Fórmula 1 (Foto/Reprodução)
No fim de semana passado fomos brindados com a melhor etapa do ano até aqui. A receita foi a mistura de um circuito com traçado peculiar e as condições climáticas instáveis. A chuva sempre nos presenteia com o melhor que a F1 pode oferecer. Mesmo em circuitos ruins, as intempéries climáticas embaralham aquilo que seria a lógica.
Apesar de Max Verstappen vencer novamente, sua sexta vitória de nove disputadas até aqui, vimos uma corrida agitada e cheia de reviravoltas, caracterizada durante muito tempo pela mescla de chuva e pista secando e ainda por duas entradas de Safety-Car, após os acidentes ocorridos com Sargeant e Albon. Norris foi segundo e Russell completou o pódio. Vale ressaltar que a vitória do holandês não foi das mais tranquilas como víamos ao início da temporada. Podemos dizer até que a McLaren facilitou a vitória Max Verstappen.
Promessa. Ao fim da classificação já antevíamos que essa etapa não seria daquelas normais, Russell e Max assinalaram a mesma marca de tempo. Algo raro nesse esporte, já que as medições são precisas. Na década de 1990, aconteceu de três pilotos marcaram um tempo igual. Nestas situações, vale a marca de quem a realizou primeiramente. E no Canada foi Russell quem marcou primeiro. Melhor resultado dos alemães em classificações nesta temporada.
Sofrendo. A equipe taurina sofreu nos três primeiros treinos, seus pilotos não conseguiam ter um desempenho condizente. Max chegou a perder o segundo treino por problemas no sistema de recuperação de energia. Vale ressaltar que boa parte do primeiro treino foi perdida devido à chuva. No fim, foram dois treinos perdidos no primeiro dia do piloto.
Largada. Russell realizou uma ótima largada e manteve a ponta, seguido dos demais comportadamente com a pista molhada, todos estavam com pneus intermediários, menos as Hass. Lá atrás, como sempre, temos alguns toques e rodadas. Perez e Gasly foram os protagonistas. No fim da primeira volta, os quatro primeiros mantiveram suas posições preliminares. A chuva aumentou após a bandeirada inicial.
Nanica. A Hass ousou ao calçar seus pilotos com os compostos para chuva pesada e se deu muito bem nas seis primeiras voltas. No começo da quinta volta, Magnussen já era quarto e tinha o melhor tempo até ali enquanto Hulkenberg tinha alcançado o oitavo posto. Magnussen havia conquistado dez posições desde a largada e Hulkenberg nove. Na sexta volta, a pista começou a formar um trilho seco em alguns trechos, dificultando a vida dos pilotos da Hass.
No início da oitava volta, Magnussen foi aos boxes para se livrar dos pneus de chuva e sua equipe gastou quase nove segundos para fazer uma troca que normalmente é feita em dois segundos e meio; colocando fim ao belo trabalho do piloto na pista. A vida em uma equipe pequena é complicada. Magnussen voltou em décimo quarto, que foi sua posição de largada.
Disparada. Lando Norris, após a décima quinta volta, impôs um ritmo forte e logo superou Max e depois Russell, mantendo uma vantagem de nove segundos sobre Max, que também havia ultrapassado Russell, após o Safety-Car ter sido acionado, graças a Logan Sargent. Todos os pilotos foram aos boxes, menos Norris, que foi na volta seguinte e voltou atrás de Max e Russell. Norris voltou a liderar a corrida mais adiante e novamente se deu mal devido à demora na reação à troca de pneus dos concorrentes.
Os carros da McLaren chamam a atenção por serem eficientes nos tipos de pistas adversos nas últimas quatro etapas. Os taurinos foram péssimos em Mônaco e os vermelhos em Montréal. O carro papaya é a grande ameaça ao domínio taurino que nem de longe lembra a força do ano passado e o início desta temporada. O Safety-Car, que deu uma forcinha a Norris em Miami, desta vez teve efeito contrário. Como o piloto mesmo disse, a vida tem disso, altos e baixos.
Cavalo manco. Leclerc e a equipe do cavalinho rampante foram ao paraíso na prova do principado. Mas, para espanto de sua fiel torcida, seus carros estranharam o circuito canadense. Seus dois pilotos foram mal na classificação e péssimos na corrida. Os dois carros abandonaram a etapa e, hora nenhuma, disputaram uma posição de relevância. De frequentadores habituais do pódio, desde o início da temporada, os carros vermelhos, desta feita, fizeram o passado sombrio voltar à mente de seus apaixonados e aficionados torcedores. Esse tipo de resultado mergulha a população rosso em um clima de luto
Renascendo. A equipe alemã enfim deu mostras de que seus esforços em melhorar seu carro estão valendo à pena. Foi a melhor corrida do ano da Mercedes. Porém, para os mais céticos, só saberemos a verdade após a próxima etapa, que é em um circuito normal, com diversos tipos de curvas, alta e média velocidade. A torcida para mais um carro disputando a ponta é grande. Imaginem Red Bull, McLaren, Ferrari e Mercedes disputando classificações e corridas em condições similares. Situação rara na F1 nos últimos vinte quatro anos.
Top momentos. Essa etapa foi recheada de momentos bons, sendo a ultrapassagem de Albon, quando superou dois oponentes ao fim da reta maior, uma das melhores manobras deste ano. Russell também nos proporcionou bons momentos em disputa com Piastri e posteriormente com seu companheiro Hamilton. A rodada de Tsunoda foi um momento difícil e perigoso para ele e para quem vinha atrás. Por sorte e habilidade dos envolvidos nada de ruim aconteceu. Uma corrida que vai ficar na memória e nos anais das melhores.