FALANDO SÉRIO

Recordações de um Ano Novo

Wellington Cardoso
Wellington Cardoso
Publicado em 31/12/2022 às 17:52Atualizado em 02/01/2023 às 20:07
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Impossível ter chegado em 2023 sem trazer na bagagem todas as recordações dos anos já vividos. E isso pode transformar o ano novo em um resultado bom, ruim ou mais ou menos de anos velhos, dependendo do que você fizer com essa bagagem. E quantos mais anos velhos, menores são as expectativas, os sonhos.

Uns porque os realizaram, outros por comodismo já nem tentam. Acham que já não vale a pena tentar conquistar o que não conseguiram em décadas, apesar de todas as lutas, ou por esperarem que alguém tomasse para si, frustrados, as decisões mais importantes de suas vidas.

Chega-se ao ano novo com as alegrias do passado que acalentam o coração, mas também com as tristezas, que ficam no seu eterno e cotidiano vai e vem. Alegrias e tristezas se misturam na mesma mala com que pulamos de um ano para o outro.

Uma bagagem em que momentos de felicidade vividos e acumulados também fazem parte dessas recordações, muitas vezes relembradas com nostalgia e, por que não (?), com lágrimas nos olhos. Imagens do passado levadas para o presente do ano que se inicia.
Não é simples falácia a expressão “eu era feliz e não sabia”. Às vezes você resiste tanto em se reconhecer ou se ver  feliz, por muitos motivos, que nem percebe estar vivendo momentos felizes que, na memória, se eternizam, quando seus pensamentos voltam ao passado.
Eles viram fonte do bloco “recordar é viver”, mas também de melancolia.
Quem nunca se sentiu como se, por alguns segundos ou minutos, não estivesse em outra dimensão? Não no futuro, mas no passado. Atire a primeira pedra.

E como pesam nessa bagagem que trazemos do passado para o ano novo os momentos verdadeiramente tristes (eles nunca morrem, apenas adormecem, e, quando despertam, começa tudo de novo, um ciclo vicioso). São lembranças de momentos de tomada de decisão para a qual faltou coragem, perda do tempo não aproveitado ou não preenchido com alegrias, perda de oportunidades, de saúde, amigos, parentes, e de amores (a paixão se perde com o tempo, mas o amor que a substituiu fica, às vezes, adormecido em algum canto, mas sempre presente).

Se você prestar atenção, de verdade (!), na conversa entre duas pessoas com mais de seis ou sete décadas, verá que as perdas são, normalmente, mais comentadas por elas do que os ganhos. Há exceções! Como em tudo na vida, seja ela considerada bem ou mal vivida.
A propósito, o que é uma vida bem vivida?
Para uns, com dinheiro (“compra tudo, até saúde”), saúde, amigos e amor (o amor representado por aquilo que todos nós sonhamos algum dia ou por anos em ter). O amor entre você e alguém especial que também o veja assim. O amor que dá asas à imaginação, anula defeitos e aumenta qualidades, projeta o restante de nossas vidas; ou que é projetado e idealizado pela imaginação. E, para isso, não tem idade. Existem, porém, limitações.

Você não faz o seu destino, não é o dono sequer do próprio coração. Mas, é responsável pelo que fez ou deixou de fazer.
Para outros, uma vida bem vivida é ter saúde, um grande amor, amigos e dinheiro.
A ordem das prioridades é diferente.

E para você? O que é uma vida bem vivida? Já parou para pensar? Chegou a uma conclusão?
E se tivesse de optar entre dinheiro e amor?
Que decisão tomaria neste primeiro dia do ano?
Deixar qualquer decisão para o ano seguinte pode ser tarde demais. Se é importante, corra atrás.
O tempo passa tão rápido quanto a imaginação. Foi “outro dia” (década de 60, a da adolescência) que me vi projetado para os anos que viriam. Quantos sonhos, quantas expectativas. E como todos esses anos passaram de pressa. Com conquistas e perdas.
Nessa época (anos 60) eu não conhecia ninguém no obituário do dia. Hoje, conheço quase todos.
Não permita que alguém interfira em sua vida ao ponto de você depender dele ou dela para ser feliz.
Faça com que tudo valha a pena. Aprenda com as perdas e se deleite com cada segundo de alegrias. Não deixe para amanhã.
Achando a vida boa ou ruim, satisfeito ou não com o seu emprego, com os seus amores, é com ela que você chegou a 2023. Trazendo na mala todas as recordações que o tempo não apagou.
Isso torna o ano novo um arquivo de lembranças velhas. Cada um escolhe à qual se agarrar. A recordação pode ser boa e também machucar. E pode ser ruim, mas te dar forças para recomeçar.

Feliz 2023 para todos.

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