A etapa nesta pista, no passado, tinha a péssima característica de poucas ultrapassagens. Para sorte dos torcedores, não foi o que vimos nesta edição de 2023. A corrida em si, não foi assim aquela maravilha. Porém muito melhor que algumas edições anteriores. A mudança no final do traçado favoreceu o quesito ultrapassagens.
Verstappen conquista seu terceiro Grand Chelem (Foto/Getty Images/Red Bull Content Pool)
Imprevistos. Novamente vimos uma classificação movimentada. A pista úmida foi complicada para algumas equipes forte, enquanto outras pequenas fizeram um trabalho melhor. Como vimos na tabela final, a presença de duas Mc Laren, sendo uma na P3 e uma Hass na P8. As duas Alpine também acenderam ao Q3, mas no caso da equipe francesa é algo que já está se tornando normal.
Q1. A primeira fase da classificação foi um festival de rodada e saídas e pista. E vimos a Ferrari número 16, pole do ano passado, se classificar apenas na 19ª e penúltima posição. À frente apenas da Williams de Sargent, se tornando assim maior surpresa da classificação.
Q2. Na fase intermediária houve outras duas grandes surpresas, Perez e Russell se classificaram apenas em 11º e 12º respetivamente, não se classificando para fase final.
Outro fato marcante desta fase foi um estranho acidente entre das Mercedes de Lewis e Russell na reta principal. Politicamente corretos e bem instruídos, os dois pilotos declaram que foi um erro de comunicação interno. Os porta vozes da equipe alemã, logicamente repetiu a mesma tática, minimizando o acontecido. Foi muito controverso esse lance.
Q3. Na fase final, como quase sempre, vimos a RB 19 de Max na ponta. O hispânico Sainz Jr. veio em segundo, para alegria do grande público presente. Norris, Gasly, Lewis, Stroll, Ocon, Hulkenberg, Alonso e Piastri completaram os dez primeiros. Max se deu ao luxo de realizar apenas uma volta no Q3 e mesmo assim colocou quase meio segundo de vantagem para o segundo colocado. Uma eternidade em grid classificatório da F1. Ao final, Gasly foi penalizado em seis posições por atrapalhar dois carros nas fases inicias da classificação.
Corrida. A corrida foi realizada com pista seca, contrariando as previsões meteorológicas. Max manteve a ponta e foi abrindo dos concorrentes. Tivemos uma primeira volta agitada. Norris tocou a Mercedes de Hamilton, e foi aos boxes. Mais à frente, Stroll ultrapassou o inglês. Alonso ganhou uma posição e Gasly e Piastri não foram bem na sequência da largada.
Cegos. Por outro lado, Russell ganhou várias posições neste início, por ter sido obrigado a entrar no desvio que existe na saída da primeira curva. Quando saiu desta área já ocupava o nono posto e fechou a primeira volta na P8. Lembrando que ele largou na P12. Na prova da F2, vimos Enzo Fittipaldi ser obrigado a fazer esse trajeto sem sofrer qualquer prejuízo, demonstrando que esse desvio não atrapalhava quem fosse obrigado a passar por lá. Russell foi investigado pela manobra, e foi absolvido. Os comissários estavam bonzinhos ou ...
Convencendo. Verstappen, mais uma vez, não deu chances a ninguém novamente. Demonstrando que não tem concorrentes no grid atual até o momento. O fim de semana do holandês foi completo. Pole, vitória, melhor volta, e liderança de todas as voltas. Conquistando seu primeiro Grand Chelen na temporada.
Abalado. Na outra RB19, Perez, depois do vexame na classificação, teve um início de prova fraco, fechou a primeira volta em 12º, mas foi se recuperando e terminou na P4. Aparentemente, ele sentiu o golpe depois do desempenho do companheiro de equipe na etapa de Miami, quando Perez largou da ponta e Max de nono, sendo o campeão. Depois disso, o mexicano não conseguiu nada de bom. Foi mal em Mônaco e agora na Espanha.
