Verstappen no Circuito das Américas, sob a bandeira texana. Domínio total no fim de semana (Foto/Reprodução)
O holandês venceu a Sprint e o GP principal no Texas, diminuindo a diferença para Piastri e mostrando que ainda há fogo no campeonato.
Max Verstappen dominou a etapa norte-americana no Texas. Venceu a corrida curta no sábado, conquistou a pole position para o domingo e venceu a prova principal de ponta a ponta. Só ficou devendo a volta mais rápida, que acabou nas mãos de Antonelli — o que o impediu de conquistar o cobiçado Grand Chelem.
O Grand Chelem, para quem não sabe, ocorre quando um piloto conquista a pole position, marca a volta mais rápida e vence uma corrida liderando todas as voltas. Apenas 27 pilotos fazem parte desse seleto grupo. No atual grid, figuram Lewis Hamilton, Max Verstappen, Fernando Alonso, Charles Leclerc e Oscar Piastri.
Com o duplo triunfo nas terras do Tio Sam, Verstappen reduziu sua desvantagem para Piastri para 40 pontos. O próprio Max comentou que, se alguém dissesse que algo assim poderia acontecer após sua corrida em casa, na Holanda, ele chamaria essa pessoa de “idiota”. Queira ou não, o fato é que agora existe, sim, uma chance real de disputa pelo título — que deixou de ser apenas uma briga interna da McLaren entre Norris e Piastri.
Na corrida curta de sábado, as duas McLaren abandonaram já na primeira curva, após um toque entre Norris e Piastri que desencadeou um acidente envolvendo outros pilotos, entre eles o surpreendente Hulkenberg, que havia largado em quarto. Russell terminou em segundo. enquanto Carlos Sainz Jr., da Williams, foi o grande destaque, completando o pódio. Um resultado que empolgou o piloto e a equipe britânica.
No domingo, Verstappen foi impecável, mantendo a ponta na largada. Leclerc também teve uma boa largada, superando Norris e chegando a emparelhar com Max na sequência final da curva 1. Sem desmerecer a vitória de Verstappen, é fato que ela foi um tanto quanto facilitada pela eficiência de Leclerc em conter Norris na primeira parte da corrida. O que permitiu a Max administrar os pneus e abrir uma vantagem confortável, crucial na fase final.
Norris terminou em segundo e Leclerc completou o pódio. Curiosamente, repetiram exatamente as posições obtidas no grid de largada, o que demostra que esta foi mais uma etapa difícil de assistir, mas extremamente exigente para os pilotos. Hamilton terminou em quarto e Piastri em quinto.
Na equipe dos vermelha, o desempenho foi apenas mediano. Se compararmos com o GP do Texas do ano passado, quando a Ferrari fez dobradinha com Leclerc e Sainz Jr., o resultado foi discreto. No entanto, frente às últimas corridas, até que o desempenho foi aceitável. O fato é que o carro deste ano perde muito em relação ao de 2024 — e também aos de 2023 e 2022, que ainda conseguiram algumas vitórias.
Mas o que mudou tanto? Segundo os bastidores de Maranello, a alteração teria sido motivada por exigências de Lewis Hamilton quando foi contratado. Segundo os bastidores de Maranello, a principal diferença está na suspensão. O modelo F24 utilizava o sistema push-rod, enquanto a nova SF-25, atendendo a exigências de Hamilton, passou a adotar o pull-rod. O problema é que a equipe perdeu o equilíbrio aerodinâmico e aparenta estar meio que perdida.
Mais do que isso: enquanto as rivais apenas evoluíram seus projetos anteriores, a Ferrari tentou uma revolução técnica — e está pagando o preço.
Na coluna anterior (Singapura), destaquei que a McLaren teria pela frente três circuitos favoráveis às características do seu carro: Interlagos, Catar e Abu Dhabi. Ainda assim, a etapa mexicana permanece uma incógnita. A vantagem no campeonato continua com Piastri, e o GP do México será já neste próximo fim de semana.