Leclerc e Russell protagonizam o melhor momento da etapa (Foto/Reprodução)
A etapa disputada nos Países Baixos foi mais uma corrida sem disputa real pela liderança. Mesmo com a entrada de três Safety Cars, Oscar Piastri manteve-se sempre à frente. Largando da pole position, o australiano não deixou a P1 até a bandeirada final, garantindo também a melhor volta e fechando o fim de semana perfeito.
Correndo em casa e embalado pela enorme torcida, Max Verstappen terminou em segundo. Já Lando Norris, que vinha em boa prova, abandonou nos instantes finais devido ao rompimento de uma mangueira, atribuído pela McLaren a uma falha de chassi. O abandono do inglês abriu caminho para o surpreendente Hadjar, que conquistou seu primeiro pódio na Fórmula 1, em terceiro, e ainda foi eleito o “Piloto do Dia” na votação da FIA.
McLaren dominante. Desde o primeiro treino, a McLaren mostrou força, com Norris liderando a maioria das sessões. Na classificação, Piastri brilhou no Q1, Norris reagiu no Q2, mas no momento decisivo (Q3) o australiano voltou a impor ritmo, ficando com a pole. Norris errou no primeiro setor da volta decisiva e acabou cedendo a posição de honra ao companheiro.
Kamikaze. Na largada, Piastri segurou um ataque agressivo de Verstappen, que partia de pneus macios. O holandês quase perdeu o carro na manobra, mas conseguiu salvar e ainda superar Norris, tomando o segundo posto. Mais uma vez, Max atrapalhou os planos do inglês no arranque.
Norris reagiu, recuperou a segunda posição, mas jamais conseguiu ameaçar Piastri. No fim, o abandono do inglês deixou Verstappen em segundo e Hadjar herdando o pódio. O revés de Norris aumentou a vantagem de Piastri no campeonato para 34 pontos, reforçando a impressão de que o título está cada vez mais próximo do australiano.
Hadjar: piloto do dia. O franco-argelino foi a sensação do fim de semana. Classificou-se em quarto lugar, beneficiado por um bom vácuo na volta rápida, mas mostrou consistência para segurar adversários mais fortes. Resistiu à pressão de Leclerc e, depois, de Russell, ambos com carros superiores. A pista de Zandvoort, de características travadas no estilo de Hungria, Singapura e até Mônaco, ajudou, mas nada tira o mérito do estreante.
Ferrari decepciona. A expectativa em Maranello era de uma boa corrida, mas desde os treinos ficou evidente a falta de competitividade. Leclerc largou em sexto e Hamilton em sétimo — detalhe: o inglês foi melhor que o monegasco em todas as sessões de treinos. No entanto, nenhum dos dois carros vermelhos viu a bandeira quadriculada, para desespero da apaixonada torcida italiana.
O abandono de Leclerc foi causado por uma manobra ousada de Kimi Antonelli, jovem da Mercedes, o que deve gerar clima tenso em Monza, próxima etapa. Charles, hoje idolatrado pelos tifosis, ainda brilhou ao realizar duas belas ultrapassagens sobre Russell — na largada e numa relargada — sendo esta última considerada a manobra do dia. Muitos ferraristas já o comparam a Gilles Villeneuve: ídolo eterno, brilhante, mas sem título mundial. Amado pela torcida italiana.
Hamilton voltou das férias mostrando confiança, sempre à frente de Leclerc nos treinos. Na classificação, ficou atrás do companheiro por muito pouco. Mas na corrida, perdeu o carro de forma estranha e bateu na mesma curva onde Antonelli abalroou Leclerc. Ajudando Russell, com um carro meio que capenga ainda terminar em quarto.
Outros destaques da corrida
A Haas, com estratégia ousada e um pouco de sorte, conseguiu levar seus dois carros ao top-10, algo impensável após largar das últimas filas.