FALANDO SÉRIO

Bandido bom é bandido...complete

Quando será que a legislação criminal brasileira terá uma reforma pra valer?

Wellington Cardoso
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 04:26
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Quando contará com a participação de quem entende do assunto? A polícia vive no eterno trabalho de “enxugar gelo”, prendendo um mesmo bandido várias vezes ao longo do ano.   E não se deve responsabilizar os advogados por isso, mas reconhecer suas habilidades em explorar a fragilidade do sistema, motivado por leis de Terceiro Mundo, onde o bandido tem privilégios e o povo paga por isso.   Com todas as suas deficiências de pessoal, equipamentos e qualificação profissional, as polícias trabalham, e muito. Em Uberaba, somente no ano passado houve mais de 8 mil prisões.   Seria falso afirmar que os números representam igual número de bandidos altamente nocivos à sociedade, mas, seguramente, no pacote estão, no mínimo, 200 assim considerados e a maioria deles já voltou para as ruas.   De cada 10 bandidos presos a PM encontra cinco a sete reincidentes contumazes, com várias passagens pela delegacia e penitenciária.   A legislação penal brasileira facilita a vida dos marginais (agora “cidadãos infratores” para os teóricos que vivem na ilha da fantasia, enquanto o povo tenta sobreviver na Faixa de Gaza). Condenações a 20, 30 anos de cadeia são mera utopia. As penas somadas acima de 30 anos de prisão são pura ficção (a própria legislação não o permite).   Assassinos cruéis dificilmente ficam mais de quatro anos presos. Recentemente, dois dos executores do jornalista Tim Lopes voltaram para as ruas (regime semi-aberto) com apenas pouco mais de 3 anos de cumprimento de pena acima de 20 anos.   Enquanto nossos congressistas, cercados da segurança oficial, vivem no oba-oba de um Parlamento transformado em balcão de negócios de interesses meramente pessoais, a bandidagem vai fazendo a festa. O povo que se dane.   Faltam, de fato, leis que facilitem ao sistema repressivo dar segurança aos trabalhadores que ralam para sustentar a família com dignidade. Não é possível que marginais presos mais de 10 e até 30 vezes permaneçam livres por falta de julgamento ou beneficiados por penas que invertem os valores, induzindo que o crime compensa.   Cadeia pode não consertar, mas um bandido preso é um a menos. E, para determinados criminosos, a legislação deveria permitir que a chave da cela fosse jogada fora até que psiquiatras dissessem que têm condições de voltar ao convívio da sociedade.   Bandido no Brasil tem mais direitos do que o cidadão trabalhador. Que categoria de assalariado faz de quatro a cinco refeições ao dia, com direito a dois tipos de carne no almoço e no jantar? Tem médico, psicólogo e assistente social à sua disposição para atendimento imediato? Preso tem.   No assassinato do chefe de família por bandido seus dependentes são ignorados (a mídia só se interessa em mostrá-los chorando). Não se procura em saber se estão passando fome, se precisam de algum tipo de ajuda.         Em presídios, detentos queimam os colchões pela manhã e à tarde recebem outros novinhos. E se isso não acontece, vozes se erguem em sua defesa (exemplos existem em Uberaba).   Palavra de polícia contra bandido não vale, mas de bandido contra policiais viram manchetes, movimentam o Ministério Público, que aciona o Judiciário.   A máquina é colocada a serviço do criminoso, não importa se ele tem 30, 50 passagens oficialmente registradas pela polícia, se já foi preso por assalto, homicídio, estupro. Sua palavra contra um policial de ficha limpa é recebida de imediato como “meia verdade”. Vira procedimento investigativo no ato.   Dificilmente bandido conta que pagou suborno a policial (ou outro tipo de autoridade qualquer). Confessar crime, nem pensar.   Suas denúncias contra policiais estão quase sempre centradas em maus-tratos (a lei contra a tortura escancarou as portas do sistema para a bandidagem, promovendo a suspensão de policiais mediante a simples aceitação da denúncia pelo Judiciário).         Ele sabe a dor de cabeça, o transtorno administrativo e penal que provoca no investigado e busca, na cara-de-pau, no Ministério Público, o “habeas-corpus” de que necessita para se livrar do denunciado.   Em Uberaba mesmo, onze “tiras” estão “fora de combate” há três anos, suspensos em razão de denúncia de bandidos. Um dos autores está cumprindo pena na penitenciária e outro foi morto em recente troca de tiros com a Polícia Militar.   Velhos conhecidos dos policiais suspensos como assaltantes, imediatamente após um delito, a dupla foi ao Ministério Público e denunciou que um deles fora torturado pelos policiais para confessar crimes. Agindo verdadeiramente em parceria nas ruas, um foi testemunha do outro.   E o processo está parado há algum tempo porque uma das testemunhas não era localizada para depor. Exatamente o assaltante que trocou tiros com a PM há duas semanas depois de fazer mais de vinte vítimas em seguidos assaltos em apenas três dias. Enquanto isso, onze “tiras” estão sem trabalhar.   Agressão de policial a bandido é crime de tortura, assassinato de policial por bandido é simplesmente notícia.     E isso aí!!! Em sua primeira entrevista, o ex-lateral do Flamengo e do Corinthians Fábio Augusto mostrou uma das diferenças entre os grandes atletas e os demais: atraiu responsabilidades para o elenco e estimulou a confiança da torcida do Uberaba Sport. “Vamos disputar 18 pontos em casa e temos de ganhar pelo menos 15” - afirmou.   Mentalidade. Fábio Augusto, que em seus bons tempos não foi fenômeno, mas não era um jogador qualquer, dá um basta naquela conversa de que a primeira meta do USC é se manter na Primeira Divisão. Por suas tradições, o clube tem o direito de pensar na Copa do Brasil e em voltar à elite do futebol nacional (começando pela 3ª Divisão, é claro).

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