REGINALDO BALEIA LEITE

#10 - GP da Inglaterra - A ressurreição papaya

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 14/07/2023 às 09:32
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Norris e Verstappen: velhos amigos (Foto/F1)

Norris e Verstappen: velhos amigos (Foto/F1)

O berço da categoria rainha, Silverstone, foi o cenário de outra vitória de Max Verstappen, com pole position, melhor volta e vitória, assim como nas últimas etapas. Com essa vitória, Max abriu uma vantagem de noventa e nove pontos sobre Perez, o segundo colocado na tabela do mundial de pilotos.

Trovão azul. Na sexta-feira, a Williams de Albon surpreendeu o mundo da F1 ao se classificar em terceiro nos dois treinos do dia. No TL3 realizado no sábado, ele conseguiu a segunda posição, deixando todos com uma interrogação na mente. Na Áustria, Albon já havia surpreendido, porém, nada comparado ao que realizou nos três primeiros treinos em Silverstone. Max dominou a sexta-feira, mas no TL3, Leclerc foi o melhor, com Max em apenas sétimo.

Classificação. Na classificação, mais uma vez vimos um início com pista molhada. Perez voltou a surpreender negativamente ao não avançar para as demais fases, saindo para sua última tentativa com pneus frios. A fase decisiva da classificação foi bastante movimentada e repleta de emoções, com os pilotos se alternando na liderança, até que Verstappen encerrou a brincadeira e garantiu a pole position. Norris chegou muito perto do tempo de Verstappen.

Dupla surpresa. As duas McLaren conseguiram a segunda e terceira posições do grid, deixando as Ferraris para trás, o que foi uma grande surpresa. Os carros alemães ficaram em sexto e sétimo. Alonso ficou apenas em nono, demonstrando que seu carro não é bom em traçados de alta velocidade. Ao final da classificação, a ordem foi: Max, Norris, Piastri, Leclerc, Sainz Jr., Russell, Lewis, Albon, Alonso e Gasly.

Massa alegre. No domingo, a torcida inglesa compareceu em grande número. Na largada, Norris superou Max para alegria do público e sustentou a liderança por cinco voltas, quando Max o ultrapassou e assumiu a ponta até o final da prova. Nos momentos iniciais, Piastri chegou a se igualar a Max, mas ele se manteve na segunda posição. Os cinco primeiros largaram com pneus médios, enquanto Russell estava com pneus macios.

Atacou de novo. O alto desgaste de pneus, que tem sido a maior falha dos carros vermelhos nesta temporada, se manifestou novamente na pista inglesa. Leclerc, mesmo com pneus médios, foi o primeiro dos líderes a fazer uma parada nos boxes, na volta dezoito, enquanto Russell, com pneus macios, parou apenas dez voltas depois. No primeiro stint, Russell e Leclerc travaram uma boa disputa até o monegasco ir aos boxes. Sainz Jr. fez sua parada somente na volta vinte e sete, quando ocupava a quinta posição.

Fortes. As duas McLaren demostraram um ótimo ritmo e não foram ameaçadas. Piastri teve a infelicidade de sua equipe reagir à parada de Russell e mandá-lo aos boxes momentos antes da entrada do carro de segurança. Lá na frente, Max e Norris continuaram na pista, enquanto Lewis adotou uma tática de sobrevivência. Após as paradas de Charles, Sainz Jr., Russell e Piastri, Lewis ocupava o terceiro lugar sem ter feito sua parada, assim como os líderes, porém, estava distante deles.

Mudança quente. Na volta trinta e dois, a Haas de Magnussen parou rapidamente fora do trajeto, com princípio de incêndio, ainda na pista. Isso levou a uma sequência de bandeira amarela, que logo evoluiu para Safety Car Virtual e, posteriormente, para Safety Car real. Com isso, a maioria dos carros aproveitou para fazer suas paradas nos boxes.

Iludidos. Após as trocas de pneus, vimos Max em primeiro com pneus macios, Norris em segundo com pneus duros, e Piastri na quarta posição. Lewis estava em terceiro com pneus macios, e Russell ocupava o quinto lugar com pneus médios. A previsão geral era de que as Mercedes ultrapassariam Norris e Piastri, já que estavam com os pneus duros, e chegariam ao pódio com seus dois carros. Isso era algo meio inimaginável no início da prova.

Mico geral. No reinício da prova, na volta trinta e oito, Max se manteve na liderança e abriu uma vantagem sobre os demais, marcando também a volta mais rápida. Enquanto isso, os olhos estavam na disputa pelo segundo lugar. Lewis não demorou a atacar, travando uma ótima batalha com Norris, que resistia bravamente à pressão do compatriota, para surpresa geral. Foram várias tentativas, mas, graças ao braço de Norris e à ótima velocidade nas retas, ele permaneceu na segunda posição. Foram os melhores momentos da corrida, sem desmerecer as outras várias disputas que ocorreram.

Abafou. Os carros alaranjados de Woking foram o grande destaque da prova. Norris foi eleito o piloto do dia, assim como na etapa anterior. Essa equipe conseguiu transformar o carro problemático que estreou no início do ano em um ótimo carro, pelo menos em pistas de alta velocidade. Na próxima etapa, em um circuito mais travado, veremos o resultado real dessa transformação.

O destaque do Trovão Azul na sexta-feira, Albon, largou em oitavo e terminou na mesma posição, à frente das duas Ferraris. Da mesma forma, a McLaren começou o ano com um carro péssimo, mas mostrou que sua última atualização foi acertada, apesar dos poucos recursos da equipe. A Mercedes foi bem nas simulações de corrida na sexta-feira, mas seus carros não foram rápidos em ritmo de classificação, ou seja, em apenas uma volta rápida.

A Aston Martin, que surpreendeu no início da temporada, está em baixa, ao contrário de Williams e McLaren. A esperança é que Alonso volte a repetir os pódios das primeiras etapas deste ano na Hungria. Assim como aconteceu em Mônaco, onde Alonso perdeu a pole por muito pouco. E também que o verde seja a cor da esperança.

Só por Amor. Os torcedores da equipe de Maranello vivenciaram mais uma etapa ruim. Não deve ser fácil para a maior e mais fervorosa torcida da Fórmula 1 enfrentar tantos altos e baixos da equipe do coração. As táticas da equipe mais uma vez foram equivocadas. Sainz Jr., devido a uma falha da equipe, não fez sua segunda troca e foi facilmente ultrapassado por vários carros após o reinício da prova, já que estava com pneus usados enquanto seus rivais estavam com pneus novos. Sainz Jr. foi o vencedor dessa etapa no ano passado. Segundo boatos da rádio paddock, ele deve sair da equipe ao final da temporada. E o Santander? Fica na equipe ou sai? Isso é estranho.

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