Policial considera frutos da hipocrisia as críticas dirigidas à PF em Uberaba

Wellington Cardoso
Wellington Cardoso
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Publicado em 18/03/2023 às 20:32Atualizado em 20/03/2023 às 20:00
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Agentes tiveram muito trabalho com as apreensões autorizadas pela Justiça (Foto/Jairo Chagas)

“Nasceram” em Uberaba os pedidos de prisão preventiva e de mandados de busca e apreensão cumpridos na sexta-feira pela Polícia Federal. Inicialmente, os procedimentos contra suspeitos de envolvimento com o 8 de janeiro foram analisados pela juíza federal Cláudia Salge.

Competência
Como as investigações são conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal, a magistrada se declarou incompetente para tomar uma decisão e encaminhou os autos para Brasília. E foi no Distrito Federal que se decidiu por acatar os pedidos.

Não deu tempo
Dias antes das quatro prisões ocorridas na sexta-feira, um dos investigados, desconhecendo o pedido de decretação de sua prisão, havia anunciado à PF que iria se apresentar espontaneamente. E teria ficado agendado para terça-feira próxima. Não deu tempo. Na 6ª sexta, “recebeu” os policiais em casa.

Foragido
Dos cinco mandados de prisão expedidos para uberabenses, apenas um não chegou a ser cumprido. O alvo é considerado foragido.

Ordem de cima
Logo após o início de manifestações e bloqueios de estradas ainda no ano passado, o STF determinou a todas as representações da PF, da PRF e do MPF que investigassem o nível de envolvimento das pessoas. Todas simpatizantes de Bolsonaro, que havia acabado de perder as eleições.

Esquentou
Em alguns momentos da audição dos presos, ainda na sexta-feira, o tempo esquentou entre delegado e advogados. Um deles teria chegado a dizer ao policial que não precisava dos conselhos que lhe estavam sendo oferecidos. “Os códigos em que estudamos são os mesmos” – teria frisado.

Críticos
Em grupos de Whatsapp de condomínios de classe média alta não faltaram comentários contra a ação da PF. Muitos deles do tipo: “(...) tantos problemas neste País (...) ir atrás de bandido, traficante, entrar em favela, isso eles (PF) não querem”. Fala semelhante à de advogado de um dos alvos.

Reação
Muitos desses comentários chegaram ao conhecimento de integrante da Polícia Federal, que não deixou por menos: “(...) como se bandido fosse só preto, pobre e de favela, que comete delitos patrimoniais e vende drogas para os bem nascidos”.

Hipocrisia
E acrescentou o policial: “Sociedade hipócrita (...) criminoso é qualquer um que se enquadre no Código Penal e traga prejuízos à sociedade”. 

Algemas
De acordo com ele, “tem algemas disponíveis na PF para qualquer branquinho, bem nascido, com curso superior e morador de condomínio que não se enquadre na lei”. 

Pela boca
O ditado popular “o peixe morre pela boca” está sendo substituído por outro: “peixe grande está sendo fisgado pelo celular”. Conversas por aplicativos de mensagens têm “entregado” muita gente e até facilitado o trabalho da Polícia Federal.

Ainda aqui
Os quatro presos da sexta-feira devem permanecer na Penitenciária “Aluízio Ignácio de Oliveira”. A direção da Papuda já apelou ao STF para descentralizar os detidos nas investigações da manifestação em Brasília.

Programa dá a sua colaboração à SMS e deixa o "mosquitão" fora de combate (Foto/Divulgação)

Na luta
Participantes do programa Todos por Uberaba, sob a liderança da Daniela Arantes, estão indo às ruas, ainda que de forma simples, para alertar os uberabenses sobre a necessidade do combate ao mosquitinho da dengue. Na 6ª feira, a ação dos servidores foi na praça Dom Eduardo.

Contas feitas
Ex-presidente do MDB em Uberaba fez as contas dos votos recebidos aqui por deputados visitados na Assembléia Legislativa pela prefeita Elisa. Segundo Fabiano Elias, exatos 1 mil 212 votos. Um deles teve apenas quatro votos em Uberaba.

Grito do povo
No recurso ao TJ com que conseguiu aumentar de 1 ano e 8 meses para 7 anos a pena de traficante preso com 114 kg de maconha, o promotor Laércio Conceição afirmou que “a sociedade chora e clama por uma resposta mais justa, razoável e proporcional” para esse tipo de crime.

Devastadora
Frisou o promotor que “essa atividade criminosa é devastadora e de graves consequências para a sociedade, trazendo intranqüilidade e desassossego à população”. Laércio chegou a mencionar o aumento de dependentes químicos e de outros delitos por causa das drogas.

Inconvenientes
Pediatra ouvido pela coluna disse ver com restrição a intenção da SMS de fazer plantão de 24h voltado para crianças em UPA. Segundo ele, esse atendimento exige suporte não previsto no Termo de Referência da “terceirização”.

Equipamentos
Profissional explicou que um atendimento desse nível de qualidade precisa contar com equipamentos como ultra-sonografia e tomografia. A pediatria exige uma rede rápida de resposta que difere do atendimento de adulto – destacou, lembrando a carência de leitos para esse público.

Concentração
Disse ele que os extremos da vida (infância e velhice) exigem suporte diferenciado e respostas mais rápidas. “A concentração de pediatras em uma mesma unidade é uma boa idéia, desde que seja de maneira organizada” – atestou.

Boa impressão
Na 4ª feira, o promotor Eduardo Fantinati, novo titular da Promotoria da Saúde em Uberaba, esteve fazendo uma visita à SMS. Deixou ótima impressão entre os servidores com os quais conversou, nos quesitos simpatia e gentileza. Secretaria tem diversas pendências no MP.

Pois é!
Está se avolumando o número de trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão. Na sexta-feira, 212 deles foram “resgatados” em usinas produtoras de álcool de cidades goianas. Recrutados clandestinamente no Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, eles foram levados para Itumbiara, Edeia e Cachoeira Dourada para trabalhar nos canaviais. 

Dormindo no chão
Grupo, que pagava pela moradia e até as ferramentas usadas no trabalho, vivia em condições precárias. Alguns dormiam no chão se não conseguissem pagar pelo colchão e todos tomavam banho frio com água que saia diretamente de um cano.

Investigado
Além das prisões e apreensões de 6ª feira, em Uberaba, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão também em Araxá. O alvo é homem apontado como financiador de ônibus que levou 43 araxaenses às manifestações do início do ano em Brasília. Nas redes sociais, o grupo se identificava como “Tomada do poder pelo próprio povo”.

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