Restrições nas farmácias. A Vigilância Sanitária já está alertando as farmácias uberabenses para que cumpram resolução da Anvisa, tirando os medicamentos do alcance do consumidor. O prazo dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para o cumprimento das normas editadas em agosto do ano passado estará encerrado este mês. Farmácias e drogarias deixarão de ser o “pegue-pague” em que se transformaram para aumentar as vendas de drogas. Até o fim de março, os medicamentos deverão permanecer em área de circulação restrita aos funcionários dos estabelecimentos. A exposição direta dos produtos aos usuários estará proibida. Ao livre acesso. Ao alcance do consumidor poderão ficar os medicamentos fitoterápicos, os administrados por via dermatológica (pomadas, por exemplo) e os produtos sujeitos a notificação simplificada (água boricada, glicerina, bicarbonato de sócio e outros). No espaço reservado aos medicamentos deverá ser afixado aviso de que eles podem causar efeitos indesejados e que a automedicação deve ser evitada. Mercadorias proibidas. Com a entrada em vigor da resolução 44 da Anvisa, as farmácias não poderão vender chicletes, balas, sorvetes e outros alimentos e bebidas, lentes de grau (alguns estabelecimentos chegam a vender óculos, com o cliente escolhendo o que “melhor” se adapta às suas necessidades, sem passar pelo oftalmologista), piercings e brincos comuns não utilizados na perfuração da orelha (brincos estéreis serão permitidos desde que o estabelecimento fure as orelhas do comprador para colocá-los). Outras restrições. Nas vendas por telefone de medicamentos sujeitos à prescrição médica, a farmácia exigirá do comprador que lhe envie previamente a receita por fax ou e-mail. Mas, somente os estabelecimentos com farmacêutico presente durante todo o horário de expediente (hummm!!!) podem vender remédios por telefone, fax ou internet. Os medicamentos de tarja preta somente poderão ser comprados pessoalmente. A resolução da Anvisa prevê multas de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão às drogarias e farmácias infratoras. Restrição aos médicos. Na esteira das restrições à voracidade com que a indústria farmacêutica avança sobre os cidadãos (todos estão sujeitos a problemas de saúde), o Conselho Federal de Medicina também decidiu “frear” a ação dos médicos. Está condenando a distribuição de cupons e vales-desconto feita em consultórios médicos para que os pacientes paguem menos na compra de determinados medicamentos (quase todos eles de alto custo). Uma disfarçada fidelização do paciente, quase sempre acompanhada de atitudes de generosidade dos laboratórios em relação aos médicos que entram no jogo. Muito suspeito. Curiosamente, essa generosidade representada pela distribuição de vales-desconto – pelo médico ao paciente – não é verificada na rede pública de saúde, mas quase que exclusivamente em consultórios particulares. Para o reumatologista Hamid Alexandre Cecin (professor das UFTM), os preços dos medicamentos deveriam estar ao alcance de todos e não de alguns escolhidos. Sem fala. Marcelo Borjão e Rivaldo Machado Borges deixaram o superintendente do Incra sem fala na audiência pública realizada em Uberaba por iniciativa do vereador Ripposati. Gilson de Souza foi surpreendido pela estratégia adotada pelos irmãos, fazendeiros, que não atacaram a reforma agrária, mas o próprio Incra e as invasões de terras produtivas. E não teve respostas para alguns dos questionamentos feitos pelos dois.
Rivaldo Machado Borges Marcelo Borjão Gozado!. Rivaldo, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, emudeceu o representante do Governo quando questionou a responsabilidade daqueles que permitem que famílias morem em condições subumanas, abrigadas em barracas de lona, sem qualquer tipo de assistência. O próprio Rivaldo acrescentou que, ao contrário, os produtores são expostos à execração pública por qualquer irregularidade encontrada na fazenda, como se fossem bandidos. Aqui não!. Depois de frisar que “vocês vão fazer do campo uma favela”, Borjão foi ainda mais incisivo, deixando a conotação da afirmação por conta de cada um: “Na minha cidade, não aceitaremos invasões ou destruição”. Absurdo. O vereador criticou o Incra também pela desapropriação em Uberaba, em 2001, de propriedade produtiva agora reconhecida como tal e que, aparentemente, será devolvida à família sem que, nesse período, tivesse sido destinada a ela qualquer compensação financeira. Nem mesmo o pagamento pela desapropriação. Carga horária. Denunciadas irregularidades no cumprimento de carga horária de médicos na rede pública já estão sendo apuradas. São inúmeros os relatos de contratos de até 60h/semana com órgão público, quando os profissionais também prestam serviços a convênios de saúde. Nesse caso – diz informante de FALANDO SÉRIO – bastará o simples levantamento dos atendimentos feitos para a constatação de que a carga horária não vem sendo observada. E essa discussão será levada ao Conselho Municipal de Saúde por seu vice-presidente, Jurandir Ferreira, que até já se entrevistou com o Ministério Público sobre a irregularidade. Admissão. Em recente matéria sobre a saúde em Uberaba, o JM reproduziu a fala de médico, que pediu para não ser identificado. Ele se queixava “da rigidez de horário” imposto pela Secretaria Municipal de Saúde para o pagamento dos salários de cerca de R$ 10 mil aos profissionais de Medicina. A queixa dispensa comentários. Roupa suja. Com o fim do RDPM – Regulamento Disciplinar da Polícia Militar –, baseado no Regulamento Disciplinar do Exército durante o regime militar, o silêncio antes reinante nos quartéis está se transformando em mobilização geral contra os baixos salários, os desmandos e o autoritarismo internos. Para isso, os policiais militares têm recorrido aos blogs, transformando a internet em eficaz instrumento de luta e de versões extra-oficiais para diferentes episódios. É de arrepiar o conteúdo veiculado diariamente, de denúncias contra superiores. “Pobre não é o que tem pouco, mas o que deseja mais.” (Sêneca)