Lewis Hamilton venceu a etapa americana de maneira irretocável. Nos treinos com pneus duros ele se mostrava o melhor e na corrida, assim que calçou estes compostos, passou a atacar Vettel que tirava leite de pedra para segurar a ponta. Mas era dia de Hamilton e ele andou muito e, desta feita, não foi traído pelo equipamento e nem por seu temperamento.
Novidade boa. A última criação do Tilke, o circuito de Austin, foi das mais felizes. O capanga do Verme acertou a mão desta feita. Não tem aquele visual de Abu Dhabi, porém, ao contrário de Abu Dhabi, tem um ótimo circuito, com curvas que remetem a outros circuitos do calendário. Para contrariar o Magdo global acho que aquelas três curvas em sequência (S) me lembram mais Suzuka do que Silverstone.
Intrometido. Enquanto todos tinham suas atenções voltadas para Vettel e Alonso, o inglesinho resolveu aprontar. Na verdade, ele é o piloto mais veloz do grid. Vettel também é rápido, mas seu carro normalmente facilita suas vitórias, isso já na parte final do campeonato, pois a RB8 também costuma mancar. Só de quebra de alternador no carro do alemão foram duas este ano. Já o espanhol, se fosse só pela corrida que fez no Texas, não merece ser campeão. O asturiano estava apático, fez uma bela primeira volta e foi só, chegou ao terceiro devido a quebra do Webber, alternador também.
Ferrari. Os italianos são mesmo descarados. Aprontam e ainda dizem que é uma falha do regulamento. Estou me referindo ao caso do rompimento do lacre do câmbio do carro do Massa. Certamente, a regra será revista depois essa trambicagem. Na verdade, ninguém no mundo automobilístico esperava que uma equipe violasse o lacre a fim de levar alguma vantagem. São coisas que só acontecem na equipe vermelha.
Alonso. Quando escuto alguém dizer que o espanhol é o melhor piloto em atividade, me dá um tchan. Como um verdadeiro campeão precisa de atitudes tão extremas como as que Ferrari faz para ajudá-lo. Um verdadeiro campeão não estraga a corrida de seu parceiro só para se dar bem. Nunca se vê isso na McLaren ou Red Bull. Até chegar ao Japão, Webber era rival de Vettel e não capacho como o Massa. Existe o jogo de equipe, mas não assim.
Massa. Por falar no brasileiro, ele deu show nessa pista nova. Em todos os treinos e na classificação ele se saiu melhor que seu companheiro de equipe. Na corrida, chegou a fazer a melhor volta em algumas situações. Mesmo tendo largado em 11º foi o quarto colocado e só não chegou ao pódio porque quem estava na sua frente era o patrão. Fez boas ultrapassagens e demonstrou uma pilotagem segura, ao contrário da prova anterior.
Se e somente se. Kimi Raikkonen largou em quarto e fez o sexto posto. Olhando assim, parece que fez uma corrida ruim. No entanto, ele lutou muito e andou bem, mas largou muito mal. E foi com ele que a corrida poderia ter outro desfecho. Alonso, ao fazer sua troca, perdeu muito tempo e quando o finlandês realizou a sua, seus mecânicos ajudaram o espanhol, demorando a realizar a troca. Ao sair do boxe, o Iceman deu de cara com a Ferrari do espanhol. Já imaginou se os mecânicos da Lotus tivessem trabalhado normalmente... Kimi sairia na frente e o espanhol não tinha ritmo para lutar com ele. Aí o resultado seria diferente. Mas a sorte, mais uma vez, estava do lado do espanhol.
A outra. Button na outra McLaren fez uma boa corrida de recuperação e chegou ao quinto posto, depois de largar em 12º e ainda perder posições na primeira volta. O inglês sofreu muito com os carros do pelotão intermediário e depois, já nos finalmentes, ele chegou a sonhar com a posição de Massa. Porém, o brasileiro começou uma sequência de voltas rápidas, cravando a segunda melhor do dia, e assim o inglês ficou quieto em seu quinto posto.
Momentos. Grosjean, Hulkenberg e Senna nos propiciaram bons momentos nesta etapa. Passaram a corrida inteira brigando por posições. Teve um momento que Button ultrapassou Senna e este recuperou sua posição no final da reta. A asa móvel foi útil nesta prova. Os pneus Pirelli também se destacaram, pois deu trabalho para todos, pilotos e engenheiros. Por serem mais duros que a pista exigia, demoravam muito para esquentar.
Hora H. Domingo, dia 25, é o grande dia. Interlagos vai ver mais uma decisão. Em condições normais, o título vai para Sebastian Vettel. Em Interlagos, normalmente não existem condições normais. E é aí que mora a esperança da equipe vermelha. Depois dessa do lacre, se não chover, os vermelhos podem até ser capazes de utilizar aviões com produtos químicos para bombardear as nuvens e fazer chover. Brincadeiras à parte, ele vão utilizar de todos os meios para desestabilizar a turma taurina. A pressão vai ser grande. Nos vemos em Interlagos!