Passeio de Max nas ruas de Baku (Foto/Reprodução)
A etapa de Baku nos brindou com uma classificação de outro mundo: caótica, insana e imprevisível. Sobreviver às seis bandeiras vermelhas —novo recorde — exigiu habilidade extrema ao volante de um carro de Fórmula 1 em condições adversas.
Ao final, quem brilhou novamente foi Max Verstappen, destronando os favoritos. O líder do campeonato chegou a parar na barreira de proteção na fase final da classificação. Lando Norris, que pela lógica seria o principal candidato à primeira posição, ficou apenas em sétimo, após sua última tentativa estar calçado com pneus macios usados. Algo muito anormal.
Ao lado de Verstappen na primeira fila surgiu a maior zebra do ano: Carlos Sainz Jr., com sua Williams em segundo. Para completar a lista de surpresas, Liam Lawson colocou o carro da Racing Bulls — time B da Red Bull — na terceira posição.
Na quarta posição apareceu Antonelli, à frente de George Russell, em mais uma situação pouco comum. Yuki Tsunoda conseguiu o sexto lugar, sua melhor posição desde que assumiu o segundo carro da equipe taurina. Norris classificou em sétimo, seguido por Hadjar em oitavo e Piastri em nono. A Red Bull e sua filial conseguiram colocar seus carros entre os oito primeiros, outro feito surpreendente.
A Ferrari, depois de bons treinos, decepcionou novamente. Lewis Hamilton parou no Q2 — não por culpa dele —, enquanto Leclerc até chegou ao Q3, mas bateu na barreira de pneus logo no início da fase final da classificação.
Corrida. A prova começou agitada, com Oscar Piastri batendo logo no início e abandonando. Depois disso, a corrida seguiu em ritmo monótono. Verstappen largou bem, manteve a ponta do início ao fim e ainda conquistou a pole, a volta mais rápida e a vitória, fechando um fim de semana perfeito e sem deixar nada para os concorrentes.
Russell, mesmo doente desde que chegou a Baku, fez grande corrida e terminou em segundo. Carlos Sainz Jr., com a Williams, completou o pódio em terceiro. A conquista gerou comentários ácidos na rádio paddock: “Sainz Jr. de Williams conseguiu um pódio e Hamilton de Ferrari ainda não”. A ainda e Hülkenberg de Sauber
Na sequência, Antonelli, Lawson e Tsunoda completaram os seis melhores. Foi o melhor resultado da carreira de Lawson e também o melhor de Tsunoda com a equipe principal. Norris largou em sétimo e terminou em sétimo, desperdiçando chance preciosa de reduzir sua desvantagem para Piastri. Hamilton foi oitavo, seguido de Leclerc e Hadjar, que fecharam o top 10. Pela primeira vez, todas as equipes ligadas à Red Bull colocaram seus carros na zona de pontuação.
Fica a pergunta: como explicar que a McLaren, que vinha dominando e até humilhando a concorrência, deixou escapar duas vitórias seguidas? Em Las Vegas, no ano passado, Stefano Domenicali numa conversa reservada com Christian Horner reclamou sobre o impacto financeiro do domínio absoluto da equipe desde 2023. Coincidência ou não, a supremacia da Red Bull começou a se desgastar a partir dali e o interesse pelas corridas melhorou — embora Verstappen tenha levado o título. Talvez vimos apenas uma jogadinha de marketing nessas duas últimas etapas
Agora, a Fórmula 1 parte para uma etapa completamente diferente das últimas. Singapura é um circuito exige alta carga aerodinâmica e um gerenciamento rigoroso de pneus — justamente a grande virtude da McLaren 2025, considerada a melhor nesse quesito. Além disso, a Red Bull não vence lá há dois anos: Sainz Jr. triunfou em 2023 e Norris no ano passado.
Veremos, daqui a duas semanas, se o cenário volta ao normal ou se novas zebras acontecerão.
