REGINALDO LEITE

A edição de 2013 do Dakar

Mais uma vez vimos pessoas pagarem por algo que não conheciam ou estavam...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 25/01/2013 às 10:53Atualizado em 19/12/2022 às 15:05
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O Dakar de 2013 foi a 35ª edição do Rally Raid. E foi diferente das anteriores em alguns aspectos. Porém, em um quesito ele não mudou.  Como nas edições anteriores, houve acidentes que culminaram em óbitos. Essa competição é considerada a de maior dificuldade no mundo. E normalmente em todas as edições acontecem acidentes que culminam em mortes. E não há distinção entre os lutos, alguns são da torcida, outros são da assistência e, como não poderia deixar de ser, sempre tem um competidor envolvido.

 

    Engano. A edição de 2013 do Dakar começou diferente das anteriores, pois, pela primeira vez, o Raid não começou no réveillon e, sim, no dia 5 de janeiro. Como tudo estava diferente, eu pensava que teríamos uma competição normal. Mas me enganei, pelo jeito não existe um Dakar sem sofrimento. E mais uma vez vimos pessoas pagarem por algo que não conheciam ou estavam diretamente ligadas à competição.

 

   Os fatos.  O primeiro acidente aconteceu na quarta-feira, dia 9, entre dois táxis e um veículo envolvido na competição, um carro de apoio, como foi divulgado. O acidente foi no Peru, a 10 quilômetros da fronteira com o Chile. Acidente este, que provocou a morte de duas pessoas e deixou outras sete feridas.

 

 No acidente. Dois táxis estavam envolvidos. Um deles bateu com um veículo dos organizadores, o outro tentou uma manobra evasiva, que acabou em acidente, pois acabou capotando várias vezes ao desviar do carro da organização. Resultad duas mortes e sete feridos, hospitalizados.

 

  Do meio. Na sexta-feira, dia 11,  dois dias depois do acidente dos táxis, o francês Thomas Bourgin foi o primeiro piloto a perder a vida nesta 35ª edição do Dakar 2013. Thomas Bourgin era um piloto de 25 anos. Ele teve a infelicidade de colidir sua moto contra um carro da polícia chilena que vinha na direção contrária. Simples assim! O que um carro de polícia estava fazendo no meio de um Rally?  São coisas que só acontecem no terceiro mundo. E acabam custando caro, neste caso, uma vida!

 

  Realidade.  Quem era Thomas? Era um piloto francês, que fazia a sua estreia no Rally Dakar, depois de uma carreira dedicada às motos.  Thomas Bourgin participou em 2009 do Rally de Marrocos e, dois anos mais tarde, enfrentou as provas África Race e o Rally da Tunísia. Sua ambição para este Dakar era apenas chegar a Santiago do Chile, sem qualquer ambição de classificação. Essa é a vontade da maioria dos pilotos que não estão em uma equipe de ponta, onde tudo é aos montes. Esse tipo de competidor apenas vai com uma pequena assistência e seu único sonho é ver a linha de chegada. No entanto, um carro de polícia, que nunca deveria estar onde estava, tirou a vida de um futuro campeão ou, na menor das hipóteses, de mais um francês que iria figurar na lista de classificação.

 

   Mudando o foco. Depois de tanto comentar sobre o lado mórbido do Dakar, vamos falar do lado competitivo. O esporte em sua essência. Esta prova não é para qualquer um e alguns tentam se especializar neste tipo de competição, onde poucos conseguem finalizar. E assim vamos comentar das quatro categorias principais: carros, motos, caminhões e os quadriciclos.

 

   Os pesados. Na categoria dos 6x4 vimos mais uma vez os russos mandando nos veículos pesados. No ano passado os italianos da Iveco levaram a melhor, após investir uma montanha de dinheiro. No começo deste parecia que eles repetiriam a façanha. A  lógica russa apontou que não. E mais um russo pilotando um Kamaz sagrou-se campeão desta feita. Eduard Nikolaev, que já havia  ganhado uma vez como co-piloto. A equipe Kamaz completou o pódio. Um belo feito, e a italianada deve vir com tudo em 2014 .

 

    Motos. Nas duas rodas, vimos uma situação bem bairrista. Como a organização é francesa, algumas vezes vemos essa organização ajudar seus patrícios. E foi isso que aconteceu com o multicampeão Cyril Despres. Ele trocou seu motor numa etapa maratona - nesse tipo de etapa o piloto deve terminar com o equipamento que largou. Porém, Despres trocou seu motor com um piloto de apoio da KTM, mas sem ajuda de mecânicos. Assim a organização mais uma vez fez vista grossa. Pois ele meteu a mão na graxa. Tirando este detalhe ele foi muito eficiente, fisicamente e mentalmente falando. O maior destaque das duas rodas foi para Francisco ‘Chaleco’ López, piloto chileno que cravou um terceiro posto. Ruben Faria, escudeiro de Despres na KTM, foi o segundo.

 

    Carros. Nessa categoria, assim como nas duas rodas, tinha um francês que manja muito do Dakar. Seu nome é  Stéphane Peterhansel. Peterhansel correu com a melhor equipe e com o melhor carro. Seus maiores perseguidores, Carlos Sainz e Nasser Al-Attiyah, foram traídos pela mecânica  frágil do Buggy, arquitetado por Nasser. Como sempre, Roby Gordan, que fez muito barulho, ficou pelo caminho. Gordan teimou em competir com um veículo 4x2, onde os 4x4 normalmente são eficientes. E essa teimosia não deu certo, pois sofreu com avarias mecânicas. Nasser copiou a receita de Gordan, mas usou um 4x4. Ano que vem a coisa vai pegar a favor de Nasser. Pois não falta dim-dim para ele. Aguarde!

 

     Quadriciclos. Essa categoria virou marca registrada de argentinos.  E mais uma vez um Patronelli ganhou.  Desde que a competição veio para a América do Sul, os Patronelis têm dominado. São quatro vitórias. Para se ter uma ideia do domínio de Marcos Patronelli, nesta etapa ele chegou com uma hora e meia de vantagem para o segundo oponente.

 

Felicidades!

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