Russell comemora após descer de seu carro (Foto/Reprodução)
Contrariando todos os prognósticos diante das dificuldades da Mercedes na sexta feira, assistimos outra etapa em que a equipe alemã dominou. São três vitorias nas últimas quatro etapas. O cavalo manco entre as principais equipes, 2023 sem vitórias, emergiu de figurante para protagonista. Enquanto todos focavam na McLaren e Red Bull, é a equipe alemã quem vem levando as vitórias. Russell venceu na pista e, horas depois, foi desclassificado.
Jorge Russell desbancou todos as simulações técnicas dos adversários e da fabricante de pneus ao vencer o GP da Bélgica com a improvável estratégia de apenas uma troca de pneus. Foi uma tacada de mestre. Porém um erro de cálculo de sua equipe anulou a pilotagem magnífica e econômica do jovem inglês da Mercedes. Incrível como uma equipe de ponta comete um erro desses.
Indigesto
É muito difícil para um piloto se ver desclassificado por um erro que ele não cometeu. A regra é clara, e não tem lógica protestar. Faltou um quilo e meio no peso mínimo do carro no fim da etapa. SPA não tem a volta da vitória, aquela volta após a bandeirada, onde os pilotos acenam para o público e aproveitam para andar nos detritos (farofa) de restos de pneus para adicionar peso aos quatro pneus do carro. Mas não foi só isso, faltou lastro no carro.
Aula
Foi incrível ver Russell com pneus de trinta e quatro voltas conseguir manter-se à frente do companheiro de equipe com pneus de dezoito voltas. Mesmo com a vantagem do DRS, Lewis, em momento algum, chegou a ameaçar um ataque. Russell chegou a uma pequena vantagem no setor dois, que é todo feito em decida, recheado de curvas rápidas e poucas de baixa. Enfim, foi uma aula de pilotagem, gestão de pneus. Pena que foi desclassificado.
Salinha
Por um bom tempo somente Lewis e Piastri estavam naquela sala onde os integrantes do pódio se reúnem antes da cerimônia para tomar uma água e limpar o suor, e nenhum dos dois se mostravam alegres. Apenas observavam o telão com os melhores mementos. Houve até um momento longo em que eles não disseram uma única palavra. Pareciam dois estranhos e, quando Russell chegou todo alegre, o clima mudou.
Herdeiro
Charles Leclerc herdou a pole ao realizar o segundo tempo na classificação, com a penalização de Max, e o terceiro posto da etapa, após a desclassificação de Russell. A penalização de Verstappen se deu pela troca UP a combustão, dez posições, o que o fez largar do décimo primeiro posto. Lewis herdou a vitória, Piastri a segunda posição e Leclerc a terceira e todos os demais componentes do grid de chegada após a desclassificação da Mercedes 63.
Toro manso
Verstappen dominou dois dos três treinos livres e conseguiu impor uma vantagem superior a meio segundo no seguimento final da classificação Q3. O piloto taurino também dominou o Q1 e Q2, assustando a concorrência. O temor foi geral, achando que a Red Bull havia conseguido mais uma vez criar um carro superior aos demais do grid. O resultado da etapa demonstrou que a realidade não é bem essa. Max finalizou em quinto e herdou o quarto no final. Enquanto muitos o esperavam na ponta. Mesmo assim, finalizou à frente de seu mais próximo perseguidor na tabela do mundial.
Complicada foi a atuação de Perez, que largou do segundo posto e finalizou apenas na oitava posição e, posteriormente, também foi outro herdeiro, ficando com a sétima posição. E assim a McLaren vem, aos poucos, derretendo a vantagem da Red Bull no mundial dos construtores.
McLaren
A equipe laranja, nas simulações de corrida, havia demostrado ser a melhor. E foi outra decepção. Norris, mais uma vez, não conseguiu manter sua posição após a largada. Nas últimas etapas. ele tem cometido falhas que comprometem sua perseguição ao líder. Já no box vizinho, Piastri vem demostrando evolução. Sua maior deficiência era na gestão de pneus e seus últimos resultados demonstram essa evolução.