O pódio australiano mostra a felicidade de Norris (Foto/Reprodução)
Enfim, após um longo período de abstinência, a Fórmula 1 voltou na Austrália e logo de cara fomos agraciados com uma etapa movimentada e repleta de surpresas, desde a classificação. Este GP marcou o retorno de um brasileiro ao grid após sete anos: Gabriel Bortoleto é o nosso representante. Porém, está em uma equipe, a Sauber, que ainda não lhe oferece chances de pódio.
Na corrida, a grande surpresa foi o vencedor. Mesmo com o assoalho danificado, Lando Norris se mostrou mais maduro e focado, ao contrário do Norris de 2024, que muitas vezes falhava em momentos cruciais, principalmente nas disputas com Verstappen e nas largadas e relargadas.
Classificação. A primeira fila foi ocupada pelas duas McLaren, com Norris à frente, seguido pelo australiano Piastri. A equipe Papaya confirmou o que havia demonstrado nos testes do Bahrein. Max Verstappen largou em terceiro, com Russell ao seu lado, em quarto. A terceira fila foi formada por Tsunoda e Albon, o que foi uma grande surpresa – até mesmo para os próprios pilotos.
Os carros vermelhos, que haviam se saído bem na sexta-feira, conseguiram apenas a quarta fila, com Leclerc em 7º e Hamilton em 8º. Fechando o Top 10, Gasly ficou em 9º e Sainz Jr. em 10º. A posição de Sainz Jr. foi outra surpresa, já que ele vinha bem nos treinos, sempre à frente de Albon. Tsunoda se beneficiou de um vácuo involuntário de Norris no final de sua volta rápida, mas isso não tira o mérito da excelente performance do japonês.
Corrida. Na volta de formação, o estreante Hadjar encontrou o guard-rail logo na primeira curva, forçando todos os pilotos a retornarem ao grid para um novo procedimento de largada. No reinício, Norris largou bem e manteve a ponta, depois de dar uma leve bloqueada na trajetória de Max, que vinha por fora. Na segunda curva, Verstappen conseguiu superar Piastri, enquanto Leclerc saltou de sétimo para quinto. Pouco depois, a corrida foi paralisada devido a um acidente.
Jack Doohan, australiano e estreante da Alpine, foi o segundo a rodar no molhado asfalto de Albert Park, acionando o Safety Car verde da Aston Martin. Momentos depois, foi a vez de Sainz Jr. bater no muro, logo na curva de entrada da reta. Dois estreantes e um piloto com dez anos de experiência estavam fora já no início da corrida. Durante o Safety Car, a pista melhorou, trazendo um alívio para os pilotos.
Relargada. No reinício, Norris manteve a ponta, enquanto Piastri pressionou Verstappen, sem sucesso. Mais atrás, Antonelli rodou, mas teve sorte de encontrar uma boa área de escape. Com a pista em melhores condições, os ponteiros começaram a melhorar seus tempos de volta. Posteriormente, Verstappen errou um ponto de frenagem e cedeu a segunda posição para Piastri, levando a torcida ao delírio.
A partir daí, as duas McLaren ficaram livres na frente, abrindo mais de quatorze segundos de vantagem sobre Verstappen. Piastri começou a reduzir a diferença para Norris, fazendo voltas rápidas em sequência. Pelo rádio, ele avisou que estava mais veloz e queria ultrapassar o companheiro, mas, a princípio, a equipe não autorizou – as odiadas ordens de equipe seguem em alta. Três voltas depois, Piastri foi liberado para atacar, mas a essa altura a desvantagem já era bem maior.
Reviravolta. Na volta 34, Alonso bateu no muro enquanto perseguia Gasly. O piloto da Alpine espalhou brita na pista ao passar por uma área de escape, e o espanhol acabou sendo a vítima. O Safety Car verde da Aston Martin retornou à pista. Curiosamente, ele já havia dado mais voltas no circuito do que alguns pilotos do grid.
Os pilotos foram aos boxes para colocar pneus slicks. A maioria optou pelos compostos duros, com exceção de Verstappen, Tsunoda, Albon, Hulkenberg, Bortoleto e Lawson, que escolheram os médios.
Quando a corrida recomeçou, surgiu uma grande dúvida: a chuva anunciada há tempos finalmente chegaria? E não demorou muito para que a água começasse a cair, instaurando o caos. Norris quase abandonou a disputa ao sair da pista, e Piastri não teve a mesma sorte, ficando preso na brita. Por sorte, conseguiu sair de lá momentos depois. Com a escorregada de Norris, Verstappen assumiu a liderança.
Os boxes ficaram lotados, com muitas equipes optando por trocar os pneus. Verstappen, Hamilton, Gasly, Tsunoda e Leclerc decidiram não parar, estratégia que se revelou desastrosa para todos – exceto para Max.
Acordou. Na volta seguinte, a Red Bull chamou Verstappen para colocar pneus de chuva, enquanto as Ferraris permaneceram na pista. Logo depois, Lawson e Bortoleto bateram, acionando o Safety Car novamente. Só então as Ferraris decidiram trocar os pneus, mas a aposta da equipe foi equivocada mais uma vez. Hamilton e Leclerc caíram para 9º e 10º.
Faltando seis voltas para o fim, a corrida foi reiniciada com Norris na liderança, seguido de Verstappen, Russell, Albon, Antonelli, Stroll, Hulkenberg, Gasly, Leclerc e Hamilton.
Disputa acirrada. Nos momentos finais, Norris escorregou, permitindo a aproximação de Verstappen. O holandês deu tudo de si para superar o britânico, mas sem sucesso. Foi uma corrida dramática, cheia de reviravoltas devido às condições climáticas. O único ponto negativo foi a quantidade reduzida de ultrapassagens, já que a aderência fora do trilho era ruim.
Destaques. Antonelli foi um dos pilotos que mais se destacaram, após largar do fundo do grid e terminar em quarto. Quem acompanhou sua trajetória na F2 não se surpreendeu, já que ele sempre se saiu bem em etapas com pista molhada. Hulkenberg também teve um ótimo desempenho. Na verdade, todos os pilotos que pararam no momento certo foram beneficiados: Russell, Antonelli, Albon, Stroll e Hulkenberg.
Piastri também fez uma grande corrida, apesar do incidente na brita. Ainda assim, conseguiu salvar alguns pontos, embora a equipe tenha demorado a liberar seu ritmo de corrida.
Decepções. Tsunoda, Gasly e a dupla da Ferrari ficaram abaixo das expectativas e saíram da etapa decepcionados. A equipe italiana continua sendo uma incógnita. Até os concorrentes estranharam o ritmo da Ferrari na classificação, pois esperavam vê-la disputando a primeira fila.
O que ficou claro é que a McLaren tem o carro a ser batido e pode machucar a concorrência na próxima etapa, ainda mais se for com pista seca.
