Mais do mesmo
A quinta etapa da F1 repetiu o favoritismo da Mercedes. E novamente Lewis Hamilton foi o vencedor, para contrariar seu oponente direto, Rosberg. Quase todos do paddock esperavam que, ao iniciar a temporada europeia, os alemães teriam oponentes de força. Mero engano, pois as flechas de prata continuaram mandando e descaradamente. O engraçado é que todos vieram com novidades, mas os alemães também e melhor.
Passado. A F1 quase sempre conviveu com o dilema de ter uma equipe destacada. Mas isso durava pouco tempo. Os rivais sempre corriam atrás e imitavam as novidades do ponteiro e logo estavam disputando de igual para igual. Colin Chapman foi o propulsor e criou carros que mandaram no mundial, sem adversários à sua altura e sem contar com a ajuda de mudanças no regulamento.
Espírito. Nos anos 80, quem iniciou essa prática foi a McLaren com a Porsche e, depois, a Williams com os motores Honda. Depois, um dos maiores domínios, a era Senna e Prost, em 1988, onde a equipe ganhou todas as etapas, menos a de Monza. Nessa, o espírito do Comendador apareceu e vimos a Ferrari sair vencedora, quando era apenas uma protagonista.
Saudades. E agora revivemos um período que pode ser parecido com o de 1988, onde apenas uma equipe ganha e, assim, torna o campeonato chato. Chato em termos, pois para nós, brasileiros, ver Senna e Prost disputando etapa por etapa entre eles só tinha graça para nós e aos franceses.
Realidade. Sendo assim, somos obrigados a assistir a um campeonato de dois pilotos. E pela qualidade, Lewis seria o vencedor de quase tudo e bateria vários recordes. Mas a F1 é um mundinho à parte e, nesse mundinho, corre muito dinheiro. Então, não se assustem se o carro de Lewis começar a ter problemas técnicos e Rosberg ganhar algumas etapas. O marketing e a audiência é quem mandam. Não pense que Hamilton vai ganhar tudo, as forças invisíveis vão se movimentar. Se não for com ações da equipe será com os cartolas mandando e mudando os resultados.
Oponente. O principal oponente de qualquer piloto de F1 é seu companheiro de equipe, das melhores equipes às nanicas. Isso, normalmente, pois existem equipes que têm um primeiro piloto descarado como, por exemplo, os italianos.
Notas. Pela terceira vez a McLaren não marca pontos numa etapa de 2014. Fato ruim para uma equipe do porte da escuderia. Maldonado aprontou novamente, bateu na primeira volta do treino, e na corrida se estranhou com a Caterham do piloto telefônico “Ericsson” . A farofa dos pneus apareceu novamente. E também o álcool está voltando aos poucos na categoria. Primeiro, a Martini na Williams e, agora, a Smirnoff na Force India. E por falar em Force India, Hulkenberg continua sua campanha regular. E esta regularidade já lhe rendeu 37 pontos e sexta posição no campeonato.
A CORRIDA QUE EU VI
O GP da Espanha foi uma corrida insossa, sem grandes disputas. Culpa do traçado que exige muito da parte aerodinâmica e é um circuito onde ultrapassar é muito difícil. A pista, como falamos na coluna passada, é uma velha conhecida das equipes e quase todas vieram com inovações aerodinâmicas em seus carros. Só que a Mercedes também veio com atualizações e continuou forte. E sem rivais à sua altura. Desta vez, não houve disputa direta pela ponta e, pela segunda vez em 2014, Hamilton venceu Rosberg com compostos duros, ou seja, menos veloz que os macios do alemão. O que tem bagunçado a cabeça de Rosberg. Por outro lado, Daniel Ricciardo foi o melhor sem Mercedes. E mais uma vez conseguiu chegar à frente de Vettel. Porém, no campeonato, Vettel está na frente. Por falar nele, acho que na Espanha ele fez sua melhor apresentação do ano. E o nosso Massa, que fez o mesmo número de paradas que Vettel, fez sua pior apresentação de 2014. Já Bottas fez uma ótima corrida e tem agora 34 pontos contra 12 de Massa.
Felicidades!
