FALANDO SÉRIO

São eles

Wellington Cardoso
Wellington Cardoso
wellingtoncardoso@terra.com.br
Publicado em 19/04/2010 às 23:54Atualizado em 20/12/2022 às 06:59
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Muitos por tão pouco. Assistindo de camarote o desenrolar da Operação Aroeira, deflagrada pela Polícia Civil na sexta-feira, um dos mais experientes agentes lotados em Uberaba sentenciou: “É muita gente empenhada para um resultado tão pequeno”. Alusão ao reforço – inclusive aéreo e cães farejadores – vindo de Belo Horizonte, às quatro prisões feitas e a pouca droga apreendida como consequência de dois anos de investigação. Um dos mais de 10 agentes afastados de suas atividades há quase cinco anos por acusação de tortura praticada contra bandidos, o policial ressaltou que, “à nossa época (dele e dos demais afastados), não precisávamos de tudo isso nem de gente de fora; nós mesmos fazíamos o serviço e com melhores resultados”.   Velhos conhecidos. Do alto da sua experiência - e com certa dose de frustração e malícia - o mesmo policial civil, que diz conhecer cada alvo da operação, ressaltou que, “enquanto os criminosos mais novos estão por aí, eles (os colegas em atividade) estão dando o bote em caras manjados e até mesmo em criminosos que desativaram seus negócios ou estão quase parando”. E questionou: “Cadê a meninada nova, de 16 aos 26 anos, que estão assaltando e traficando?”. Ele mesmo respondeu: “Estão por aí, tranquilos, enquanto se preocupam com as figurinhas carimbadas”.   Pé-de-chinelo. Não é por nada não, mas causa estranheza que os “grandes” traficantes de Uberaba, alvos de ações especiais da polícia, sejam quase que exclusivamente moradores de casas modestas instaladas nas periferias: Residencial 2000, Primavera, Manoel Mendes etc. Gente que desfila em carros velhos e exteriorizam poucos sinais de riqueza.Se as drogas representam negócio altamente lucrativo, movimentando muito dinheiro - aqui mesmo em Uberaba - não é possível que “as cabeças” do esquema sejam essas pessoas.             E cadê a grana que nunca aparece? Está no exterior?   Bem-vinda. As operações de combate ao tráfico são sempre bem-vindas. Os pequenos traficantes presos também significam perigo crescente para a sociedade, mas não se pode, em razão disso, perder o foco do que se pretende de fato. No contexto das preocupações que o quadro nos impõe está o silêncio da Polícia Federal, dona, inquestionavelmente, de maior poder de fogo contra o crime organizado. Faltam homens, qualificação e tempo às polícias estaduais para esse enfrentamento. O “varejinho”, que estimula as pressões da sociedade por solução, consome suas energias, diferentemente da PF, que passa despercebida na rotina da segurança pública.   Benfeitores. Pouca gente sabe, mas cinco uberabenses ocupantes de posições estratégicas nos governos federal e estadual têm ajudado a deslanchar projetos de interesse de Uberaba, como lembra o deputado Aelton Freitas, frisando que, na maioria das vezes, apenas os políticos aparecem nessas conquistas, e “é preciso fazer justiça a essas pessoas”.             São eles: Beto Vasconcelos (assessor adjunto da Casa Civil), Maurício Muniz (responsável pelo PAC), Luís Munoz (gerente de Infraestrutura do DNIT), Maurício Cecílio (diretor do INDI) e Almir Barbassa (diretor administrativo e financeiro da Petrobras).   Na Justiça. A operadora do Cartão Mais Saúde (de desconto em consultas médicas) contratou advogado para pedir a decretação da inconstitucionalidade do capítulo do Código de Ética Médica que veda a participação dos médicos no sistema. A afirmação é de Zilá Soares Ribeiro, diretora administrativa da empresa, que faz outras observações sobre o assunto, a serem publicadas amanhã.   Espertinhos. Na mesma semana em que o juiz Ricardo Motta absolveu donos de postos de gasolina acusados da formação de quartel, coincidentemente ou não, os preços dos combustíveis voltaram a subir em alguns estabelecimentos, aproximando-se dos mais altos.             Que tal PROCON e Ministério Público saírem a campo esta semana e pesquisar quem aumentou os preços e seus motivos?   Podre. A propósito do comércio de combustíveis, o comentário foi feito à coluna por um dos mais respeitados empresários do setor: “Esse negócio, hoje, está pobre”. Segundo ele, no passado, o empresariado da área se respeitava, o que não acontece atualmente, com a entrada de “forasteiros” no mercado. Gente que, de acordo com o informante, atrai até mesmo as atenções da polícia para as suas atividades.             Ele próprio se diz disposto a vender o que tem no setor para se dedicar a outras atividades.   Camuflando. A denúncia é da imprensa de Juiz de Fora: a Polícia Militar está alterando a tipificação de crimes registrados na cidade para baixar os índices da criminalidade violenta. Delitos como homicídio, tentativa de homicídio e roubo estariam sendo “desclassificados”, nos boletins de ocorrências, para crimes de menor poder ofensivo.             Como exemplo, o Jornal Tribuna, citou o caso de lavrador encontrado morto com mais de 30 pauladas, sobretudo na cabeça. No registrou feito pela polícia constou “encontro de cadáver”.             Tentativas de homicídio viraram “lesões corporais”.             Se a moda pega...   Uma e outras. Semelhança entre USC e Guarani de Campinas: o Estádio Brinco de Ouro vai a leilão por causa de R$ 50 milhões de dívidas. Apenas o tamanho do buraco é diferente.// Em um ano, o entorno viário de Uberaba estará completamente modificado por importantes obras em execução – comemora o deputado Aelton Freitas, que também critica a lentidão dos serviços do viaduto de acesso à Filomena Cartafina.// Ele não tem dúvida de que o DNIT errou o episódi diante de iminente falência da empreiteira, ele deveria ter chamado o 2º colocado (A Integral), o que não fez – aponta o parlamentar, retardando a obra em mais de dois anos.      

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