REGINALDO BALEIA LEITE

#6 - GP de Monte Carlo

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 02/06/2023 às 11:24
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Vitorioso Max Verstappen (Foto/RedBull)

Esta etapa é, de longe, a de maior impacto nos bastidores, contando com a presença de todas as figuras que comandam a categoria e os grandes patrocinadores, sem esquecer as celebridades. A grande novidade era o novo carro da equipe Mercedes, que veio com um novo conceito aerodinâmico. A presença da chuva era dada como certa, sinalizando muitas emoções.

Caro. Normalmente, as corridas em Mônaco são chatas de assistir, parecendo uma procissão. E, muitas vezes, a classificação nos proporciona boas emoções e surpresas. O período classificatório deste ano foi um dos melhores; a grande surpresa veio no Q1, quando Sergio Perez, um dos favoritos à vitória e vencedor do ano passado, bateu na barreira de proteção na saída da primeira curva. Acabando ali com qualquer chance de um bom resultado no final de semana e certamente no campeonato. Além do descontentamento de Dr. Marko.

Desnudo. A concorrência agradeceu, e os sorrisos foram ainda maiores quando um guindaste levantou o RB19 estragado, deixando à vista o tão cobiçado desenho do assoalho do melhor carro do grid, algo que não agradou à equipe e à turma da aerodinâmica. Certamente ajudará muito os rivais. E assim espero que, a partir destas imagens, surjam soluções para as outras equipes darem mais competitividade a este campeonato.

Vimos outras situações anormais: em dado momento da classificação, no Q1, vimos Albon liderando a lista dos melhores tempos e, posteriormente, Tsunoda. Tsunoda e Albon fecharam o Q1 em segundo e terceiro lugar, respectivamente, tendo apenas Verstappen à frente deles.

Normalidade. Na segunda fase da classificação, no Q2, a situação voltou ao normal, com os carros das grandes equipes se classificando bem, exceto por uma batida de Ocon no mesmo local onde Perez ficou. Verstappen, Leclerc, Alonso, Russell e Lewis fecharam os cinco melhores desta fase.

Excitante. A parte final da classificação foi a melhor. No finalzinho, Alonso era o líder, com Leclerc colado em segundo. O tempo normal já havia esgotado e Max ainda não tinha completado sua volta. Porém, a pole do hispânico já era considerada certa, pois o holandês não tinha feito bons tempos nos primeiros e segundos setores da volta e tinha um déficit de 0,204 segundos para o tempo de Alonso. Ao completar sua volta, Max conseguiu superar o rival por 0,84 segundos, para surpresa geral. Tudo isso no último e menor setor da volta. A ordem foi: Max, Alonso, Leclerc, Ocon e Sainz Jr. A surpresa foi o quarto lugar da Alpine de Ocon.

Sem desmerecer a performance do holandês, notamos a grande mídia enaltecer demais o feito de Verstappen. No entanto, desde o início ficou claro para quem acompanha os tempos que esse último setor era o calcanhar de Aquiles para Alonso e sua AMR 23. As Ferraris, que eram o grande temor dos taurinos, não conseguiram repetir a primeira fila do ano passado. Após a classificação, Leclerc foi penalizado por atrapalhar Norris e caiu para sexto no grid.

Início. Na pole, vimos Max, assim como a maioria dos melhores classificados, calçados com os pneus médios, e Alonso com os duros, deixando claro que iria tentar algo diferente. Os carros vermelhos também estavam com os duros. Após a largada, Sargent levou um toque de Hulkenberg, e Stroll se desentendeu com a parede de proteção e Albon. Hulk sofreu uma punição por esse toque. Entre os dez primeiros, não vimos mudanças de posições.

Sobrando. Perez, largando do fundão, logo após a largada se dirigiu aos boxes para calçar os pneus duros e foi acompanhado por Hulkenberg e Zhou. Perez, com pista livre, após sair dos boxes, marcou a melhor volta de cara, e esse tempo era cerca de um segundo e meio melhor do que o dos ponteiros. Essa melhor volta de Perez demorou a ser superada. Lewis ficou com o ponto da melhor passagem, realizada na volta trinta e três, logo após colocar pneus novos.

Pé de moça. Demonstrando que, mesmo liderando, Max segurava seu ritmo, ainda assim conseguindo uma vantagem para o hispânico. Alonso, logicamente, também se segurava por estar com os duros e esperando uma parada do rival para aproveitar e abrir vantagem quando tivesse a pista limpa ou ainda com o acionamento de um Safety Car.

