FALANDO SÉRIO

Atitude digna de um comandante de tropa

João Lunardi retirou seus comandados, depois de desrespeito com eles no aeroporto

Wellington Cardoso
Publicado em 04/05/2010 às 11:23Atualizado em 20/12/2022 às 06:40
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Comandante exige respeito. Atitude digna de um comandante de tropa foi assumida ontem pelo tenente-coronel João Lunardi, no aeroporto. Ele não admitiu o que foi interpretado como desrespeito de oficial do Exército à Polícia Militar, que teve barrada a entrada de seus integrantes na sala onde se encontrava a 1ª dama da República sob o argumento de que “dona Marisa não gosta de ninguém por perto”. Os barrados – incluído o comandante do 4º Batalhão – estavam ali rigorosamente a trabalho, para proporcionar segurança à esposa de Lula, e não como tietes. O oficial da PM deixou registrada sua indignação ao capitão do Exército e a um coronel da Arma que se aproximara.   Retirada do comboio. Lembrando a histórica colaboração da Polícia Militar ao Exército, sempre que convocada para a proteção das autoridades federais que visitam Uberaba, o tenente-coronel Lunardi tomou decisão inédita: retirou do comboio que seguiria do aeroporto para o parque de exposições todos os veículos da Polícia Militar sob o seu comando. Já no Parque Fernando Costa, um coronel do Exército se dirigiu ao comandante do 4º Batalhão e apresentou suas desculpas pelo ocorrido. E a PM voltou a participar do comboio.   Dom Roque na frente. Em meio ao “bombardeio” provocado pelas notícias sobre casos comprovados de pedofilia, a pretendida contratação pela Igreja Católica de psicólogos para o acompanhamento dos padres em formação não é inédita. Em Uberaba, a assistência foi adotada há dois anos pelo arcebispo metropolitano, Roque Oppermann. A psicologia foi adotada como tentativa de se detectar precocemente eventuais desvios de conduta dos jovens interessados na carreira religiosa.   Mais seletivo. O processo seletivo de novos padres tem sido mais rigoroso com o passar dos anos, fechando-se as portas para jovens vindos de regiões mais distantes. Atualmente, apenas quinze fazem seus estudos de Teologia (de quatro anos) em Uberaba, enquanto outros sete estão na primeira fase do curso, estudando Filosofia (três anos), em Uberlândia. As duas arquidioceses decidiram se unir para a formação de padres, também para reduzir despesas, bancadas pela Igreja. Mas, além das restrições, a vocação dos jovens pela vida religiosa também tem diminuído e a procura já não é a mesma das décadas que antecederam os anos 80.   Desigualdade. Está em vigor a nova tabela de diárias de viagem pagas pela Polícia Militar aos seus integrantes que, a trabalho, precisam se deslocar de uma cidade a outra. O que chama a atenção é a diferença de valores entre postos e graduações, perpetuando as desigualdades até mesmo nas diligências, quando, por elas, o soldado não tem o direito de ficar no mesmo hotel e comer comida tão boa quanto a do coronel. Enquanto a diária do coronel é de R$ 489,90, a do soldado foi fixada em R$ 127,27.   Bota fora. Sob a responsabilidade do leiloeiro Djalma Tiveron, mais de mil veículos apreendidos em Uberaba e não resgatados por seus proprietários irão a leilão nos dias 29 e 30 de junho. No pregão anterior, a arrecadação chegou aos R$ 800 mil. O leilão de veículos apreendidos está previsto no Código de Trânsito e se destina ao pagamento de multas e taxas constantes do prontuário do bem não procurado.   Outra vez. Acusado de matar a própria esposa Regina, e o filho que ela esperava há seis meses, Clelton Humberto Lucas terá novamente o criminalista Leuces Teixeira em sua defesa no Tribunal do Júri. O julgamento anterior – que valeu a Clelton quatro anos e oito meses de prisão, sem nenhum dia em regime fechado – foi anulado pelo Tribunal de Justiça.   Problemaço. Dores de cabeça não faltam aos comandantes das polícias Militar e Civil, em Uberlândia. Além da criminalidade violenta externa, eles enfrentam também inúmeros problemas internos – igualmente violentos – com o envolvimento de policiais em crimes, diferentemente do que se observa em Uberaba. Atualmente, 18 PMs uberlandenses estão afastados de suas funções, respondendo a processos administrativos e judiciais, segundo o jornalista uberlandense Lucas Barbosa.   Na bala. Entre os processados estão um sargento, um cabo e um soldado. Todos eles por disparos de armas de fogo contra civis em meio a discussões. Uma das vítimas era cadeirante, baleado e morto pelo cabo, que não teria gostado de uma brincadeira lhe dirigida.        Extorsão. Na Polícia Civil, dois homens foram condenados a oito anos de prisão em Goiânia, acusados de extorsão mediante sequestro. Mas, o episódio que mais atraiu as atenções nos últimos anos envolveu o ex-delegado regional da Uberlândia Aluízio de Araújo Couto, formalmente acusado de duas tentativas de homicídio contra a ex-esposa.   Por aqui. Em Uberaba, nenhum PM está suspenso. Um cabo está preso, enquanto aguarda a conclusão do processo de sua exclusão, acusado de arrombamento de gavetas e furto na Aisp/Boa Vista. Prisão preventiva do policial foi solicitada pelo próprio comandante João Lunardi, a partir de informações de que o investigado estaria ameaçando testemunhas. Ainda no 4º Batalhão está preso PM vinculado à Companhia Independente de Frutal e destacado em Iturama, igualmente acusado da prática de crime.   Loteamento. Projeto arquitetônico do loteamento Jockey Park 2 está concluído, entrando agora o processo na fase de finalização. Os terrenos, com mais de 1,5 mil m², são destinados preferencialmente aos associados joqueanos, mas podem ser adquiridos também por quem não tem esse privilégio, lembra o diretor de Patrimônio do Jockey, Edson Martins de Oliveira.   Nem te ligo. Foto de primeira página da edição de ontem do JM é sintomática: mostra o governador Antonio Anastasia ao lado de Narcio, coronel Aquino, Marcos Montes e a delegada Camilli (ambos um pouco mais atrás), no saguão do aeroporto. Ninguém do povo presente. Dos quatro, dois, certamente, por obrigação funcional.   Cabeça inchada. Petistas uberabenses amargam a derrota de Patrus Ananias nas prévias do partido em Minas. E pegou mal o “barraco” armado pelos partidários de Pimentel, vindos de Belo Horizonte. Especialmente diante da goleada de votos sofrida aqui.   Desagravo. Reação do tenente-coronel Lunardi, ontem, certamente receberá aplausos de muitos PMs, hoje na reserva, que presenciaram, no passado, a arrogância com que oficiais do Exército se dirigiam aos policiais militares de serviço em locais frequentados por autoridades federais. Os tempos são outros, meus caros.

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