Furto de 650 quilos de maconha

Chame a polícia!

Até a tarde de ontem a polícia não tinha nomes para divulgar (ou não podia, “para não atrapalhar as investigações”) de suspeitos do furto de 650 quilos de maconha ocorrido na Delegacia de Iturama. O episódio bem retrata a precariedade da Polícia Civil no interior de Minas. A delegacia, mesmo guardando mais de uma tonelada de drogas, não tinha policial de plantão e a vigilância era feita por sistema de alarme, desativado com facilidades pelos ladrões. O furto, praticado na madrugada do dia 6, somente foi descoberto às 7h45, quando perito chegou para trabalhar e encontrou a delegacia arrombada. Em um cofre ficaram outros 400 quilos, ignorados pelos ladrões.

Pedido de ajuda

Ainda ontem, a chefe do 5º Departamento de Polícia Civil, sediado em Uberaba, estava em Belo Horizonte para tratar do furto (sem arrombamento). Antes mesmo de viajar, a delegada Maria de Lourdes Camile baixou portaria designando delegados de Frutal e equipes de investigação de Frutal e Araxá para a tentativa de chegar aos responsáveis por um dos furtos mais ousados na história policial da região. Episódio como esse, dentre outros, deve ser encarado pela Polícia Civil como “ponto de honra” se chegar aos criminosos. Afinal, não é todo dia que delegacia é invadida por marginais nem 1 tonelada de drogas fica armazenada sem vigilância.

Excluídos

Pontos de referência das relações partido/Executivo, os vereadores do PR, curiosamente, não foram convidados pelo presidente Aelton Freitas para o encontro do fim de semana com Anderson. Almir Silva, Chiquinho da Zoonoses e Samuel Pereira já não haviam sido convidados para a reunião na qual o PR tiraria a comissão que se encontraria com o Chefe do Executivo. E foi exatamente essa comissão, liderada pelo deputado federal, que se encontrou com Anderson e ouviu proposta de unificação dos calendários das siglas aliadas no processo de escolha dos candidatos a prefeito.

Inacreditável

Sem que para isso houvesse iniciativa ou concordância do legítimo proprietário, a CEMIG simplesmente mudou para o nome do inquilino a conta de consumo de energia elétrica. Situação que somente foi descoberta pelo proprietário do imóvel ao término do contrato de locação. E o inquilino ainda chegou a comentar com vizinhos que havia tentado o mesmo em relação à conta de água, e não encontrado guarida no CODAU. Agora, a CEMIG está exigindo do proprietário o que não fez antes: apresentação dos documentos de titularidade do imóvel para voltar a conta para o seu nome.

Uma vergon ha

A transferência de Franca para Ituverava de pátio de veículos apreendidos pode ter sido parte de estratégia para alimentar a corrupção que envolvia quase duas dezenas de policiais militares rodoviários com atuação naquela região paulista. As suspeitas, sob investigação da corregedoria da PM de São Paulo, sinalizam que, a partir da transferência, as apreensões de veículos em rodovias da área aumentaram significativamente, gerando mais receita para o pátio, que incluía serviços de guincho. Os policiais investigados agiam em Franca, Pedregulho, Brodowski e Ituverava. Um deles fazia em média 10 apreensões de veículos por dia.

Valores lá em cima

Enquanto em Franca, o pátio também investigado cobrava R$ 129 para guinchar caminhão, R$ 70 por carro e R$ 59 por moto. Com a transferência para Ituverava, a taxa mínima cobrada passou para R$ 141,37 mais R$ 4,59 por Km rodado pelo guincho por carro ou moto, enquanto por caminhão eram cobrados R$ 284 mais R$ 10 por km, além da estadia deInsegurança$110,34, respectivamente.  Entre os motoristas que tiveram veículos apreendidos quando transitavam por aquela região estão alguns uberabenses. O cidadão fica completamente desprotegido diante de agentes de fiscalização corruptos ou truculentos.

É pra valer

Depois de mais duas ações violentas de assaltantes contra postos de gasolina e suas lojas de conveniência, o empresário André Martins puxa a fila dos que começam a pensar seriamente no fechamento desses estabelecimentos a partir das 22h. A ideia ainda não ganhou corpo na associação dos proprietários de postos, mas já enfrenta a resistência de alguns, que preferem melhorar a segurança, contratando pessoal ou instalando câmeras. Compromissos assumidos com as bandeiras também dificultam a medida, praticamente vetando o fechamento dos postos que abastece.

Câncer

Discussão sobre as consequências do uso de defensivos químicos para a saúde humana e o ambiente, na Câmara dos Deputados, pôs em destaque a cidade mineira de Unaí. Relatório do deputado padre João ressalta a correlação entre o aumento da incidência de câncer e o uso desses produtos na agricultura. Anualmente, surgem 1 mil 200 novos casos de câncer em cada grupo de 100 mil habitantes em Unaí, quando a média mundial é a metade disso. Em Lucas do Rio Verde/MT, a presença de agrotóxicos foi registrada em 100% das mulheres que estavam amamentando.

Do meu, do seu, do nosso

Tribunal de Justiça do Distrito Federal está desembolsando R$ 143,1 mil com a compra de cinquenta poltronas ergonômicas (nos hospitais, pacientes passam semanas em macas) e também R$ 404 mil por 1,2 mil monitores de vídeo para microcomputadores. No Senado, R$ 148,1 mil foram reservados para a compra de 491 cadeiras de Junco e os funcionários dos senadores ganharão mesas novas no valor global de R$ 106 mil. Já na Presidência da República, entre os gastos da semana passada estão utensílios para guardar alimentos (potes plásticos, marmitas de alumínio e bandejas de isopor).

Uma e outras

Parati de Marcelão Rossetti foi furtada diante do “Uberabão”, enquanto ele trabalhava na administração do estádio.// Ninguém mais anda aguentando essa onda de furtos e roubos em Uberaba. Uma hora o caldo vai entornar, e feio.// No mesmo nível está o tráfico de drogas, presente em todos os bairros. O tráfico, hoje, ocupa muito mais espaço que o jogo do bicho, febre no passado.// Tentativa de assalto ao Supermercado Bretas, que fica a 50 metros de uma Aisp, na Guilherme Ferreira, demonstra a ousadia da bandidagem. Os caras já não temem nada, certos da impunidade. Só têm medo de bala.

As palavras pertencem metade a quem fala,

metade a quem ouve”.

(Montaigne/1592)