Subindo. A equipe da estrela enfim fez uma corrida decente, sendo a melhor do resto. Lewis largou da P5 e finalizou no segundo posto. Russell completou o pódio, apesar da complacência dos senhores daquela salinha lotada de monitores, demonstrando velocidade e garra. Os carros alemães foram econômicos no consumo da borracha italiana da Pirelli. Ainda é cedo para afirmar que o W14B é eficiente. A equipe normalmente se da bem neste traçado. Até mesmo o W14 anterior foi bem. A torcida é grande por maior competividade.
Esforço. Russell protagonizou uma situação cômica na etapa, quando relatou ter visto alguns pingos de chuva numa determinada curva ( 5). Posteriormente, perguntou se algum outro piloto havia relatado sobre a chuva. Mais à frente, meio que constrangido, disse que confundiu gotas de seu suor com pingos de chuva, prova de que o esforço dentro do carro foi alto.
Descendo. A equipe do cavalo rompante se viu novamente fora da luta pelo pódio. A segunda posição de Sainz Jr. na largada e Alonso largando de trás eram esperança de um bom resultado. No entanto, as patas do cavalinho 55 aparentavam alguma distensão, já que o consumo de pneus foi novamente auto. Sainz Jr. finalizou em quinto.
Virose. Já o cavalinho 16, coitado. Desembarcou na Espanha com alguma doença. Depois de se classificar na penúltima posição, os cuidadores do time vermelho, ou melhor, os mecânicos, trocaram toda a traseira do carro 16. O que fez com que este largasse dos boxes. Na corrida, mesmo estando calçado de compostos duros, a ótima estratégia vermelha chamou Leclerc aos boxes na volta 16. Uma volta após a troca de Sainz Jr., que havia largado de macios. Não tem como entender a estratégia dos italianos. Leclerc finalizou na P11.
Os pneus duros eram a chance de Leclerc avançar no pelotão, com a parada dos demais, e se livrar do intenso tráfego que acontece lá atrás. Em Mônaco, a equipe errou com Leclerc em duas ocasiões. Sendo que uma delas custou a perda de três posições no grid da largada, logo no principado. A grande maioria dos erros acontecem com carro 16. Algo estranho.
Irreconhecível. Aston Martin, a melhor equipe de 2023 depois da Red Bull, viveu seu pior fim de semana nesta temporada. Seu piloto principal saiu da pista ainda na fase inicial da classificação, danificando o assoalho do carro 14. Alonso, ao contrário das etapas anteriores, não chegou nem perto do pódio, depois de ter frequentado todos com exceção de Baku. E Stroll, pela primeira vez, se classificou à frente de Alonso. Até o GP da Espanha, os carros verdes eram vices na tabela dos construtores, agora perderam o posto para os alemães. O hispânico marcou 80% dos pontos da equipe, ou seja, é uma equipe quase de um piloto só. Diferente da Mercedes, que tem uma ótima dupla de pilotos. Assim como a Mc Laren.
Azuis. A equipe francesa vem evoluído aos poucos. A punição de Gasly e sua péssima atuação na primeira volta foram determinantes para os poucos pontos da equipe. Gasly, mesmo tendo um péssimo começo, ainda finalizou na P10, salvando um pontinho. Ocon fechou em oitavo, depois ter largado em sexto.
Nanicas. O oitavo de Hulkenberg na largada não se traduziu em pontos. Zhou foi o melhor das equipes pequenas finalizando em nono. O número dois da Alfa Romeu vem dando trabalho para o veterano Bottas. Norris, depois do toque com Lewis, não conseguiu se recuperar. Piastri certamente arrependeu-se de deixar a Alpine e ir para a Mc Laren. O carro laranja não se adequou ao regulamento atual. Sendo o deste ano inferior ao do ano passado.