Pulga na orelha. Diante dos reiterados escândalos nacionais envolvendo gastos de campanha (“mensalão federal” e “mensalinho do Azeredo”), o deputado Paulo Piau não quer correr nenhum tipo de risco. Admitindo que teve problemas em 2006, embora não dessa natureza, ele disse ontem a FALANDO SÉRIO que controlará pessoalmente as finanças de sua campanha do ano que vem. “Todo cuidado é pouco pra quem tem um nome a zelar” – frisou, explicando que até hoje tem dor de cabeça resultante de confiança “terceirizada” no passado. Fase é de anarquia. “O que vivemos não é uma democracia, mas, sim, a anarquia” – sentenciou o deputado do PMDB, numa alusão à corrupção, à impunidade e ao respeito às leis. E, em sua opinião, a Corte Suprema brasileira, o STF, não inspira confiança quando se trata de decisões independentes. A constituição do Supremo Tribunal Federal por indicações políticas elimina o princípio da isenção que deveria caracterizar a Corte. “Os nomeados têm, no mínimo, gratidão por quem os nomeou” – explicou. E isso se aplica também aos Tribunais de Justiça e aos Tribunais de Contas. Corrupção nos municípios. Episódio como o registrado no Distrito Federal, em que o governador José Roberto Arruda (DEM) distribuía “propinas” aos amigos, é comum nos municípios. Segundo Paulo Piau, todo mundo sabe onde existe, mas o problema é provar. Ele mesmo conhece alguns, mas não tem provas em mãos, e “acusar sem ter condições de provar é leviandade”. Viagra na água. Anderson pregou um susto nas pessoas que assistiam ao seu pronunciamento na inauguração de adutora no Residencial 2000, ao anunciar que o presidente do Codau deveria parar de colocar Viagra na água. Até José Luiz Alves se surpreendeu, mas sequer teve tempo de indagar o motivo. O próprio prefeito se encarregou de elucidar o comentário, apontando para a quantidade de crianças que brincavam nas imediações ou acompanhavam a cerimônia no colo dos pais. Sobrou para o Exército. Ouvindo reiteradas queixas de populares inconformados com a demora da conclusão das obras de arte nas rodovias federais em Uberaba, Anderson também chutou a canela do Exército. “Ele [Exército] pode até fazer obra da melhor qualidade, mas que é demorado, é” – cutucou, referindo-se à duplicação da BR-262 e construção do trevo de acesso à MG-190 – obras que interessam diretamente aos moradores do R-2000. Também o viaduto da Filomena Cartafina está agora confiado ao Exército. Marcha lenta. Pelo andar da carruagem, somente lá pelo meio do ano que vem é que o Regimento Geral da Universidade Federal do Triângulo Mineiro estará com todos os seus 206 artigos votados e aprovados pela Congregação, órgão colegiado máximo da instituição. Com trabalhos iniciados em agosto, até agora somente 106 artigos foram discutidos e sacramentados. É comum a falta de quórum nas sessões. Paciência. Até mesmo o gentleman Virmondes Rodrigues, o reitor, teria perdido a paciência recentemente, apelando por “esforço extra” para a agilização das discussões. Sem a definição do Regimento Geral não há como convocar eleições na UFTM. Ignorada. Presidida pelo uberabense Babá Carlos, a Federação de Candomblé e Umbanda foi simplesmente ignorada pela Assembleia Legislativa nos convites distribuídos para as discussões que a Casa fará na próxima quinta-feira sobre as religiões de matriz africana. Federação não figura na anunciada composição da mesa que conduzirá os trabalhos voltados também contra o preconceito religioso. Nada de novo. Projeto ontem aprovado pela Câmara, criando a gestão dos resíduos da construção civil e residenciais (coisas não recolhidas pelos lixeiros), não inova ao estabelecer multa para o transportador que permitir vazamento em via pública, mas apenas nos valores. A punição da prática consta no Código de Trânsito. O problema é que ninguém fiscaliza o cumprimento da legislação. Pra entortar. Pesadíssimas as multas para quem colocar resíduos da construção civil ou lixo volumoso (um sofá, por exemplo) em via pública ou descartá-los em áreas não autorizadas. Penalidades superam R$ 15 mil. E o projeto foi aprovado como o proposto, no que se refere às multas. Borjão elogiou a proposta, mas votou contra em razão dos valores das penalidades, acompanhando o oposicionista Itamar Ribeiro. Pesquisa. ContraPonto (Luciano Julusi) põe seus entrevistadores nas ruas nos dias 20 e 21 para uma nova rodada de pesquisa eleitoral. Rede Contas. Até agora a polícia não detectou má-fé no comportamento do casal de empresários que tocava a loja Rede Contas, da avenida Alfredo de Faria, fechada às pressas e provocando queixas de pessoas que se sentiram lesadas. A dupla já se apresentou ao delegado Éliton Feitosa, da Aisp/Olinda, em duas oportunidades, mostrando que está procurando “acertar as contas” com os ex-clientes. FALANDO SÉRIO continuará acompanhando as investigações. Sincero?. O senador Wellington Salgado disse na festa do PMDB, no fim de semana, em Uberaba, que “um vencedor como o Anderson, que já ocupou quase todos os cargos, deveria concorrer ao Senado”. Vale lembrar que Salgado chegou ao Senado como suplente de Hélio Costa e agora concorrerá à Câmara dos Deputados. Em todas. Quem aparece em um dos vídeos relacionadas com a corrupção no Distrito Federal, não como ator principal, mas empregado de figurão? Um uberabense. Uma e outras. Governo deve adiar entrada em vigor da lei que proíbe o plantio em encostas, prevista para esta semana, revela Paulo Piau.// Proibição prejudica, sobretudo, os cafeicultores em Minas.// Povo está de olho nos vereadores que abandonam o plenário nas votações de matérias polêmicas.// Verba para a Saúde, inserida no orçamento de 2010, é de R$ 117 milhões (foram R$ 101 milhões este ano), esclarece o assessor orçamentário Evaldo Damas. “Um homem nunca sabe aquilo do que é capaz até que o tenta fazer.” (Charles Dickens)