FALANDO SÉRIO

Reféns dos alunos sem limites

O volume de ações que chegam à Justiça Trabalhista atesta a alarmante realidade

Wellington Cardoso
Publicado em 13/02/2013 às 10:31Atualizado em 19/12/2022 às 14:44
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Professores viram reféns

“Os professores estão ficando reféns dos alunos sem limites e de instituições de ensino omissas, mais preocupadas com o lucro do que com a formação ética dos estudantes.” Seria apenas mais um comentário do gênero, não fosse ter partido da assessoria de imprensa do Tribunal Regional do Trabalho/Minas, admitindo que o volume de ações que chegam à Justiça Trabalhista atesta a alarmante realidade, que não está tão distante de Uberaba como muitos pensam. Também por aqui existem registros de fatos estarrecedores, raramente levados à Justiça.

Omissão e conivência

Ainda de acordo com a assessoria do TRT/MG, “a visão mercantilista da educação tem sido a responsável por situações absurdas, em que a violência psíquica e física ganha o aval das direções e coordenações de muitas instituições de ensino, pela falta de repreensão e de sanções aos alunos rebeldes”. E mais: “Elas [escolas] preferem acobertar o comportamento inadequado do aluno rebelde do que perder uma fonte de lucro. Sob essa ótica, o estudante é tratado como um cliente, que sempre tem razão, enquanto o professor é visto como um simples empregado, que pode ser substituído com facilidade, e, por essa razão, ele é obrigado a tolerar o desrespeito”.

Nem aí

Maioria absoluta dos hotéis e pensões de Uberaba ignora a lei estadual que os obriga a cadastrar todo menor ou criança que hospedarem. Mesmo que esteja acompanhado pelos pais. Ficha deve ficar à disposição da polícia, MP e Judiciário por dois anos.

Objetivo

Com a obrigatoriedade, espera-se a redução do número de sequestros de menores de idade, muitos deles levados à comercialização no exterior. Os números mundiais desse comércio são alarmantes, segundo organismos internacionais: 1,2 bilhão de pessoas.

E a contraprova?

A tolerância zero quanto à ingestão de álcool por quem vai dirigir evidencia mais uma situação de desrespeito ao cidadão. Se a infração pode representar multa de R$1.915,40 mais a suspensão do direito de dirigir por um ano, onde está o equipamento que possibilita a contraprova ao cidadão injustamente acusado? O Estado não dotou as polícias de bafômetros – ausentes na maioria das blitze realizadas. O aparelho custa cerca de R$7 mil e o bocal descartável, R$3,50.

Pesos diferentes

Enquanto o cidadão pode ser penalizado por tomar uma taça de vinho, aquele que dirige depois de fumar maconha ou cheirar cocaína escapa ao rigor da Lei Seca – como comenta juiz uberabense. A fiscalização não dispõe de nenhum equipamento para atestar o nível de droga ilícita no organismo do motorista, enquanto basta citar em ocorrência que o cidadão bebera para lhe acarretar aborrecimentos.

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Maquinário

Com compras de R$120 mil em peças, a Prefeitura recuperou cinquenta e cinco de suas máquinas, que estavam paradas em janeiro, prejudicando os serviços de limpeza da cidade.

Bolsos cheios

Entre dezembro e fevereiro, cada um dos deputados estaduais de Minas Gerais faturou cerca de R$100 mil, somados três meses de salários (R$22,2 mil/mês) e duas ajudas de custo (R$20 mil cada) do término e do início do ano. O site da Assembleia Legislativa não veiculada a remuneração individual dos parlamentares, mas apenas a chamada verba indenizatória de R$20 mil/mês. Incluída essa verba, em três meses um deputado custou mais de R$140 mil aos contribuintes.

Despesas individuais

Os dois representantes de Uberaba na Assembleia gastaram em três meses aproximadamente R$159 mil, além dos seus salários. Adelmo, que ainda não prestou contas das verbas indenizatórias de janeiro, teve despesas indenizadas (aluguel de imóveis e carros, assessoria e consultoria, entre outras) de R$83 mil, entre outubro e dezembro. Os gastos reembolsáveis de Lerin, de novembro a janeiro, ficaram em R$75,6 mil, representados principalmente por divulgação e eventos.

Divulgação

A empresa A&D Serviços Telemáticos concentra os gastos do deputado Lerin com divulgação bancada pelas verbas indenizatórias da Assembleia (quase R$18 mil em janeiro). Uma emissora de rádio uberabense é a exceção.

Líquido

O salário líquido de cada deputado estadual mineiro é de R$15,1 mil, depois de descontados R$4,6 mil para o “Leão” e R$2,4 mil para a previdência exclusiva e privilegiada dos parlamentares, que se aposentam com invejáveis proventos.

Exemplo de gestão

A profissionalização da gestão opera milagres no Hospital “Dr. Hélio Angotti”, que tem feito seguidos anúncios de investimentos em instalações físicas e equipamentos. É bem verdade que muitos recursos públicos têm sido ali injetados, mas de nada adiantariam se não caíssem em mãos responsáveis. Há de se reconhecer também que a ajuda pública – elogiável pelo empenho de alguns – não é favor, pois ao “Hélio Angotti” é encaminhada a maioria dos pacientes SUS de câncer de praticamente todo o Triângulo.

“A verdadeira desgraça está mais nas consequências de uma coisa do que na própria coisa.”

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