FALANDO SÉRIO

Remotas possibilidades

Adelmo apresentou emenda que exige curso superior para os futuros policiais militares

Wellington Cardoso
Publicado em 13/07/2010 às 10:42Atualizado em 17/12/2022 às 06:32
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Causa perdida. Com remotas possibilidades de sucesso, o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) apresentou emenda à PEC que exige curso superior para os futuros policiais militares mineiros. Ele quer retirar a exigência do Curso de Direito para os oficiais, fator determinante para o reconhecimento do oficialato como carreira jurídica do Estado. E mais: para a futura reivindicação de equiparação salarial dos oficiais com defensores públicos (R$ 12 mil em 2012). Ontem, a proposta de emenda constitucional foi aprovada em 1º turno e, por causa da emenda de Adelmo, e outra – alterando de 30 para 35 anos a idade limite para ingresso na PM –, voltará a ser examinada em comissões técnicas antes de voltar a plenário.   Uma morte misteriosa. Ainda há muito mistério em torno da morte da médica Neide Mota Machado – formada pela então Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, nos anos 80 – e processada em Campo Grande/MS pela prática de centenas de abortos. Neide foi encontrada morta em novembro do ano passado, na zona rural, aparentemente vítima de suicídio, mas o laudo pericial sobre isso permanece inconcluso. Para colegas jornalistas de Campo Grande, o aparente desinteresse na elucidação da morte da médica pode estar ligado com interesses de pessoas poderosas que usaram seus serviços e têm os nomes mantidos em sigilo. Um desses colegas comentou com FALANDO SÉRIO que o corpo de Neide não pôde ser visto pela imprensa. O caixão foi lacrado e assim permaneceu até ser transportado para fora do Estado.   Análise crítica. Relatório da Comissão Estadual de Residência Médica sobre determinada área da UFTM está sendo dissecado por profissional também formado em Uberaba e atualmente a serviço do Governo federal. Em princípio, ele apontou a FALANDO SÉRIO o que considera pontos passíveis de questionamentos, incluídas cirurgias que teriam sido realizadas fora do Hospital de Clínicas. Ainda em consequência da análise que ele mesmo diz ser superficial, o “Doutor” acrescentou ser baixa a produção científica e cultural do conjunto de professores envolvidos.          Desproporcional. O analista também considera absolutamente desproporcional, no relatório, “as extensas atividades ambulatoriais (ambulatório e pronto-socorro)” – de triagem de pacientes para cirurgia – e o “bem menor” número de horas de cirurgias realizadas no hospital. As considerações mais detalhadas sobre o relatório o “Doutor” promete apresentar em duas semanas.   Censo. A se confirmarem as projeções possíveis neste momento, Uberaba tem entre 320 e 340 mil habitantes. Os números definitivos serão apurados pelo IBGE a partir do mês que vem, sabendo-se que serão visitados 105 residências apenas no perímetro urbano, mas nem todas ocupadas. A zona rural ainda está sendo mapeada. A média de habitantes por imóvel – atualmente estimada em 3,21 – vem diminuindo ano a ano, e, sobretudo, a partir de 2006, com a construção de casas populares.   Recenseadores. O IBGE está treinando 247 homens que baterão de porta em porta para a contagem dos moradores. Toda a movimentação será acompanhada eletronicamente, possibilitando a identificação de imóvel não visitado. Um trabalho que eliminará as dúvidas sempre reinantes sobre a realidade populacional do município.   Tartaruga. Apesar da informação de que o rapaz fora ouvido em Uberaba há mais de duas semanas – depois de três meses de espera –, até ontem o delegado Cezar Felipe não havia recebido as declarações de Felipe Borges Colenge, testemunha do acidente de janeiro em que morreram dois músicos uberabenses. Há mais de um mês o inquérito que corre em Sacramento depende exclusivamente da juntada do depoimento para ser fechado com indiciamento por homicídio culposo.   