liberdade agente penitenciário acusado de participar de tentativas de assalto. Segundo o magistrado, a Polícia Civil deixou de fazer o básic o reconhecimento do suspeito pelas vítimas e outras diligências. Isso tem peso na definição do prêmio de produtividade? É antigo. Mais recentemente o promotor criminal Eduardo Pimentel abriu as portas de seu gabinete para a chefe regional da PC. À delegada Maria de Lourdes Camille, ele ofereceu ajuda para melhorar a qualidade do serviço prestado à população, sobretudo em se tratando a produção de inquéritos alicerçados em provas. Foi a terceira ou quarta vez que Pimentel se colocou à disposição. Nas anteriores, falou até em ministrar um cursinho básico para os escrivães, arrepiando quem acha que sabe tudo. Pelas costas, autoridades chegaram as falar mal dele, ironizando a oferta, e a rotina foi mantida. Pode? Os maçons realizaram ontem seminário sobre segurança pública, detalhando nas últimas semanas que iriam aproveitar a presença de outros maçons em pontos estratégicos do Estado para arrancar providências em favor do preocupante quadro de Uberaba. Inadmissível imaginar que essas autoridades estavam simplesmente de braços cruzados. Ofélia. O goleiro Bruno, do Flamengo, parece estar sempre querendo apagar fogo com gasolina. Nos últimos dias, ele esteve sempre sorridente nos treinos do clube, apesar de suspeito de assassinato, e, sábado, deu outra declaração de lascar sobre a ex-namorada desaparecida, que disse ter conhecido em orgia e que a camisinha furou. Nas estrelas. Leitor de FALANDO SÉRIO sabia desde 23 de novembro do ano passado que Marcos Montes faria dobradinha com o vereador Lerin. Doloroso. Os pedágios – com fartura e instalados a cada 50 quilômetros praticamente – estão mais caros no Estado de São Paulo. Na Anhanguera/Bandeirantes, os valores variam de R$ 4,25 a R$ 9,35 (o primeiro a partir da divisa de Minas). Numa viagem entre Uberaba e São José dos Campos, por exemplo, se gasta com álcool (encontrada a R$ 1,19 em quase todo o trajeto; basta passar a ponte) pouco mais do que com pedágio. E a gente ainda agradece por viajar em estrada de qualidade. Rotary. Quinta-feira de posses nas diferentes representações locais do Rotary. Sandra Sousa de Oliveira assumirá o Uberaba Sul, Sebastião Leal Rodrigues o Uberaba Leste, Aderbal Garcia Bernardes Júnior o Aeroporto e Carlos Renato de Oliveira Leão, o Portal do Cerrado. Tudo isso a partir das 20h, no restaurante do Uirapuru com adesão a R$ 30. Prejudicados. Pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que, de cada quatro receitas médicas, uma é desprezada. As primeiras prescrições para doenças crônicas são as mais ignoradas. No Brasil o quadro é ainda pior, diz o professor Hamid Alexandre Cecin, da UFTM, com base em experiência de consultoria, sua e de colegas. A diferença aqui é que, o principal fator disso, é o baixo poder aquisitivo da maioria dos cidadãos e os altos custos dos medicamentos, acarretando sérios prejuízos ao tratamento. “As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas”. (Joubert)
