Nossa primeira coluna de 2013 começa com uma pequena análise sobre o melhor piloto da F1, estatisticamente, falando.
Michael Schumacher. Detentor da maioria dos recordes da categoria, Schumy deixa a categoria novamente, após três temporadas pela equipe Mercedes. Temporadas estas que mostraram outro Schumacher. Um pouco diferente daquele que ganhava tudo quando tinha o melhor carro do grid. O mais chato é que, apesar de toda sua fama, foi retirado da equipe para dar lugar ao Lewis Hamilton.
Ironia. O alemão entrou na F1 por um azar do B. Gachot, que havia sido preso. E bastou uma corrida nesta equipe, Jordan, para ele ser notado. Já na corrida seguinte, ele ocuparia a vaga de Pupo Moreno na Benetton. Ficando o brasileiro sem equipe. Moreno ainda correu uma etapa na mesma Jordan. Ironia do destino, já que quando ele entrou na categoria, um piloto foi despedido para dar lugar a ele, e agora, ele foi despedido para dar vaga a outro piloto.
Dupla do mal. Quando Schumy foi contratado pela Benetton, formou-se a dupla Briatore & Schumacher que estaria envolvida em vários escândalos e maracutaias nas temporadas seguintes. Foram muitas as situações em que a dupla estava metida. Controle de tração, ajuda eletrônica nas largadas, bombas de abastecimento sem filtro e várias outras artimanhas. Isso sem falar na maneira em que ele conquistou o campeonato de 1994. Esse título foi o primeiro de um piloto alemão e o Verme queria muito ver um alemão campeão. E assim, juntou a fome com a vontade de comer. E a dupla transformou-se em trio.
Números. Os números do alemão impressionam quem não é do ramo. E se formos enumerar todos, faltaria espaço na coluna. Os principais foram: 7 títulos, 91 vitórias, 68 poles, 1.566 pontos e 155 pódios. Schumacher é também o piloto que mais recebeu punições da FIA, 10. Em vinte e duas ocasiões ele fez a pole, melhor volta e venceu na mesma etapa. Olhando só pelas estatísticas, ele é demais. Mas durante sua carreira ele foi demais por demais. Foram inúmeras situações constrangedoras e escândalos, como carros fora do regulamento, trapalhadas com companheiros de equipe e com pilotos rivais. Favorecimento dos cartolas e outras coisinhas mais. Quem acompanhou a fundo sua era sabe disso.
Época de ouro. De 2000 a 2004, o alemão reinou absoluto na categoria e na equipe italiana. Nesse período, ele engordou as estatísticas com vários recordes, até que no final de 2004 a FIA resolveu mudar o regulamento e o carro italiano de 2005 não foi superior aos demais. Já em 2006, sua última temporada, os italianos conseguiram um carro melhor, mas mesmo assim a cartolagem entrou em jogo e a Renault foi obrigada a abrir mão de um componente chamado amortecedor de massa. Desta feita, o mala do Briatore não era aliado e sim adversário. E 2006 ficou com outra dupla do mal, Briatore e Alonso, que já tinha ganhado em 2005.
Fantasma. Segundo Schumacher, a pior lembrança da longa carreira de F1 foi o acidente de Silverstone, em 1999. Foram alguns segundos de terror: seu carro bloqueou as rodas traseiras na entrada da curva Stowe e ele foi direto para a barreira de pneus a mais ou menos 310 km/h. Já no hospital constataram uma fratura dupla de tíbia e perônio na perna direita e ligamentos do joelho esquerdo e várias contusões nos membros inferiores. Sem risco de vida. Porém, a sequência na carreira estava em xeque.
Determinado. O que muitos não sabiam na época é que após receber seu diagnóstico no hospital, o alemão comunicou à equipe italiana que ele retornaria antes do final da temporada, mas que contratassem um piloto para oito corridas. Noventa e seis dias depois ele estava de volta e conseguiu a pole para o GP da Malásia, penúltima etapa do campeonato, e cedeu a vitória para seu companheiro de equipe, Eddie Irvine. Que seria o vice daquela temporada.
Que 2013 seja o melhor ano de sua vida.