Sem previsão. A lentidão com que tramitam e são cumpridas cartas precatórias não dá ao delegado de Sacramento a menor expectativa de conclusão ainda este ano do inquérito que apura engavetamento de 12 meses, com uma morte e vários feridos, na BR-262, em fevereiro. Já se sabe que o acidente foi provocado por fumaça de queimada iniciada em fazenda, mas há quinze testemunhas/vítimas de outros Estados a serem ouvidas. O arrendatário da fazenda Santa Maria, onde o fogo teve origem, segundo laudo, já está indiciado por crime ambiental.   Difícil defesa. A agilidade com que o sistema reagiu no caso Bruno (o ex-goleiro do Flamengo) não é a rotina do dia-a-dia. É reservada apenas para os crimes notáveis, que envolvem no mínimo um personagem famoso ou poderoso. Os dois episódios registrados no começo do ano em Sacramento atestam a lerdeza com que são tratados os episódios considerados comuns. Os fatores são os mais variados, incluída a falta de disposição para se colocar o dedo na ferida.   O povo paga. Festas no 4º Batalhão de Infantaria da Selva, no Acre, são regadas a cerveja paga pelo contribuinte. Foram consumidas 1,2 mil latas de Skol com despesa de R$ 1,2 mil, mas, segundo a assessoria de Comunicação daquela unidade do Exército, houve “minucioso planejamento das atividades para adquirir as bebidas” e “a quantidade é compatível, pertinente e não atenta contra a seriedade que caracteriza as atividades na caserna”.   Esbanjando. Impressiona a facilidade com que órgãos públicos gastam o dinheiro que falta na saúde, na educação e na assistência social. Em oito meses – de abril a dezembro – o Senado Federal vai torrar R$ 248 mil para cuidar dos gramados, árvores, jardins e vasos ornamentais das dependências da Secretaria Especial de Editoração e Publicações. São mais de R$ 30 mil ao mês. Já o Tribunal Superior do Trabalho consumirá R$ 90 mil na reforma de 60 dias de um único apartamento funcional em Brasília.          Em casa. Servidor municipal preso por estupro e “massacrado” por detentos na penitenciária “Aluízio Ignácio de Oliveira” – sofrendo perfuração de pulmão e amassamento da bolsa escrotal – foi para casa após receber alta hospitalar. Sua recuperação das pancadas será completada em sua própria residência.   Pegou mal. Indesculpável a Polícia Civil de Minas usar como instrutor de um grupo especial de homens (Marcos Aparecido dos Santos, do caso Bruno) detetive expulso da corporação, como se viu em vídeo exibido no fim de semana. O grupo – já extinto – seria de elite e o fato coloca na parede o Serviço de Inteligência da PC, pois, como deixou a entender em entrevista, domingo, membro da Corregedoria, a corporação não tinha conhecimento da anormalidade. Agora, estão falando que era curso particular com cobrança de participação.   Tráfico. A bandidagem de impõe pelo medo. Ontem, várias pessoas ligaram anonimamente para o 4º Batalhão apontando homens que haviam acabado de ser presos no conjunto Volta Grande como responsáveis pelo tráfico de drogas em outros bairros. Mas, ninguém se prontificou a testemunhar contra eles, o que poderá prejudicar o desfecho na Justiça do trabalho realizado pela Polícia Militar. Em várias outras situações semelhantes, a Justiça absolveu os acusados de posse ou tráfico de drogas pela ausência de testemunhas civis dos crimes de que eram acusados pela PM.   Uma e outras. Os bancos continuam ignorando lei municipal que impõe a instalação de divisórias diante dos caixas. Tem gente preocupada com o peso dos ônibus estacionados em área do Uberabão sob a qual tem canal. Promotor André Tuma articulando forma prática de responsabilizar os pais que se omitem na vigilância dos filhos. Vem novidade por aí. Tecnologia de ponta e preço justo na Tec-Toner, a solução em impressão (João Pinheiro, 573, e Abílio Borges com Orlando Rodrigues da Cunha).                   “O herói é aquele que, tendo de escolher entre e o medo e a morte, se liberta do medo lutando.”  

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