REGINALDO LEITE

#17 – GP do Azerbaijão - A segunda de Piastri

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 20/09/2024 às 08:37
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Esta temporada de 2024 tem nos proporcionado boas corridas, principalmente após o GP da Áustria, em junho.. Algo inimaginável no início do ano, quando os taurinos começaram de forma dominante, nos forçando a acreditar que 2024 seria um repeteco de 2023. 

Variedade.  Desde a corrida austríaca, vimos uma diversidade de vencedores como Russell, Hamilton, Norris, Leclerc e Piastri. Todos estes, com exceção de Russell, somam duas vitorias cada na temporada. Max obteve sete vitorias neste ano e todas antes da Áustria. Sainz Jr também tem uma vitória.

 O GP de Baku deste ano não nos decepcionou, como em algumas edições anteriores. Foi uma corrida onde vimos uma longa disputa pela ponta. Normalmente esta disputa vem de táticas diferentes adotadas pelas equipes e não duram muito tempo. Muitas vezes, apenas uma ou duas curvas. Ou, quando muito, poucas voltas. Desta feita Leclerc tentou superar o ponteiro por mais da metade da corrida, sem sucesso em todas as suas tentativas.

Enganoso. A corrida começou com o pole, Leclerc, dominando nos momentos iniciais, porém  com Piastri como sua sombra. O ritmo forte imposto pelo australiano na tentativa de superar Leclerc lhe custou um grande desgaste de seus compostos médios e já enxergava Perez nos retrovisores. Esse desgaste lhe rendeu uma desvantagem de quase seis segundos em relação a Leclerc, quando Piastri entrou nos boxes para sua troca na volta 15.

Surpresa. Tudo indicava que veríamos uma corrida chata, onde o ponteiro se isola e vai abrindo em relação aos oponentes. Leclerc realizou sua troca de pneus uma volta depois de Piastri e aquela vantagem de quase seis segundos foi reduzida a pouco mais de um segundo e meio quando o monegasco retornou à pista.

Desobediente. Não demorou muito, o australiano estava perto do piloto vermelho, como nos instantes iniciais da etapa e ouviu de seu engenheiro, não vá cometer o mesmo erro do início e destruir seus pneus, vá com calma e conserve seus pneus para atacar no final. Era o raciocínio lógico. Porém a gana do piloto da McLaren sugeria que tinha que tentar agora no início deste stint. Como já havia feito na segunda ou terceira volta da etapa sem sucesso e sabia onde havia falhado nessa primeira investida.

Sucesso. Piastri foi para o ataque no início da volta vinte e se deu bem, surpreendendo o monegasco, devido à distância que os separavam e assim não se defendeu do ataque, mantendo sua trajetória normal e, ao mesmo tempo, dando espaço para uma ultrapassagem por dentro da curva um. No decorrer da etapa, Leclerc tentou várias vezes superar o oponente na mesma curva e Piastri sempre se defendia, colocando seu carro na parte interna na tomada da curva. 

Foram várias tentativas e nos instantes finais quem não tinha pneus em bom estado era Leclerc, que se viu ameaçado por Perez e Sainz Jr.

Polemico. Essa disputa de Perez e Sainz Jr nos finalmentes terminou com os dois pregados no Guard Rail. O mexicano vinha no seu melhor final de semana desta temporada. Sainz Jr. Também vinha bem nestes instantes finais da etapa. Ruim para os dois e suas equipes e ótimo para a McLaren, que teve um carro em primeiro e o outro em quarto e assumiu a liderança no mundial de construtores. Aos olhos da FIA, Perez e Sainz Jr não sofreram punições, já que considerou um acidente de corrida. Os torcedores de Perez e Sainz Jr não consideraram assim e vimos várias discursões no mundo hispânico.

Risco. Quem não acompanhou a classificação e posteriormente viu que Norris havia se classificado apenas em decimo sétimo não entendeu nada e outros diziam, como esse piloto quer ganhar o título se classificando tão mal enquanto Piastri foi segundo. Na verdade, acho que a equipe é quem deve pagar a conta. Numa atitude “a lá Ferrari”, deixaram para os instantes a última tentativa de volta rápida do Q3. E uma bandeira amarela ocasionada por um erro de Ocon minou a volta do inglês.

Com o carro que possuem atualmente não precisam correr um risco bobo desses, ainda mais na primeira fase da classificação. Se classificariam até com um jogo de pneus usados, bastava não deixar para o final do Q3. Para o grid de domingo, Norris ganhou duas posições. Uma pela desclassificação de Gasly e outra por Lewis ter que largar dos boxes quando havia conseguido o sétimo posto na classificação. Lando fez uma boa recuperação na corrida e finalizou em quarto após o abandono da dupla Perez/Sainz Jr. Foram quatro posições de graça.

Ah! E o Max*… havia até esquecido dele. O líder do mundial viveu outro final de semana ruim. E, para azedar ainda mais sua passagem por Baku, se viu superado por Perez na classificação, quando se ficou em sexto e Perez em quarto. No fim, ficou com o quinto posto, após também ser beneficiado pelos abandonos dos pilotos espanhóis.  Norris conseguiu descontar três pontos em relação a Max. Algo que, após o término da classificação, não aparentava ser fácil.

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