FALANDO SÉRIO

Números assustam: sete pessoas são assassinadas por hora no Brasil

Wellington Cardoso
Publicado em 10/08/2018 às 21:33Atualizado em 17/12/2022 às 12:25
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François Ramos

Redator Interino

Socorro

No país em que se combate violência com abraço em lagoa, protesto com camiseta branca, soltando pomba da paz e acendendo vela branca ao som de John Lennon, os números não são nada promissores para o cidadão de bem: sete pessoas são assassinadas por hora. Um recorde mundial.

Comum

Recordes negativos são bem comuns no Brasil. Combustível caro (principalmente no interior), crescimento inexpressivo do PIB, desemprego em alta, dólar em alta e mais uma vez temos a liderança mundial no ranking de homicídios. Ano passado (2017) o país bateu seu próprio recorde: 63.880 pessoas foram assassinadas em terras tupiniquins.

Absurdo

Infelizmente os números não parecem assustar, pois a preocupação das autoridades demonstra ser bem diferente. Aliás, é só “apertar” na questão de segurança pública que a conversa invariavelmente parte para a necessidade de vigiar melhor as fronteiras, mas “Donald Trump é um monstro” e falar em qualquer forma de controle por aqui vira crime.

Exclusão

Entretanto, a desculpa preferida para justificar a criminalidade é falar de exclusão. Bom, para quem viveu no Brasil dos anos 1980 ou antes sabe que a pobreza já foi um problema bem maior por aqui. Comprar um “Danone” ou um “Prestobarba” era só pra elite. O salário mínimo sequer alcançava os 100 dólares. Ter virado o jogo em tempos de democracia é algo que todos os presidentes a partir de Fernando Henrique Cardoso se vangloriam.

Dúvida

Entretanto, se a pobreza no Brasil só fez diminuir, se a miséria e a fome foram erradicadas, e se programas como o Bolsa Família, só para citar um exemplo, diminuíram a exclusão no país, por que a violência só faz aumentar? É uma lógica que simplesmente não se sustenta.

Alienação

Um processo de desarmamento crítico do povo brasileiro vem sendo desenvolvido há décadas e contribuiu para uma significativa inversão de valores. Estamos diante de um processo no qual a “educação” contribuiu para que a família se tornasse dispensável e o ser humano descartável. Estamos em uma sociedade que protege o ovo de tartaruga, mas quer livre direito de exterminar a vida humana. Ser honesto virou sinônimo de possuir um rótulo de “otário” na testa.

Liberdade

Conceitos como responsabilidade deram lugar ao “eu quero” e a ética foi substituída pelo “eu posso”. O amor entre as pessoas cedeu espaço ao sentimento de “propriedade”. Os resultados dessa “escolha”, que aos poucos foi imposta pelo Estado e pela grande mídia, estão presentes em nosso cotidiano.

Acorda

A transformação negativa pela qual o Brasil passou em relação ao cultivo de valores essenciais para a vida em sociedade atinge crianças, jovens, idosos, mulheres, homens, homossexuais, heterossexuais, negros, brancos ou pardos. A violência, por exemplo, não tem preconceito. É um mal que alcança a todos os brasileiros. O mesmo vale para a falta de respeito à opinião dos nossos semelhantes.

Contestável

Óbvio que muitos leitores vão discordar das opiniões externadas na coluna de hoje. E isso é um direito a ser respeitado. Afinal, respeitar não é sinônimo de concordar. Assim, como ainda vivemos em uma democracia, antecipo que respeito aqueles que pensam de forma diversa.

Direito?

Entretanto, esse é um direito que o mesmo processo de alienação responsável pela destruição da opinião crítica do povo parece estar condenando à morte. Não se pode dizer absolutamente nada que seja contrário à perspectiva do “politicamente correto”. As pessoas, por medo da reação de outros indivíduos e até mesmo de instituições, estão simplesmente deixando de ter opinião própria em nome de um falso sentimento de sossego.

Difícil

Não posso concordar com o profundo distanciamento que está sendo gradativamente imposto à sociedade em relação ao que realmente importa, ao que traz significado para nossas vidas. Virtudes humanas como a bondade, a solidariedade e o respeito mútuo há muito deixaram de ser incentivadas.

Mérito

Na educação contemporânea “tupiniquim” a ordem é não reprovar. É fazer de conta que o aluno aprendeu e jogá-lo adiante. “Retê-lo pode trazer desestímulo à continuidade dos estudos”, dizem alguns especialistas em “pedagogês”. Mas e enganar a criança fingindo que ela aprendeu? O que isso pode fazer com o futuro e a vida daquele cidadão em formação? Isso parece não mais importar, desde que seja barato para o Estado e ele possa manter o povo ignorante.

Igualdade?

Igualdade que limita o futuro de um povo à miséria, que o priva do verdadeiro conhecimento, que impõe cabresto eleitoral e que o faz crer ser aquilo que as pessoas fazem com suas partes íntimas mais importante que educação, saúde e segurança, com certeza não é o que foi programado pela Constituição Federal de 1988.

Chega

É preciso, com urgência, dar um basta na hipocrisia das autoridades que nos governam e banir definitivamente de nosso meio políticos que não têm compromisso com o povo, com a coisa pública. Infelizmente ainda vemos pessoas que defendem o direito de um criminoso condenado assumir cargo público; que reclamam do tráfico de drogas, mas elegem traficantes; que reclamam de violência, mas protegem bandidos e perseguem duramente a polícia e outras instituições que deveriam zelar pela nossa segurança. O cenário brasileiro é assustador.

Otimismo

Como acreditar no impossível é uma característica do brasileiro, vamos torcer para que a célebre frase motivacional do “não desiste nunca” deixe de ser aplicada na hora do voto a ser depositado nas urnas em outubro. Chega de acreditar naqueles que já tiveram oportunidade e não se mostraram dignos. Vamos fazer uma dieta positiva e banir gente tóxica de nossos caminhos.

“A ignorância é a maior enfermidade do gênero humano.”

(Cícero) 

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