Engolir é um ato tão automático que raramente paramos para pensar nele. No entanto, para muitos idosos, essa função pode se transformar em um verdadeiro desafio. Essa dificuldade recebe o nome de disfagia – um distúrbio que afeta a deglutição e pode comprometer a segurança alimentar, a saúde e até a qualidade de vida.
O que é disfagia?
A disfagia é a dificuldade em formar, transportar ou conduzir o alimento ou líquido da boca até o estômago. Ela pode estar associada ao envelhecimento natural do organismo, mas também surge em decorrência de doenças neurológicas (como AVC, Alzheimer e Parkinson), cânceres de cabeça e pescoço ou fraqueza muscular.
Sinais de alerta:
Os sintomas nem sempre são evidentes. Entre os sinais mais comuns estão:
Esses sinais devem ser observados de perto por familiares e cuidadores, pois podem indicar risco de desnutrição, desidratação e complicações respiratórias.
Por que os idosos são mais vulneráveis?
Com o passar dos anos, o corpo sofre mudanças fisiológicas: músculos da boca e da faringe perdem força, a coordenação motora diminui e o reflexo de tosse pode ficar menos eficiente. Isso torna o ato de engolir mais lento e arriscado. Quando somamos essas alterações ao impacto de doenças crônicas, a chance de disfagia aumenta consideravelmente.
O papel do diagnóstico precoce
A avaliação da deglutição deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, envolvendo fonoaudiólogos, médicos e nutricionistas. O diagnóstico precoce permite ajustar a dieta, orientar posturas adequadas durante a alimentação e prevenir complicações graves.
Tratamento e qualidade de vida
O tratamento inclui desde exercícios fonoaudiológicos para fortalecimento da musculatura orofacial até adaptações na consistência dos alimentos (como dietas pastosas ou espessantes para líquidos). O objetivo não é apenas garantir a nutrição e hidratação adequadas, mas também preservar a dignidade do idoso, permitindo que o momento da refeição continue sendo prazeroso e seguro.
Dra. Katia Santiago Ribeiro
Fonoaudióloga