Ao lado do Regional Papacídero, Eduardo Garcia ouve as instruções de Colombari para a operação (Foto/Divulgação)
Escândalo instalado, a ABCZ admite em nota oficial as suas fragilidades internas de controle e sistema contábil e promete mudanças. Empresas “fantasmas”, notas fiscais frias, pagamentos indevidos e desconfiança instalada são os ingredientes de irregularidades e crimes que puseram a Polícia Civil em cena.
Vítima
Pelo que se sabe até agora dos crimes praticados, em qualquer situação a vítima é a ABCZ. Mais de R$ 1 milhão foram desviados dos seus cofres em esquema que envolveria dois ex-colaboradores e deixa alguns pontos de interrogação. Mas desses pontos ainda cuidará a Polícia Civil.
Em aberto
As investigações não foram encerradas com o cumprimento, sem incidentes, de dez mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal para sete pessoas, incluídos os dois ex-colaboradores. Um dos alvos ainda atua na ABCZ e os outros quatro são “laranjas” com empresas no nome.
De dentro
Outros nomes podem aparecer com a perícia a que serão submetidos celulares, notebooks, pen-drives e documentos de imóveis e bens móveis apreendidos com a Operação ABCZ. No pacote, veículos adquiridos com as vantagens oferecidas aos produtores rurais.
Bloqueados
Os sete investigados amanheceram com a equipe dos delegados Felipe Colombari e Eduardo Garcia na porta e R$ 1,1 bloqueado (os valores individuais variaram) nos bancos em que são correntistas. Já nesta terça-feira advogados andavam nos corredores do fórum na tentativa de liberar o dinheiro dos seus clientes.
Despencou
Uberaba despencou no ranking da segurança pública produzido pela MySide e publicado no Anuário CidadesMais Seguras de 2025. O município aparece em 103ª posição no País e em 17ª em Minas Gerais, segundo a assessoria de Comunicação da MySide informou à coluna.
Não aparece
O ranking é baseado exclusivamente em ocorrências de homicídio e essa é uma das raras vezes em que Uberaba não aparece entre as dez cidades mais seguras de Minas Gerais com 200 mil a 500 mil habitantes. Os dados reunidos pela MySide são do IBGE e do Ministério da Saúde, sem interferência interna ou externa.
Indicadores
A segurança ou insegurança de uma cidade não é medida exclusivamente por homicídios. Existem outros crimes que podem ser levados em consideração, mas a maioria das organizações privadas que afere os níveis da segurança pública recorre exclusivamente aos homicídios. Outras informações são imprecisas.
As mortes
No seu levantamento/estudo, a MySide, com sede em Curitiba, apontou para 13,3 homicídios por 100 mil habitantes em Uberaba. Em sua terceira edição, o Anuário é ferramenta usada por investidores imobiliários em busca de lugares mais seguros, segundo a própria MySide.
Apurando
Controladoria Geral do Município tem examinado uma série de documentos, colhido dados e informações e também realizado diligências desde que recebeu, em maio, denúncia formal de irregularidades na Codiub. Tudo isso dentro do instaurado inquérito administrativo.
Isenção
Assegurando apuração isenta, compromissada com a verdade, a CGM tem mergulhado em cada detalhe da denúncia, sem, contudo, ter encontrado até agora confirmação das irregularidades apontadas. Mas, de acordo com a controladora geral Júnia Cecílio, o procedimento permanece em andamento.
Indignação
Uma das referências da advocacia em Uberaba, Roberta Toledo recorreu ao Instagram para registrar sua indignação pela forma com que cidadão preso ao ser encontrado na rua carregando uma placa de sinalização de trânsito foi tratado pelo Ministério Público. A advogada não citou o nome do promotor.
“Um coitado”
Roberta não usou essa expressão, mas detalhou que o cidadão é pobre, preto, desempregado e mora com a mãe e um irmão que tem câncer. Em razão da placa, encontrada na rua e que seria vendida, recebeu proposta do promotor para ANPP, primeiro de multa de 2 salários mínimos e 2 anos de serviços comunitários.
Caiu um pouco
Houve uma segunda proposta: suspensão do processo, 8 meses de prestação de serviços, pagamento de 1 salário mínimo, perda de 1 salário pago como fiança na delegacia quando foi preso e passar dois anos assinando “aquela bobagem de livro” existente no fórum. Para a advogada, isso não é promoção de justiça.
Túlio exibe original do projeto votado e aprovado (Foto/Divulgação)
É direito
Mais uma ação do vereador Túlio Micheli em defesa de portadores de doenças crônicas. Foi aprovado projeto de sua autoria, assegurando aos diabéticos e portadores de outras doenças crônicas o direito de, em concursos do município, usarem durante as provas insumos, medicamentos e alimentos dos quais não possam ser privados por longos períodos. PL vai agora à sanção do Executivo.
Com pesar
Somente nesta terça-feira Marcos Montes soube do falecimento da professora Vera Lúcia Gonçalves de Oliveira, externando sua gratidão pelos relevantes serviços prestados por ela à educação municipal, inclusive nos seus dois mandatos como prefeito. “Vera era uma dessas pessoas vibrantes, autêntica, trabalhadora, dedicada, que representam a grandeza do ser humano e do servidor público” – afirmou.
Homofobia
Condenada a pagar R$ 24 mil de indenização por danos morais coletivos ao fazer discurso de ódio contra a comunidade LGBT nas redes sociais, a vereadora Roberta Rodrigues (Avante), de Ibiá, revela que recorrerá da sentença. Ibiá fica a 182 km de Uberaba.
Dura realidade
É duro para quem paga plano de saúde ouvir de secretária de médico que pelo convênio ele só tem vaga para atendimento a partir de abril de 2026. Mas, se for no particular, a consulta (de R$ 700) seria agendada para a próxima sexta-feira.
Denúncia
Vereadora Denise Max deve procurar a Polícia Civil nesta 4ª feira e pedir apuração para pet shop do qual recebeu vídeos em que funcionário aparece dando tapas em cachorros de clientes a ele confiados para ser lavados.
Câmeras
Diante do que viu nos vídeos, vereadora pedirá agilidade de tramitação para projeto com que pretende tornar obrigatória a instalação de câmeras em todos os estabelecimentos do gênero. Como forma de evitar que animais sejam maltratados.