Lando Norris e sua equipe fizeram uma bela festa (Foto/Divulgação)
A sexta etapa do mundial e a primeira de três na terra do Tio Sam nesta temporada foi finalizada com uma vitória inesperada e surpreendente, já que não aconteceu o que se desenhava até a metade da etapa com Max liderando, para variar, desde a largada e comboiado pela Ferrari de Leclerc. Coube ao segundo colocado da etapa passada (Lando Norris) a honra de desbancar a dupla RB20/Max na pista sem precisar contar com uma desistência do carro número um.
De cara. O início de semana de Norris não começou bem nesta etapa. Logo na primeira curva da Sprint no sábado, foi jogado para fora da pista por Stroll, após ser abalroado por Alonso, que foi tocado por Lewis. Norris abandonou a corrida. Por essa manobra, Lewis não foi punido, porém, depois, recebeu uma punição por excesso de velocidade nos boxes durante o período de Safety-Car. Ao final da sprint, Max venceu com Leclerc em segundo e Perez fechou o pódio.
Engano geral. Norris largou no quinto posto na corrida principal e por lá permaneceu nas primeiras voltas. Já seu companheiro de equipe, Piastri, que largou de sexto, logo ascendeu para terceiro após uma trapalhada de Perez na primeira curva. Nessa manobra de Perez o maior prejudicado foi Sainz Jr. Piastri mostrava uma boa performance e logo superaria Leclerc tomando para si o segundo posto e Norris continuava em quinto. O piloto do dia até ali era Piastri.
Pouco a pouco os ponteiros começaram a realizar suas trocas de pneus; Perez, Leclerc, Max Piastri. Norris ficou na pista e assim foi herdando essas posições até chegar a ponta e por lá se manteve até Sargent e Magnussen se estranharem. Com o piloto da Williams não conseguindo levar aos boxes.
O ponto. Para que a Williams fosse retirada do local do acidente, foi acionado o Safety-Car. Mas a direção de prova demorou a chamar o carro de segurança e, quando ele entrou, Norris já havia passado e aquele se posicionou à frente de Max e dos demais. No momento em que foi acionado o Safety-Car, Lando tinha uma vantagem de pouco mais de onze segundos para o holandês. Logo essa diferença subiu para mais de trinta segundos, o que possibilitou Lando realizar sua parada e sair tranquilo à frente dos demais.
Dominante. A direção de prova acordou e ordenou o alinhamento correto. Após a corrida ser reiniciada; Norris, calçado de pneus novos, se manteve na ponta. Porém, a sensação geral era de que Max logo iria alcançar o carro laranja e vencer novamente, como vem fazendo desde o ano passado. Na última temporada em Miami, ele largou de nono e não demorou muito para alcançar a ponta e então foi vencendo todas as etapas seguintes até chegar em Cingapura.
*Norris, desta feita, ignorou a presença dos demais e foi aos poucos foi criando uma vantagem confortável. Importe destacar que ele não foi ameaçado em nenhum momento após o reinício da prova. Sua pilotagem, após o erro da direção de prova, não desmereceu sua primeira vitória na categoria. Norris, até ali, detinha um recorde nada bom, de ser o maior frequentador de pódios, 15, sem vencer uma corrida. E agora tirou esse peso dos ombros. Mérito dele e de sua equipe, ao adotou uma tática ousada. Vimos uma ótima pilotagem do jovem inglês.
Insatisfeitos. Sainz Jr. viveu um fim de semana difícil em Miami. Não foi bem na Sprint, se classificando em quinto e finalizando na mesma posição. No domingo fez uma ótima largada e logo foi prejudicado pela manobra Kamikaze de Perez na primeira curva. Finalizou em quarto e, posteriormente, sofreu uma punição por um toque em disputa com Piastri. Fechou em quinto.
Piastri foi a sensação da primeira parte da corrida. Porém, o toque com Sainz Jr. o levou aos boxes para troca do aerofólio dianteiro, o que arruinou sua corrida, levando-o a finalizar fora dos pontos. Penso que a equipe se precipitou ao chamá-lo para os boxes. Certamente se continuasse na corrida ainda conseguiria marcar algum pontinho.
Recordista. Kevin Magnussen conseguiu alcançar uma marca recorde de punições numa única etapa. O piloto conseguiu ser penalizado em sessenta e cinco segundos. Pela segunda vez neste ano, ele conseguiu segurar o ritmo de prova de todos os pilotos que estavam atrás dele. Numa dessas situações quem se deu bem foi Tsunoda, ao aproveitar uma disputa ferrenha entre o piloto da Hass e uma Mercedes e conseguir superar os carros concorrentes.
*A prova de Miami foi a melhor de 2024 até o momento e ainda vimos uma vitória inédita de Norris. Esta vitória diferente salvou a F1 temporariamente daqueles que odeiam Verstappen e se cansaram do seu domínio avassalador desde o ano passado. A McLaren veio com um carro recheado de novidades para o inglês. E deu certo para eles, estavam na hora certa e no lugar certo.
*A Red Bull ainda tem o melhor pacote e certamente veremos novas vitórias taurinas. A briga boa será entre o melhor do resto. Torcemos para que o futuro seja diferente da lógica atual. Torcemos para ver boas disputas e ótimos duelos. Essa história do ponteiro assumir a ponta e aos poucos ir se distanciando dos demais é machucante demais para os amantes do esporte. Já aqueles torcedores radicais de um ou outro piloto não aceitam ver seu ídolo perder. O importante no momento é ver Norris se livrar do estigma de não vencer.