#12 – GP da Inglaterra – Magnífico

A etapa inglesa de 2024 foi uma ótima surpresa para os amantes da categoria. Não faltaram adjetivos para qualificá-la: surpreendente, maravilhosa, sensacional, repleta de batalhas, gratificante e assim por diante. Na classificação, um fato inédito, ao ver três pilotos de casa conquistando as três primeiras posições do grid de largada. Russell, Lewis e Norris respectivamente. Ainda a destacar uma primeira fila da Mercedes. Há tempos não acontecia.

 Competitivos. A pista de Silverstone é considerada uma das três melhores pelos pilotos e, assim como acontece em SPA, a instabilidade climática e um ótimo traçado normalmente proporcionam corridas memoráveis. E a prova deste ano foi uma daquelas inesquecíveis, pois há tempos não víamos três equipes, McLaren, Mercedes e Red Bull, e cinco pilotos terem chances de saírem vitoriosos na bandeirada final em determinado momento da etapa. Mercedes e McLaren com suas duplas e Red Bull com Max.

Alívio. Finalmente Lewis Hamilton conseguiu vencer na sua velha equipe na era do efeito solo. E em sua pista favorita. Silverstone e Lewis possuem um elo raro, tendo ele vencido corrida até com pneu furado e essa parceria acontece desde as categorias de base. Após ver Russell ganhar em duas ocasiões. E ele acostumado a ser o dono do circo de 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020 de repente se viu privado de lutar por uma vitória em duas temporadas e meia. Empacado na vitória de número 103 na temporada de 2021. Além de conquistar a vitória 104, Lewis se torna o maior vencedor (9) de Silverstone.

Imagina o que se passou na mente dele durante todo esse tempo. Qualquer um iria lutar para não considerar que seu tempo já passou e ao mesmo tempo evitar mergulhar numa grande depressão. Na entrevista após a vitória na corrida ele chegou a citar que teve dúvidas de sua capacidade de vencer novamente. E contou que a ajuda de pessoas muito próximas e de alguns membros da equipe ajudaram sempre a acreditar e a superar essa fase.

Voo de galinha. Quando a Mercedes se mostrou competitiva no Canadá, aquela turminha que detesta da equipe devido ao longo domínio na categoria, situação semelhante para alguns hoje com a Red Bull, acreditou ser uma situação especifica devido ao traçado. Porém, os alemães foram bem na corrida seguinte, na Espanha, outro tipo de circuito e ainda ganhando na Áustria e agora na Inglaterra. Evidenciando que estão no páreo e bem à frente da Ferrari e demonstrando que não foi um voo de galinha e sim um voo de Condor Andino.

Devendo. Não restam dúvidas de que hoje a McLaren possui o melhor carro do grid, bastando apenas eliminar suas falhas estratégicas  para superar os italianos na tabela dos construtores. Nas últimas etapas vimos que mesmo com o melhor equipamento sempre ficam devendo algumas coisinhas para ser a vitoriosa. Seja na estratégia ou nas decisões de Norris. Lando é um piloto muito rápido e carece de um apoio maior de uma equipe competitiva e competente.

Essa McLaren (da era Brawn)  não está habituada a ser a protagonista. Coisa que a Mercedes, apesar das dificuldades nesse regulamento atual, conseguiu manter seu nível dos anos de glória e nesta etapa dificultaram as chances de Norris e sua equipe. Assim como taurinos que se valem de um ótimo universo estratégico e a pilotagem diferenciada de Max. 

Interpretações. Essa corrida marcou uma nova era no campeonato de 2024, onde podemos ver equipes e pilotos diferentes na disputa pela posição de honra. As táticas de equipes e decisões dos pilotos foram fundamentais para o grande espetáculo. Os ponteiros, quando comunicados que deveriam mudar de compostos médios para intermediários, imediatamente se negaram a realizar a troca. Pois observavam que boa parte da pista estava seca. E esta decisão foi fundamental para, ao final, irem ao pódio.

Fiasco. Enquanto Leclerc e Perez, junto com suas equipes, realizaram essa opção. O que se mostrou grande fiasco.  No caso de Perez é até compreensível, uma vez que este estava muito atrás. Já no caso do monegasco foi uma grande besteira, pois abdicou de um sétimo posto para andar atrás do pelotão. Esses compostos colocados na hora errada acabaram com qualquer chance dos dois. Já que chegaram a perder 30 segundos por volta em relação aos que se mantiveram na pista. A Alpine reviveu o início de temporada, com Ocon finalizando na decima sexta posição e Gasly abandonou na volta de formação.

Destaques. Piastri foi guerreiro ao conquistar o quarto lugar mesmo depois de sua equipe mantê-lo na pista quando os ponteiros pararam. Hulkenberg conseguiu o sexto posto novamente com a Hass. A Aston Martin enfim conseguiu colocar seus dois carros na zona de pontuação. Situação que não vinha acontecendo ultimamente. Nas duas ultimas etapas Max finalizou a frente de Norris, aumentando assim sua vantagem para seu mais próximo adversário na tabela do mundial de pilotos.