Ausente. A entrada do carro de segurança é muito comum nesta pista, mas desta vez ele não deu as caras. Isso bagunçou a estratégia da maioria das equipes, assim como a chuva. A chuva deu mostras de que não vinha e depois veio mansa e logo depois derramou com tudo.

Tranquilo. Lá na ponta, a corrida seguiu como se iniciou, Max abrindo discretamente de Alonso, e este não era ameaçado por Ocon, que, por sua vez, via Sainz Jr. no seu encalço. Lewis também era acossado por Leclerc. Mais à frente, Ocon se defendeu de Sainz Jr. na saída do túnel, e este acertou a Alpine do francês, danificando seu aerofólio dianteiro. Max aos poucos ia ampliando sua vantagem para Alonso, e para Ocon, o terceiro colocado, a distância passava de dezessete segundos (na volta 15).

Que dia. Na volta trinta e um, Max colocou uma volta de vantagem sobre Perez. Pouco depois, Lewis foi o primeiro dos ponteiros a trocar seus pneus. A Alpine reagiu e chamou Ocon na volta seguinte. Após a troca de Ocon, foi a vez da Ferrari de Sainz Jr. reagir ao possível undercut de Lewis. Leclerc fez sua troca apenas na volta 45 e voltou atrás de Lewis. Na frente, Max liderava com Alonso em segundo. A procissão seguia tranquila, e a troca de posição só acontecia nas trocas de pneus.

Esquentou. Na volta 52, foi acionada a bandeira de pista escorregadia, e a chuva entrou em cena timidamente. Três voltas se passaram, e Alonso foi para os boxes e saiu com pneus médios. Em seguida, o movimento nos boxes foi intenso. Ocon, Russell, Hamilton e Gasly trocaram para os pneus intermediários. A chuva perdeu a timidez e veio com força.

Sainz Jr. foi o primeiro a rodar. Ao mesmo tempo, Max beijou a proteção na entrada do túnel e pediu à equipe para trocar os pneus, o que foi feito sem que ele perdesse a liderança. Alonso foi obrigado a voltar aos boxes e finalmente colocar os pneus intermediários, assim como a maioria dos pilotos que não estavam com os pneus intermediários, com exceção de Magnussen.

Festival. A situação da pista continuou a fazer vítimas. Stroll bateu e foi obrigado a abandonar, já com os pneus intermediários. Perez, Russell, Sargent e Magnussen protagonizaram as imagens. Magnussen chegou a rodar com os pneus de chuva intensa.

Perdido. Certamente, o maior perdedor de Mônaco foi Perez, que, de favorito, finalizou na P16, a duas voltas do líder. Vale lembrar que o mexicano, além do erro na classificação, foi cinco vezes aos boxes. Foi um final de semana péssimo quando deveria ser ótimo, já que ele é considerado o especialista em pistas de rua e vencedor da etapa de 2022.

Deu dó. Nos minutos finais, Yuki Tsunoda se segurava bravamente na nona posição, com a Alfa Tauri, desde a largada e à frente da McLaren de Lando Norris. Nas voltas finais, ele começou a ter problemas com seus freios. Foi ultrapassado por Norris, Piastri e por uma leva de pilotos.

Por outro lado, o japonês, autor dos rádios mais engraçados ultimamente, nos brindou com outra pérola. Yuki estava desesperado com os freios ruins ao final e comunicou com a equipe. Seu engenheiro, tentando incentivá-lo, disse: "Você precisa encontrar um ritmo, principalmente nas frenagens, dê o seu melhor, eu sei que está difícil." E Tsunoda respondeu: "Esses freios estão uma merd..." bem ao seu estilo. E o engenheiro repetiu "durante as freadas, você pode fazer isso." E aí veio o melhor: "Você está tentando me fazer bater."

Se e somente se. Os torcedores do espanhol ficaram indignados com a Aston Martin, alegando que o piloto deveria ter realizado sua troca diretamente para os pneus intermediários. Assim, ele venceria a corrida. Em entrevista após a corrida, Alonso declarou que, quando foi aos boxes, somente um pequeno trecho estava molhado, e noventa por cento estava seco. Encerrando o assunto na ideia dele.

Programação do GP de Barcelona (Divulgação)

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